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quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Campanha de ganha com performance e agenda"

1. (G1, 18) Em entrevista ao radialista Paulo Oliveira, da Rádio Verdes Mares AM, de Fortaleza, Serra disse que a campanha vai começar mesmo somente depois da Copa do Mundo. "Pesquisa vai e vem. Vai e volta. É variável. A campanha mesmo vai começar depois da Copa do Mundo."
2. É verdade. Como este Ex-Blog tem opinado, a Copa do Mundo funciona como uma espécie de interrupção, ou pelo menos redução da velocidade do "jogo de coordenação" (a conversa progressiva entre eleitores no processo de transformação de intenção em decisão de voto). As duas campanhas se igualarão em propaganda e tecnologia eleitoral. É verdade que Dilma deu seus escorregões nesse início de campanha. Mas deu sorte, por ser início de campanha e pelo vácuo da Copa do Mundo.
3. Serra tem priorizado falar aos meios de comunicação, sobretudo para as rádios. É bom, pois rádio é mais interativo e capilar. As equipes contratadas e espontâneas de internet já estão em campo. Mas as questões centrais de uma campanha estão no binômio "performance do candidato/agenda". A performance é como uma teatralização da agenda. Performance com agenda errada é contracampanha.
4. Até aqui, nenhum dos dois candidatos sinalizou, se é que sabem, qual deva ser a agenda de sua campanha, que mobilizará o imaginário do eleitor e o levará à vitoria. Continuidade, bastará? Quando terminar a Copa do Mundo as agendas já devem estar em campo. Quem não a tiver, não vai para uma eleição: vai para uma loteria de marketing eleitoral. Campanha é como lavoura: semeadura (contato com o eleitor) e irrigação (propaganda). Irrigar sem semear é molhar a terra apenas. Semear sem irrigar é plantar um feijãozinho num algodão com água.
5. Mas a irrigação deve estar sincronizada com a semeadura: leva-se a agenda na base, e esparge-se nos veículos. E há um terceiro e fundamental elemento: o adubo. O adubo são os multiplicadores, aqueles que aceleram fluxos de opinamento, por se sentirem incorporados e motivados. A campanha de Dilma tem adubos naturais: os que estão bem empregados na máquina de governo, direta ou indiretamente. Mas se a agenda for equivocada o adubo pode atrair fungo.
6. Serra tem que mobilizar adubos além de acertar na agenda e, assim, no imaginário do eleitor. Os contatos que os candidatos fazem com as elites fazem parte da coreografia eleitoral e das manchetes dos jornais, mas numa eleição percebida sem riscos, representam apenas o final da linha: a colheita, aliás, pré-definida. Essas semanas futebolísticas podem servir para o processo de escolha das sementes especiais, ou dos adubos. O contato com a militância, e não se entenda aqui como comício, é que produz adubos.
7. O jogo de coordenação mal começa. As pesquisas vão oscilando, mas podem dar informações que não estão explícitas nos números. É provável que, pela antecipação, o jogo de coordenação em torno de Dilma tenha avançado mais. Ou seja, entre os que marcam intenção de voto nela, a proporção dos que se acham totalmente definidos deve ser maior. Se for assim, as oscilações tendem a favorecê-la até que se igualem aquelas taxas de fixação do eleitor.
8. Portanto cabe: a) identifica a agenda vitoriosa; b) preparar os atores para a melhor performance nos palcos; c) saber fazer as perguntas nas pesquisas; d) construir a rede de aceleradores por motivação política, ou adubos de ultima geração.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"

Um comentário:

Mariana disse...

Muito bom o artigo de Cesar Maia, como sempre. No caso e Dilma, ainda espero que o TSE entenda bem de "agricultura", prá condenar êsse plantio com excesso de irrigação, porque certamente não dará bons frutos.