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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tasso Franco e as mudanças em "A Tarde"

Deu no "Bahia Já":
1. Já está circulando o jornal A Tarde, o mais importante veículo de comunicação impresso diário da Bahia e também o de maior circulação, com seu novo formato gráfico e editorial por imposição das novas tendências do mercado ditadas pela ascensão das plantas multimidias, especialmente as páginas do "new web journalism" que, estão provocando uma revolução mundial nas comunicações, e impondo uma queda de aceitação dos meios impressos.
2. Na Bahia, não poderia ser diferente. Este provavelmente será o maior desafio de A Tarde em sua história de quase 90 anos de existência porque se trata de um movimento que está democratizando a informação de tal maneira, na capital e no interior, que ainda não dá pra medir o que acontecerá.
3. Mas, o novo projeto do jornal, enxugando sua planta editorial com fim de vários suplementos, indica que, além dos planos gráfico e editorial, pesa o custo industrial. Este é um fator pouco lembrado ao público, mas, quem trabalha no meio sabe o que representa custos dolarizados de papel, tinta e insumos gráficos.
4. E, evidentemente, o mais importante de tudo, a percepção de mudança de conteúdo a ser apresentado daqui pra frente uma vez que o meio impresso deixou de ser uma referência inicial às notícias e reforma gráfica, mesmo com estudos e análises apurados, servem pouco ou quase nada.
5. O leitor está pouco se importando com isso porque jornal não tem a dinâmica da TV, imagens de gols e crimes, e a internet, além de ser mais ágil do que qualquer ambiente, tem tudo isso para ele e de graça. Daí que, a notícia no impresso necessita de um aporte adicional de conteúdo, exatamente para que seja atraente e lhe ofereça uma interpretação diferenciada que, nem a TV; nem a Internet oferecem.
6. A Tarde já tinha esse diferencial com uma série de suplementos (Rural, Cultural, Informática, Turismo, Muito, etc), mas, muitos deles serão absorvidos pelo Caderno 2+ exatamente para enxugar a planta industrial perdulária, sem fins lucrativos, uma vez que o mercado publicitário baiano sempre foi tímido para dar suporte a tudo isso. E aí, não tenha dúvidas, haverá demissões de profissionais.
7. Um exemplo disso foi o suplemento Cultural que circulava aos sábados. Criado por Jorge Calmon com Adinoel Mota Maia, no início da década de 1990, nunca conseguiu ter anúncios como, por exemplo, o Prosa & Verso de O Globo. Por que? Porque a Bahia sequer tem uma editora comercial, todo mundo vive empendurado na Lei Rouanet, não existe produto literário nacional, e, portanto, ninguém anuncia.
8. Era um produto diferenciado para o leitor? Sem dúvida. Mas, sempre deu prejuízo a empresa, a qual, observa o lado do cliente sem perder de vista o comercial. O suplemento Rural é a mesma coisa. Existe há anos. Mas, agora que o agronegócio está embalando na Bahia. E, como se trata de um produto muito específico envolvendo máquinas e equipamentos, os anunciantes e produtores preferem outros veículos.
9. A revoluação do ambiente Internet vei pra ficar e tem se desdobrado em segmentos os mais variados possíveis. Como já visto nos Estados Unidos e na Europa, e também na Ásia, sobretudo no Japão e na Coréia do Sul, o meio impresso tomou um baque extraordinário. Hoje, os grandes veículos dos EUA (NYT, Whashinton Post, Los Angeles Times, etc) estão organizando uma corporação para organizar o ambiente Internet como valor agregado, assim como surgiram as agências AP, EFE, etc, cobrando serviços mundiais.
10. A Tarde já faz isso com sua agência on-line e parte para essa nova investida no meio impresso que vai ser mudança e tanto. Não se faz omelete sem quebrar ovos. A expectativa na redação e outras áreas da empresa é grande, nesta segunda-feira, 31 de agosto. É o último dia do agosto negro.
Observação: O jornalista Tasso Franco esteve nesta segunda-feira, 31, em Feira de Santana.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dizer o que? Competir com a internet,é mesmo difícil,prá qualquer jornal impresso. Certa vez,perguntaram a Ali Kammel,editor chefe do jornal "O Globo" e ele disse que não acreditava que o jornal impresso,o bom jornal,pudesse acabar, apesar da velocidade e da interação que a internet permite,mas que o jornal impresso seria um coadjuvante da notícia digitalizada,explicando,interpretando e fazendo a análise dos fatos e seus efeitos.Também creio nisto e não será mais como antes,com certeza. Mariana