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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Miséria moral"

Editorial do jornal "Folha de S. Paulo", edição desta quinta-feira, 20:

Primeiro a prática, depois a teoria. O presidente Lula e o PT não têm feito segredo dos compromissos que os vinculam, hoje em dia, ao ex-presidente José Sarney -para nada dizer das relações cordiais que mantêm com Fernando Collor de Mello.
Adversários históricos, todos se conciliam em torno de um objetivo que só na aparência corresponde à desgastada tese da "governabilidade".
Em pauta, acima de tudo, está o interesse lulista de garantir o apoio do PMDB à candidatura Dilma Rousseff. Provêm dessa penosa circunstância, como se sabe, as cenas de hesitação eventual e de governismo explícito que dividem a bancada petista no Senado. É como se não houvesse nada de mais incômodo, no momento, do que discutir a ética na política -assunto que, no passado, constituía uma constante na retórica do partido.
O pragmatismo lulista vai seguindo seu curso habitual. Nada de novo haveria a assinalar neste tópico, não tivesse o presidente da República oferecido, em recente entrevista a uma emissora de rádio do Rio, estranhas justificações teóricas para o espetáculo que protagoniza.
Em meio a nebulosas considerações sobre a qualidade dos times brasileiros de futebol e sobre os peixes que cria num lago do Palácio da Alvorada, Lula recorreu a um exemplo histórico para condenar o que chamou de "denuncismo".
"Eu estava lembrando o seguinte", disse Lula. "Este país teve um presidente que governou com mão dura durante 15 anos, chamado Getúlio Vargas (...) esse homem, em quatro anos de democracia, foi levado ao suicídio porque era chamado de ladrão todos os dias".
Num vertiginoso retrospecto, Lula relembrou outros casos de "denuncismo", coroando suas considerações com uma referência casual: "depois foi o Collor".
Nada como uma ditadura, portanto, para proteger governantes de denúncias. É esta, sem dúvida, a única conclusão cabível da referência feita pelo presidente ao período de "mão dura" do Estado Novo.
Não é certamente o caso de atribuir peso excessivo a mais uma das incontáveis infelicidades verbais de Lula. Sinais de tentação autoritária, comuns tanto à direita quanto à esquerda sul-americana, mostram-se menos presentes no Brasil do que em outros países do continente.
Persiste, entretanto, a renitente disposição governista de atacar a imprensa, cada vez que se desvelam os abusos dos poderosos de plantão.
A crítica lulista ao "denuncismo" não é nova. Mas que se faça o elogio da repressão ditatorial varguista, e que se chegue ao ponto de lembrar o impeachment de Collor como exemplo dos possíveis perigos das mobilizações da opinião pública, é algo que revela, lamentavelmente, a miséria moral do petismo - e o tipo de companhias de que depende para a continuidade de seu projeto de poder.

9 comentários:

Anônimo disse...

Não adianta,ninguém consegue mais associar o PT de até 2002 à este presidente.Nunca gostei do PT e dos discursos de seus membros,mas Lula,NÃO É O PT. Lula é muuuiito pior!! É um psicopata sem sombra de dúvidas.Aquele povo babando nas platéias onde discursa,me lembra aquele maluco,o pastor Jim Jones, que fez a cabeça de milhares de seguidores,impondo as SUAS verdades, até a hora de suas mortes.Sai de retro.Mariana

Anônimo disse...

miséria moral mesmoooooooo

Anônimo disse...

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Sexta-feira, 21 de Agosto de 2009
Ética: sozinha ou acompanhada? (21/08)
O pavor do petismo não é o questionamento “ético”. Isso ele acredita que tirará de letra. O problema está em outro lugar. O risco se encontra numa possível novidade

Almoçava com dois amigos quando surgiu a pergunta. O que seria do PT sem o PSDB? O que o partido teria a dizer na eleição sem recorrer ao “risco da volta ao passado”? À “ameaça do retorno dos neoliberais”? Ou ao “espectro da retomada das privatizações”? Houve um certo silêncio. É possível que o PT, nessa situação, tivesse até como expor seus feitos. Onde estaria a dificuldade? Em oferecer uma visão consistente de futuro. Neste ponto o leitor poderá imaginar que a coluna é uma suíte (continuação) da de ontem. Terá razão.

Não chega a ser novidade na História do Brasil. Dada a nossa instabilidade democrática estrutural, aqui a renovação política acontece como eliminação e entronização cíclica de partidos — e não só de líderes. Pelo menos desde a Revolução de 1930, quando de fato se proclamou a nossa República. Tivemos a hegemonia do Partido Social Democrático (PSD) de 1945 a 1961. Depois da rápida gripe janista, ensaiou-se uma oportunidade para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), abortada pela ruptura militar de 1964.

Daí veio a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que só brilhou de verdade no “milagre brasileiro”, graças ao crescimento explosivo da economia e ao voto nulo pregado por boa parte da oposição. O fim do “milagre” e a completa derrota militar da luta armada abriram caminho ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Que depois virou PMDB, ganhou com Tancredo Neves no colégio eleitoral e afundou-se no dilema hamletiano de ser ou não governo com José Sarney. Do que resultaram tanto a festejada Constituição de 1988 quanto a odiada hiperinflação.

Então chegou o tsunami Fernando Collor, com Luiz Inácio Lula da Silva na cola. Collor foi um Janio Quadros tardio, no apelo e no destino. O impeachment, hoje objeto de revisão histórica por alguns protagonistas, como Lula, abriu a temporada de predomínio dos “éticos na política”. Natural, assim, que PSDB e PT tenham ocupado o palco nas últimas duas décadas, nascidos que foram da negação da “política como ela é”. Ojeriza que precisaram arquivar quando chegaram ao poder. Coisa que aliás não exigiu tanto sofrimento.

(continua...)

Anônimo disse...

Nessas nossas idas e vindas, volta e meia aparece o discurso de “evitar a volta ao passado”. Ele costuma ter um componente sincero, que convive bem com o natural desejo de se segurar no poder. É humano que os detentores deste em algum momento passem a enxergar a própria continuidade como absolutamente fundamental para o interesse pátrio. Mas costuma marcar também uma certa propensão ao declínio. Pois é um sintoma de que o príncipe tem dificuldade de falar sobre o futuro. Ora, se é preciso fazer, e se vai fazê-lo, por que não fez até agora?

A notícia das últimas horas é a crise no PT por causa das confusões no Senado. Talvez ela deva ser relativizada. Já faz algum tempo que o partido se estranha com o udenismo, marca registrada de sua infância e juventude. Uns vão sair, outros vão ficar e nada, ou quase nada, vai acontecer de sério. Daqui a algumas horas estarão todos reunidos matutando sobre a melhor maneira de continuarem depois de 2011 nas cadeiras que ocupam hoje. O caso tomará certo espaço na imprensa, dado que esta gosta de novidades, de boas imagens e de boas frases, como as que podem ser pinçadas das duras declarações do senador Flávio Arns (PT-PR). E só.

O pavor do petismo não está aí, no questionamento “ético”. Isso ele acredita que tirará de letra. O problema é outro. Qual é a proposta da candidata do PT para que as crianças e jovens saiam da escola sabendo ler, escrever e fazer contas? Qual é a proposta para humanizar o atendimento nas portas de entrada do sistema de Saúde? O que o governo federal pode fazer a mais para enfrentar a gravíssima situação da segurança pública, do narcotráfico e do crime organizado? Como finalmente conseguir o crescimento sustentado e sustentável, num planeta em pânico com o papel do Brasil no aquecimento global? E, sobretudo, se o PT sabe como fazer essas e outras coisas, por que não fez nos oito anos em que esteve lá?

Lula deixará aos brasileiros um país com menos pobreza e um pouco mais de crescimento. Mas entraremos em 2011 sendo ainda a tartaruga dos Brics, o território livre dos piratas da banca, o maior spread do mundo, o paraíso da ciranda financeira. Teremos perdido também uma oportunidade única de enfrentar a absurda concentração de terras. Ao contrário, a obsessão pelo etanol terá contribuído para piorá-la.

Talvez seja mesmo o caso de o PT rezar e, principalmente, trabalhar por uma eleição sem novidades. A ética sozinha não faz verão. Problema será se ela vier acompanhada à festa.

Coluna (Nas entrelinhas) publicada hoje no Correio Braziliense.

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Anônimo disse...

Quinta-feira, 20 de Agosto de 2009
Fatura remetida ao Planalto (20/08)
O PT está ficando com uma cara de coisa antiga. Menos do que a do tucanato associado a FHC, mas ainda assim antiga. Um eventual governo Dilma corre o risco de nascer velho? O que o eleitor vai achar disso?

A bancada do PT no Senado tem uma dívida com o líder, Aloizio Mercadante (SP). Ao insistir que José Sarney (PMDB-AP) devia explicações ao Conselho de Ética, Mercadante ajudou a proteger os colegas, deixando mais que claro de onde vinham as pressões pelo arquivamento sumário: do Palácio do Planalto. O senador João Pedro (PT-AM) também contribuiu, quando leu no conselho um texto com a posição pública do presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP).

Assim, se manter Sarney na Presidência do Senado interessava antes de tudo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o próprio assumisse o ônus. A posição de Mercadante serviu também de escudo a dois colegas em particular, Delcídio Amaral (MS) e Ideli Salvatti (SC). Ambos candidatos ano que vem poderão dizer que votaram com o partido, com o presidente Lula, que fizeram esse sacrifício em nome do projeto maior. A única coisa que não pode faltar a um político é o discurso. Se o líder não consegue oferecer aos liderados a vitória, que pelo menos dê o discurso.

Lula desenvolveu ao longo dos anos uma tecnologia. É a história do técnico de futebol para quem “eu ganhei, nós empatamos, eles perderam”. Tudo vai se desenhando para que 2010 represente o ápice da estratégia. Será a eleição do tudo ou nada. A cúpula do PT opera para não ter candidatos viáveis nos maiores colégios eleitorais. Uma exceção será o ministro da Justiça, Tarso Genro, que deu o drible da vaca na direção nacional do partido e foi também beneficiado pelo desastre político do tucanato no Rio Grande do Sul.

A tese predominante no PT é abrir mão de tudo que possa representar risco para a montagem de um palanque invencível na sucessão presidencial. Teoricamente faz sentido. O tempo de televisão do PMDB dará um belo trunfo a Dilma Rousseff, ainda mais se houver mesmo o desgarramento de outros pedaços da base do governo. O problema, de novo, é o discurso. Ao PT resta hoje a tese de que fez um governo melhor do que fizera o PSDB. É verdade. Se for só por isso, Dilma pode preparar o tailleur.

Eleições são apostas sobre o futuro. O presente pode ganhar, desde que dispute com o passado, já que em relação ao passado o presente é o futuro. Fernando Henrique Cardoso reelegeu-se em 1998 porque as pessoas não queriam de volta o passado de inflação. E Lula venceu em 2006 porque os eleitores não desejavam a volta do passado representado por FHC.

Aliás, talvez os tucanos nunca tenham entendido como a história das privatizações rendeu tanto ao PT naquele ano. Não foi porque o brasileiro se tornou um estatista fanático, mas talvez porque o ambiente de polarização ideológica tenha reavivado as brasas adormecidas da péssima memória popular sobre o segundo quadriênio do PSDB no Planalto. Que persiste até hoje. Basta olhar para as pesquisas, nas quais invariavelmente o campo político tucano-democrata aparece em minoria quando se pergunta sobre o sucessor de Lula.

Mas o discurso da continuidade encontra o limite quando se vê diante do apelo do futuro. Não qualquer futuro. Um viável. Esse é o risco do caminho pelo qual o situacionismo conduz a guerra. O PT está ficando com uma cara de coisa antiga. Menos do que a do tucanato associado a FHC, mas ainda assim antiga. Um eventual governo Dilma corre o risco de nascer velho? O que o eleitor vai achar disso? E qual é a liderança partidária que poderia encarnar hoje o sentimento de renovação política?

Não é à toa que Lula se movimenta para matar as alternativas. Ele sabe o que faz.

Anônimo disse...

Homenagem

Um último detalhe. O PMDB que representou contra o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) votou no Conselho de Ética para arquivar sumariamente o mesmo processo que o partido havia apresentado. Foi uma posição transparente, a admissão de que a coisa se reduzia apenas à política. O PMDB poderia ter votado para abrir o processo contra o líder tucano. Não mudaria o desfecho. Mas preferiu dar os votos que garantiram a unanimidade a favor de Virgílio. Talvez tenha sido uma homenagem.

Sofisticado

Como foi notado ao longo do dia, e finalmente verbalizado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), a senadora Marina Silva (sem partido-AC) escolheu deixar o PT no dia em que a legenda votou para impedir qualquer investigação sobre o presidente do Senado. Talvez agora os que a reduzem a uma “candidata temática” percebam que estão diante de algo mais sofisticado.

Coluna (Nas entrelinhas) publicada hoje no Correio Braziliense.

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Anônimo disse...

O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) é o entrevistado desta semana em Jogo do Poder, programa que eu apresento todas as quartas-feiras às 22:30 na CNT, logo após o CNT Jornal. Clique na imagem para assistir. Veja aqui como sintonizar em sua cidade. Participa também Tiago Pariz, do Correio Braziliense. Para ver os programas anteriores, vá à lista.

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Anônimo disse...

Liberdade de imprensa e autorregulamentação (19/08)
Não faz sentido um direito de resposta esperar indefinidamente por decisão judicial, quando poderia ser dado a partir da autoridade moral de uma instituição reconhecida pelos jornalistas, pelas empresas e pela sociedade

Tive a oportunidade de participar ontem aqui em Brasília de um painel promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), na comemoração dos 30 anos da entidade. Jornalista discutir liberdade de imprensa (o tema) é sempre bom, mesmo correndo o risco de aparentar que legisla em causa própria. No mundo ideal, jornalista deveria “jornalistar”, deixando a outros o debate sobre as circunstâncias da atividade. Talvez como no futebol, onde comentarista não joga bola profissionalmente e jogador não ganha a vida comentando.

Isso no plano ideal, que não existe. Na vida real as coisas estão misturadas. Também pela perplexidade nascida da revolução nas comunicações. Nunca se discutiu tanto o jornalismo. E nunca houve tamanho mercado para ele, ainda que as formas tradicionais de distribuição estejam às voltas com o desafio de se renovar, de encontrar caminhos econômicos num mundo onde as pessoas não mais dependem de uma ou duas fontes informativas.

Voltando ao tema. A liberdade jornalística em nosso país está balizada pela Constituição de 1988, que vem de ser interpretada duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos julgamentos da Lei de Imprensa e da obrigatoriedade do diploma profissional universitário específico. Em ambos o STF firmou a posição de que todo limite legal prévio ao acesso e ao exercício afronta o direito à livre expressão das ideias, consagrado na Carta.

Assim, não é que a liberdade de imprensa seja absoluta: ela só não pode ser previamente limitada. Cada um diga o que quiser, mas responda pelo que disse, a posteriori. Parece razoável, pois se houver o poder de impedir a veiculação a priori de material jornalístico alguém necessariamente terá adquirido o direito de censurar previamente. Coisa que a Constituição proíbe.

E os direitos à imagem e à privacidade, também não estão garantidos na Carta? Estão, mas, segundo a Suprema Corte, não podem ser usados para cercear a liberdade de expressão. Pelo mesmo motivo já citado, pelo veto constitucional à censura prévia. Então, segundo o texto de 1988 e as interpretações posteriores, fica claro que o controle público sobre a atividade da comunicação deve sim ser feito, pela Justiça. Com base nas leis votadas pelo Congresso Nacional e submetidas ao controle de constitucionalidade.

Outro tema abordado pelos colegas participantes foi a necessidade de autorregulação, nos moldes do conselho existente no mercado da propaganda. Defendi isso cinco anos atrás, em artigo publicado na Folha de S.Paulo. Sugeri formar um comitê com representantes das entidades dos jornalistas (Fenaj, ABI), das empresas de comunicação e de órgãos de defesa do consumidor. Seria uma instituição não governamental. Ficaria proibida de ter qualquer relação de dependência com governos. Exerceria “vigilância ética”.

Provocada, pronunciar-se-ia sobre o que considerasse antiético ou imoral, ainda que não necessariamente ilegal. O comitê faria recomendações, aprovadas por pelo menos dois terços de seus membros. O quorum alto forçaria decisões quase consensuais do colegiado, para evitar que se tornasse palco de disputas corporativas entre jornalistas e veículos. Ou de guerras partidárias. Não faz sentido, por exemplo, um direito de resposta esperar indefinidamente por decisão judicial, quando poderia ser dado a partir da autoridade moral de uma instituição reconhecida pelos jornalistas, pelas empresas e pela sociedade.

Esta é uma sugestão estritamente pessoal, assim como as opiniões expostas no painel da ANJ. Deve haver muitas outras ideias, bem melhores. De todo modo, fica o debate.

Anônimo disse...

Retomada

Antes do painel, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou sobre a economia. Disse que depois de dois trimestres de recessão teremos um de forte crescimento. Segundo ele, os números de abril a junho de 2009, anualizados, trarão uma expansão econômica de mais de 6%. Tomara.

Coluna (Nas entrelinhas) publicada hoje no Correio Braziliense.

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