Por Paulo Cesar Bastos
O crescimento desordenado das nossas cidades provocou a multiplicação dos problemas de moradia, educação, saúde, saneamento, lazer, segurança e transportes. Paralelo a isso, no entanto, os posicionamentos políticos, a gestão pública e as avaliações das necessidades não tiveram o necessário desenvolvimento para acompanhar esse urbano crescimento.
Num cenário global em que se fala em sociedade e economia do conhecimento, o bom uso da técnica e as boas práticas da administração eficiente foram para o portal do esquecimento. Existe muita inútil locução para pouca e eficiente ação. Assim, inovar é preciso através de uma correta aplicação da tecnologia. Para o processo de transformação em uma cidade eficiente é preciso um planejamento competente. Abandonar as abordagens catastróficas, negativistas e inconseqüentes que não levam a lugar algum. As nossas cidades não são inviáveis. Com boas práticas de gestão e o bom uso da técnica surgem os bons caminhos, as eficientes e eficazes soluções e as estratégias de longo prazo, duradoras e sustentáveis. Vale começar do básico e persistir até as raias do que às vezes é considerado impossível. Não exagerar no otimismo, mas ter um comportamento criativo e positivo. Não existem barreiras intransponíveis para um bom planejamento e capacidade de gestão. Posto isso, torna-se imprescindível e urgente um processo de aplicação de um desenvolvimento sustentável no lugar de um crescimento discutível e sofrível. Sustentabilidade não significa imobilidade, ao contrário representa as múltiplas atividades para uma verdadeira prosperidade. Os eleitos ganham o direito e o dever da escolha. Vale utilizar com lógica a pegada tecnológica. Colocar a ciência, tecnologia e inovação na prática e a serviço do cidadão. Valorizar os sábios e esquecer os sabidos. Não precisa ser utopia ou fantasia, basta escolher os profissionais experientes e não os oportunistas subservientes. Urge, portanto, uma transformação nos métodos e processos administrativos e políticos para a garantia de uma melhor qualidade de vida. As cidades precisam deixar de ser um local só para morar, devem ser, também, um bom lugar para bem viver.
Paulo Cesar Bastos é engenheiro civil pela Escola Politécnica da UFBA, 1973.
Artigo publicado inicialmente em eniopadilha.com.br
site especializado em engenharia e gestão em 2014. Dez anos depois, continua atual e vale a pena ler de novo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário