Assista a entrevista na íntegra
Um grupo se reuniu e orou de mãos dadas,
intercedendo pela entrevista e pela situação do Brasil
Na noite de terça-feira, 28, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL)
participou da sabatina do "Jornal Nacional", da Rede Globo. Ele foi
entrevistado por William Bonner e Renata Vasconcelos. Antes, porém, esteve numa
roda de oração com Magno Malta.
O vídeo foi compartilhado no Instagram do senador, no momento em que ele
intercedia pela vida do amigo. Ele citou que o povo brasileiro está revoltado
com a atitude dos ministros. "Nós acreditamos que o Senhor pode mudar a
história", orou.
"Queremos colocar a Rede Globo em suas mãos, Senhor, cuida dela. Nós não
podemos. Meu Deus, não sabemos o que maquina no coração e na cabeça deles",
disse.
Ele foi o segundo entrevistado na série do jornal com os
presidenciáveis. O primeiro foi Ciro Gomes (PDT). Nas entrevistas são abordados
os temas que marcam cada uma das candidaturas e são abordados alguns pontos dos
programas de governo.
Muitas perguntas foram baseadas em declarações polêmicas de Bolsonaro,
ao que ele respondeu fazendo comparações e citando a privacidade dos âncoras
William Bonner e Renata Vasconcelos.
"Dias melhores para o Brasil"
Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual Bolsonaro se apresenta como "o novo", mesmo tendo feito da "política a sua profissão", ele respondeu: "Estou na política há muito tempo, tenho 17 anos de exército brasileiro e
mantive a minha linha. Ser honesto, Bonner, não é virtude, é obrigação".
Quando o assunto é economia, ele declara que a parceria com o economista
Paulo Guedes, como seu candidato a ministro da Fazenda, está baseada no
objetivo de "buscar dias melhores para o Brasil".
Sobre a desigualdade de gênero, a pauta foi sobre as mulheres que ganham
25% a menos que os homens. "Esse rótulo foi pregado em mim […] eu estudei e
falei por que mulher ganhava menos do que homem de acordo com estudos do IBGE",
explica.
Várias questões foram colocadas, como direitos trabalhistas, emprego no
Brasil, burocracia para abertura de empresas e até o salário que "é muito para
quem paga e pouco para quem ganha".
Bolsonaro protestou: "Não joguem a responsabilidade em cima de um
candidato à Presidência, por causa da quantidade de problemas que temos no
Brasil".
Homofobia
Bombardeado de perguntas e citações de frases ditas no passado,
Bolsonaro respondeu com a lembrança de quando foi surpreendido, nos corredores
da Câmara, com a realização do "9º Seminário LGBT Infantil".
"Eles estavam comemorando o lançamento de um material para combater a
homofobia, que passou a ser conhecido como kit gay", lembra. O candidato
levantou um livro, mostrando sua capa com o título "Aparelho Sexual e Cia".
Ele tentou explicar o motivo pelo qual dizem que ele é homofóbico, mas
só conseguiu citar que quer defender as crianças desse tipo de material, porém
foi impedido pelos jornalistas.
"Nada eu tenho contra o gay, eu tenho contra esse material em sala de
aula", defende. Ao ser confrontado sobre suas "fortes declarações", Bolsonaro
pede desculpas. "Foi um momento de temperatura alta […] porque o ativismo LGBT
levava para isso", explicou.
Últimos questionamentos
Outros temas foram abordados como a questão da segurança pública, o
problema da violência desenfreada e o tráfico de drogas. Posteriormente, a
pauta se desenvolveu para a crise política brasileira.
Uma questão foi levantada sobre a declaração do general Mourão, vice na
chapa de Bolsonaro - a possibilidade de uma intervenção militar em caso de caos
nos poderes da República. "Como fica a Constituição numa situação como essa?"
Bolsonaro respondeu: "No meu entender foi um alerta que ele deu, no mais
[...] eu fico com Roberto Marinho", e citou uma declaração de 1964 sobre a
participação da Globo na Revolução Democrática. "Roberto Marinho foi um ditador
ou democrata?", questiona.
Bolsonaro finalizou em seu último minuto de entrevista discursando sobre "o Brasil ideal para o futuro". E depois Bonner fez uma leitura sobre uma nota
redigida pela cúpula do Grupo Globo declarando que "o apoio editorial ao golpe
de 64 foi um erro".
Lembrando que uma nota de mesmo teor foi repassada pela jornalista
Miriam Leitão, por meio de ponto eletrônico, na sabatina de Jair Bolsonaro na
GloboNews, no início de agosto.
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