Por Augusto Nunes
A imagem que abre o vídeo (CLIQUE PARA ASSISTIR) de 11
segundos mostra o que parece ser a entrada de um hotel de luxo e parte da perna
de alguém de bermuda. Então irrompem na telinha Lula e Jaques Wagner. O
ex-presidente está de terno e camisa social sem gravata. O chefe da Casa Civil
veste o uniforme de comício no interior do Nordeste: calça escura e camisa
branca de mangas compridas.
Conversando em voz baixa, os bons
companheiros avançam com passadas rápidas até tropeçarem na pedra sonora no
meio do caminho: "E aí, ladrão!", diz em tom perfeitamente audível o homem
surpreendido pela aparição da dupla. Lula olha por milésimos de segundo para o
autor do pontapé verbal, engole a perplexidade, faz de conta que o alvejado foi
Jaques Wagner, engata uma quinta, acelera e sai de cena.
Desde aquela tarde de julho no
Maracanã, quando uma vaia de espantar Nelson Rodrigues abortou o palavrório
presidencial na abertura do Pan-2007, o palanque ambulante só discursa para
plateias amestradas, só circula sem cautelas nos encontros restritos à
companheirada e morre de medo do povo. Poupado de manifestações hostis graças a
essa forma rara de agorafobia, acaba de descobrir que a indignação das
multidões pode ser vocalizada por um homem só.
É irrelevante saber quem é o
brasileiro que reprisou com três palavras a histórica vaia no Maracanã. O
importante é Lula saber que acabou de ouvir a voz do Brasil.
Fonte: Direto ao Ponto
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