Por Reinaldo Azevedo
De
vez em quando, o governo toma uma decisão sábia. A presidente Dilma Rousseff
desistiu de fazer o tradicional discurso de Primeiro de Maio. Vejam bem,
senhoras e senhores, a enormidade do buraco em que se meteu o PT. A mandatária
de um partido que se diz dos "trabalhadores" está impedida de falar
em rede nacional no Dia do Trabalho porque dá como certa, e tem razão, que a fala
seria usada como estímulo para um panelaço.
Segundo o ministro Edinho Silva, da Secom, Dilma vai se comunicar
com os trabalhadores por meio das redes sociais. Pois é… Eventuais tuitaços são
feitos em silêncio, não é mesmo? Leio na 'Folha' a seguinte declaração do
ministro: "Primeiro, é uma forma de valorizarmos outros modais de comunicação.
Segundo, a presidente não precisa se pronunciar em cadeia nacional". Edinho
negou, contra todas as evidências, que a decisão tenha algo a ver com o medo do
penelaço: "A presidente não teme nenhum tipo de manifestação da democracia".
Bem, então por que não fala? A negativa, convenham, é um pouquinho
ridícula. Um governante faz um pronunciamento para ser ouvido. Qual daria maior
alcance à fala de Dilma em tempos normais? É evidente que seria a rede nacional
de rádio e televisão. Pode não ser temor. Vai ver é uma questão de gosto, né?
Ninguém fica feliz quando é vaiado. De resto, o governo avalia que a crise deu
uma esfriada. Um pronunciamento poderia aumentar rapidamente a temperatura.
Ademais, é preciso ter algo a dizer. Com o que acenaria a presidente em seu
eventual discurso?
Pois é… Quem diria? Chegamos ao ponto em que um governo prefere
aparecer pouco. E isso não é da natureza dos políticos, a menos que estejam
muito mal na fita.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário