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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

"Rui Falcão, o chefe dos reacionários, fala bobagem sobre a Petrobras e sobre golpe"

Por Reinaldo Azevedo
Ai, Ai…  As forças da reação se organizam. Como diria Karl Marx, já citado hoje neste blog, "a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos". De quem estou falando?  Ora, de Rui Falcão, presidente do PT, que hoje comanda a tropa dos reacionários do país. E o que é um reacionário? À diferença do conservador, que defende a preservação de instituições para que se possam fazer as mudanças, o reaça quer forçar a história andar para trás, ele quer restaurar um passado que já passou, ele quer recuperar privilégios perdidos. Faço uma pequena digressão. A imagem é de Chesterton, um conservador iluminado, sem trocadilho: os postes de luz devem ser permanentemente pintados para que continuem funcionais. Eles mudam para que, sobrevivendo, suportem a luz. Alguém poderia brincar: "Ah, mas não seria o caso de enterrar os fios, tornando obsoletos os postes?". Se e quando isso for necessário, sim. Mas que se preserve lá, de pé, a história, como parte de um passado que fez o presente e anuncia e o futuro. A civilização se faz do acúmulo de conhecimento e de experiência, não da eliminação do passado. Num caso, temos democracia; noutro, Estado Islâmico. Mas volto ao ponto.
Rui Falcão, o presidente do PT, estava com a macaca nesta quarta. Logo depois de uma reunião com a bancada federal do partido, deu a seguinte declaração: "O mais importante é fortalecer a Petrobras e mostrar que é uma empresa que tem recursos para o futuro do país. Há uma tentativa muito grande de desmerecer a Petrobras como empresa pública". Como é que é?
Sob o comando do PT, a estatal chega perto da insolvência, palco do maior escândalo de que se tem notícia - deve haver outros, cujo conteúdo desconhecemos - na história do país. Na gestão do petista José Sérgio Gabrielli, uma quadrilha se apoderou da empresa. Mas Rui Falcão acha que a diretriz tem de continuar a mesma.
Ele especificou o seu desejo de mesmice: "Nós temos que manter as políticas de conteúdo nacional da Petrobras, que garantem emprego e recursos para o país. Não concordamos com analistas que defendem privatizar a Petrobras, tirar dela a condição de operadora única do pré-sal e mudar o regime de partilha para o regime de concessão".
Vamos ver. Infelizmente, são poucas as vozes que defendem a privatização da Petrobras - entre os homens públicos, ninguém até agora A chamada política de conteúdo nacional gerou uma empresa à beira da insolvência, a Sete, onde Dilma quer enfiar R$ 10 bilhões, e só serve para elevar os custos da Petrobras. O regime de partilha, da forma como imposto à estatal, exige da empresa o desembolso de um dinheiro que ela não tem.
Falcão estava animado e resolveu se pronunciar também sobre um parecer do advogado Ives Gandra Martins, segundo quem Dilma pode ser alvo de um processo de impeachment, ainda que por ações culposas. Afirmou: "Não vejo nem base jurídica nem base política para isso. A presidente Dilma foi eleita e está conduzindo o país conforme o programa vitorioso nas urnas. Essas tentativas que são aqui ou ali ensaiadas, de flerte com o golpismo, não levo a sério porque a população brasileira está muito firme com a ideia da democracia. São chuvas de verão".
Flerte golpista uma ova! Eu nem defendo exatamente o ponto de vista de Ives Gandra, mas o que está numa lei democraticamente votada ou acolhida, golpe não é.  Golpe é organizar uma quadrilha para assaltar a Petrobras e o estado brasileiro.
O reacionário Falcão acha que o futuro do Brasil está no passado, no tempo em que os petistas davam as cartas. Levaram o país à bancarrota.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

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