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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Delator estima que PT recebeu até 200 milhões de dólares em propina da Petrobras

O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco afirmou à Justiça Federal, em acordo de delação premiada, que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, recebeu entre 150 milhões de dólares e 200 milhões de dólares em propina entre 2003 e 2013 por meio de desvios e fraudes em contratos com a Petrobras.
"Durante o período em que foi gerente executivo de Engenharia da Petrobras, subordinado ao diretor de Serviços, Renato de Souza Duque, entre fevereiro de 2003 a março de 2011, houve pagamento de propinas em favor do declarante [Barusco] e de Renato Duque, bem como em favor de João Vaccari Neto", diz trecho do depoimento de Barusco.
O pagamento envolveu 90 contratos de obras de grande porte entre a Petrobras, empresas coligadas e consórcios de empreiteiras. Os contratos estavam vinculados às diretorias de Abastecimento, Gás e Energia e Exploração e Produção. No rateio da propina, normalmente era cobrado 2% do valor do contrato, sendo que 1% era administrado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, e o outro 1% era repartido entre o PT e diretores da Petrobras, incluindo Renato Duque e Jorge Zelada, da Área Internacional da petroleira.
O delator detalhou a atuação de grandes operadores com atuação na Diretoria de Serviços. Um dos delatados foi o lobista Júlio Faerman, representante da holandesa SBM no Brasil. Segundo Barusco, Duque pediu a Faerman 300 mil dólares para a campanha do PT em 2010, "provavelmente a pedido de Vaccari".
Mesmo  após a saída de Duque e de Barusco da estatal, o propinoduto continuou ativo até fevereiro de 2014, admitiu o delator. Entre fevereiro de 2013 e fevereiro de 2014, ele foi diretor de Operações da Sete Brasil, uma empresa com participação societária da Petrobras, de bancos e de fundos de pensão. Barusco contou ainda que "soube que João Vaccari, em nome do PT, recebeu do estaleiro Keppel Fels a quantia de 4.523.000,00 dólares a título de propina".

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