O
ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco afirmou à Justiça Federal, em
acordo de delação premiada, que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto,
recebeu entre 150 milhões de dólares e 200 milhões de dólares em propina entre
2003 e 2013 por meio de desvios e fraudes em contratos com a Petrobras.
"Durante
o período em que foi gerente executivo de Engenharia da Petrobras, subordinado
ao diretor de Serviços, Renato de Souza Duque, entre fevereiro de 2003 a março
de 2011, houve pagamento de propinas em favor do declarante [Barusco] e de
Renato Duque, bem como em favor de João Vaccari Neto", diz trecho do depoimento
de Barusco.
O
pagamento envolveu 90 contratos de obras de grande porte entre a Petrobras,
empresas coligadas e consórcios de empreiteiras. Os contratos estavam
vinculados às diretorias de Abastecimento, Gás e Energia e Exploração e
Produção. No rateio da propina, normalmente era cobrado 2% do valor do
contrato, sendo que 1% era administrado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, e
o outro 1% era repartido entre o PT e diretores da Petrobras, incluindo Renato
Duque e Jorge Zelada, da Área Internacional da petroleira.
O delator
detalhou a atuação de grandes operadores com atuação na Diretoria de Serviços.
Um dos delatados foi o lobista Júlio Faerman, representante da holandesa SBM no
Brasil. Segundo Barusco, Duque pediu a Faerman 300 mil dólares para a campanha
do PT em 2010, "provavelmente a pedido de Vaccari".
Mesmo
após a saída de Duque e de Barusco da estatal, o propinoduto continuou ativo
até fevereiro de 2014, admitiu o delator. Entre fevereiro de 2013 e fevereiro
de 2014, ele foi diretor de Operações da Sete Brasil, uma empresa com
participação societária da Petrobras, de bancos e de fundos de pensão. Barusco
contou ainda que "soube que João Vaccari, em nome do PT, recebeu do estaleiro
Keppel Fels a quantia de 4.523.000,00 dólares a título de propina".
Fonte: http://veja.abril.com.br
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