Por
Reinaldo Azevedo
A presidente Dilma Rousseff disputa um segundo mandato, como
sabemos, mas ainda dá mostras de primarismo no trato com a coisa pública. Na
entrevista concedida ao Globo nesta sexta, ela afirmou, claro!, que desconhecia
a roubalheira que estava em curso na Petrobras. Reafirmou, para o espanto de
qualquer pessoa lógica, que a empresa dispõe de mecanismos de controle para se
prevenir de larápios. E continuou a afrontar o bom senso. Leiam o que ela
disse:
"Há corrupção em todas as empresas públicas ou privadas. A Petrobras tem órgãos internos e externos de controle. Mas quem descobriu foi a Polícia Federal. Se eu tivesse sabido qualquer coisa sobre o Paulo Roberto, ele teria sido demitido e investigado. Eu tirei o Paulo Roberto com um ano e quatro meses de governo. Eu não sabia o que ele estava fazendo. Eu tirei, porque não tinha afinidade nenhuma com ele."
"Há corrupção em todas as empresas públicas ou privadas. A Petrobras tem órgãos internos e externos de controle. Mas quem descobriu foi a Polícia Federal. Se eu tivesse sabido qualquer coisa sobre o Paulo Roberto, ele teria sido demitido e investigado. Eu tirei o Paulo Roberto com um ano e quatro meses de governo. Eu não sabia o que ele estava fazendo. Eu tirei, porque não tinha afinidade nenhuma com ele."
Então vamos quebrar essa fala absurda em miúdos. Sim, pode haver
corrupção na empresa privada também. Ocorre que, nesse caso, o prejuízo é do
dono, não do público. Quando descoberto, o sujeito perde o emprego e pode ir
preso. Em estatais, o bandido pode ser promovido.
Se, com órgãos internos e externos de controle, a enormidade
aconteceu, somos obrigados a concluir que os larápios já andaram mais depressa
e aprenderam a driblá-lo. Logo, esses mecanismos estão atrasados e são
ineficientes.
Mas ainda não chegamos ao pior. Dilma afirmou que demitiu Paulo
Roberto porque faltava afinidade entre ambos. Ainda bem! Afinidade houvesse,
ele teria continuado lá por mais tempo, roubando mais, não é?
Eis o problema da Petrobras e de todas as estatais: seus
comandantes são escolhidos ou se mantêm no cargo em razão da afinidade com os
poderosos de plantão. Segundo o raciocínio de Dilma, estivesse no posto um
homem probo e competente, teria ido para a rua do mesmo jeito. Por quê? Ora,
por falta de afinidade.
Como é que a maior empresa pública do país pode estar sujeita ao
gosto pessoal do governante de turno? Ao tentar se livrar de qualquer
responsabilidade por tudo o que se deu na empresa, Dilma assumiu culpas novas e
expôs as piores entranhas do estatismo.
Para encerrar, esta mesma presidente deu a Nestor Cerveró, que ela
diz ser o principal responsável pelo imbróglio de Pasadena, um empregão:
diretor financeiro da BR Distribuidora. A sua fala não para em pé, presidente!
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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