Artigo de Neil tô saindo de
esgueia Ferreira
Antes scriptum: Michael Moore no documentário
sobre a posse de armas nos EUA: " - Este é um trabalho de ficção; qualquer
semelhança com pessoas reais não é mera coincidência". Same here. (NF).
Lobisomens e Coisas-Ruins
em dobro, escrevendo xingações mútuas. Chances em dobro de ver o combate mortal
entre a Tigra e a Dragoa, nos 2 turnos; é a pior contra a pior e qualquer bicho
que dê, tanto faz a Tigra quanto a Dragoa, nós perdemos. Mas tomem tento, uma
empacou, outra caiu e Aécio acordou no último Ibope.
Eu tenho confiança, me
lembro do Carlinhos Sensitivo prevendo que o Aécio ganha; eu acredito, como
acredito em OVNIs e aliens, que me merecem mais fé do que o DataFalha e o
Ibope.
O combate mortal entre as
duas megeras é surdo, mas perceptível, é só ligar a tv e o rádio que se percebe
a sujeira que rola, uma atirando esgoto não tratado na outra.
A Tigra bancando a
coitadinha, respirando fundo como se estivesse segurando o choro pra dizer que "seus pais fingiam não estar com fome pra dividir um ovo entre 8 irmãos" (sic).
A Tigra é atriz, é uma "fingidora, que finge sentir a dor que
deveras sente". Pegou? Enganei um bobo na casca do ovo. A Tigra rosna um
rosnado tão mentiroso quanto as mentiras da Dragoa. "Don’t Cry For
Lula oh Marina…"
Ambas aprenderam como o
Imperador a se dizerem "Metamorfose Ambulante", nelas uma mentira ululante. O
Imperador sabe que a Dragoa vai perder e não vai guardar a cadeirona pra mais
um ou dois mandatos. Mas sabe que Tigra vai. O Suserano, em desgraça, atiça as
duas. Interessa a ele que se triturem, que cada uma devore a outra e que as
duas se engasguem; quer continuar mandando da sua masmorra de luxo. Qualquer
uma que vença está no bolso dele e pior pra nós.
Enfrentam-se em voos
noturnos pelos telhados de Brasília, pondo medo e dando insônia nos 20 mil
cumpanheros assentados em cargos de confiança. 20 mil só em Brasília.
Se a Dragoa vence, continua
a mesma mixórdia. Se for a Tigra, em nenhum momento ela fala em reduzir os 39
Ministérios e nem o número de cumpanheros mamando na viúva. Uma pela outra, PT
vs PT do B, é trocar 6 por media dúzia e eles mais ó ni nóis. Hélas
pour nous.
Telhados não. Niemeyer não
assina telhados. Inspirado nos barracos das favelas, dá à luz lajes como
as usadas pelos alegres excluídos, em festivos churrascos de gato, regados com
cerveja geladinha e generosas talagadas de goró.
A Tigra e a Dragoa já foram
vistas em vestes negras, peixeira na boca e porrete na mão, esgueirando-se por
tortuosas e mal iluminadas vias secundárias. Uma procurando degolar a outra em
traiçoeira emboscada. Feras ariscas, farejam presas à distância. Cascáveis,
reconhecem uma os guizos da outra. Ovos da serpente.
Que se matem.
Na lua cheia dos Lobisomens
e Coisas-Ruins, percebem-se seus vultos em velocidades incríveis. Tenta-se
captar uma imagem, não é possível nem com os onipresentes celulares. São o
pavor dos paparazzi.
Em apenas duas, são as
Quatras Cavaleiras do Apocalipse: a Peste, Fome, a Guerra e a Morte. (Temos
Quatras Cavaleiras neste país de Presidenta).
Quando em luta fingem
doçura, não caia nessa. A Tigra já foi do Círculo Íntimo do Poder, a Dragoa é.
O Imperador conhece-as de sobejo. Observe-o e descubra. Não observo mais,
enjoei da cara e do sotaque dele.
A Tigra é magrelinha,
moreninha, coitadinha, pobrinha. Imagem marquetera, mostra-se na tv qual
Neymar, que se joga ao chão a qualquer ventinho do ventilador, berrando dor de
falsa fratura exposta.
"Imagery is all, Reality is Nothing". É felina, pisando em algodão e
fazendo circunvoluções em volta da Dragoa; vai devorá-la, apostam Ibope,
DataFalha e as casas de apostas de Londres, onde a Tigra é pule de 10.
Quando filhote, "descalça e
analfabeta" (sic), rosnava como adulta e começou uma vitoriosa carreira de
política profissional, montada no seu primeiro palanque, o caixão do Chico
Mendes.
Mais tarde, foi arremessada
às alturas quando o avião fantasma de Eduardo Campos se arremessou às baixuras
e ela acrescentou mais um caixão ao seu palanque, o de Eduardo Campos.
Passou a fingir ser uma
Tigra amansada, que chora quando fala do Imperador, ao mesmo tempo em que rosna
para a Dragoa, cria do serpentário do Imperador.
No Retrato da Dragoa Quando
Jovem, fica-se sabendo que ela assaltava cofres. "Expropriações", ideologizava
juvenil. Velhusca e roliça, subiu nas alturas quando o Imperador chutou os
fundilhos do Suserano. Graças à prática com cofres, recebeu os
cofres mais bem fornidos do Império, com os milhões do bolsa-esmola e os
bilhões do PAC (Pranu di Aumentu da Cumpanherada).
A Dragoa fungou fogo pelas
ventas. Branquela, mestra em disfarces com paletozinhos vermelhos, gasta
fortunas para esconder os sinais notórios de que já passou do prazo de
validade.
Há bilhõezinhos saindo para
o ladrão, jorrados da Petrobras. As ações foram atiradas a profundezas
semelhantes às do Pré-Sal, mas sobem a cada queda da Dragoa.
Façam suas apostas senhoras
e senhores, a banca está aberta. Tombarão destroçadas ambas as megeras? Não
custa sonhar.
A quem pertencerá o trono
manchado de sangue (do Celso Daniel e Toninho de Campinas), malas locupletadas
com o apoio que o Mensalão e a Petrobras compram neççepaíz?
O Imperador, cultor de churrascos,
anda com a picanha friboi pendurada no pescoço. Nunca vai largar esse osso.
A Tigra e a Dragoa são
imaginárias, as megeras são reais.
Publicado no Jornal do Comércio,
de São Paulo
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