Por Augusto Nunes
No Jornal Nacional
de segunda-feira, William Bonner informou que TV Globo improvisara um estúdio
no Palácio da Alvorada porque presidentes à caça do segundo mandato tem o
direito de ser entrevistado em casa. Premiada com o privilégio negado a Aécio
Neves e Eduardo Campos, a Dilma Rousseff tentou valer-se das
prerrogativas de anfitriã para falar apenas o que interessa à
candidata. Compreensivelmente, sentiu-se em casa para vetar a entrada na
sala de um tema especialmente perigoso e fugir de perguntas incômodas contando
mentiras a Bonner e Patrícia Poeta.
Alegando que a
chefe do Poder Executivo não deve comentar decisões do Supremo Tribunal
Federal, negou-se a dizer o que acha do tratamento de vítima dispensado pelo PT
aos companheiros do mensalão. Dilma também garantiu que o índice da inflação
baixou para zero por cento, avisou já no fim de agosto que tudo vai ficar ainda
melhor no segundo semestre, respondeu com a louvação do programa Mais Médicos a
uma pergunta sobre o sistema de saúde em frangalhos e cumprimentou o antecessor
pela criação de órgãos que já existiam em janeiro de 2003. Fora o resto.
De nada adiantou
fazer o diabo recorrendo a palavrórios em dilmês de campanha. A entrevista só
serviu para confirmar que a primeira colocada nas pesquisas eleitorais é uma
candidata de altíssimo risco. E, tanto quanto Dilma, deixou a Globo pior no
retrato. Depois da conversa no Alvorada, só falta transferir para a Granja do Torto o debate entre
os principais candidatos. É só pedir a autorização do ditador cubano Raúl
Castro. Por concessão do governo brasileiro, hoje é ele quem dá as cartas por
lá.
Fonte: "Direto ao Ponto"
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