Pedra no sapato da presidente Dilma Rousseff, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder do PMDB na
Câmara, não perdeu a oportunidade, nesta sexta-feira, 8, de constranger a petista.
Em evento de campanha da presidente na Assembleia de Deus do Brás,
em São Paulo, Cunha, representante da bancada evangélica no Congresso, trouxe à
tona temas desconfortáveis para Dilma. Disse que o Ministério da Saúde publicou
um decreto para 'legalizar indiretamente' o aborto no Sistema Único de Saúde
(SUS), e só desistiu da ideia por pressão da bancada religiosa. "Falo como
um servo de Deus, e não como líder do PMDB. No momento seguinte à edição dessa
portaria, procurei o ministro Arthur Chioro, da Saúde, relatei o problema,
expus as nossas posições. O ministro, em menos de 24 horas, provavelmente
consultando a senhora, revogou a portaria. Quero agradecer pela sensibilidade
de ter entendido que erros podem ser cometidos e por tê-los consertado no
momento em que foram alertados", disse Cunha do púlpito.
A presidente não respondeu ao peemedebista,
amigo pessoal do pastor Everaldo Pereira (PSC), da Assembleia de Deus,
candidato à Presidência da República. Em outra provocação, Cunha disse que as
igrejas e o povo evangélico "não dependem de dinheiro do governo"
para fazer obra social, defendem a valorização da vida e são contrários a
legalização de drogas. "Os pastores querem ter a liberdade de pregar no
seu culto que o homossexualismo é pecado. Isso é um direito democrático."
Cunha foi um dos principais articuladores do chamado 'blocão' de deputados que emparedou o governo Dilma no começo deste ano.
Fonte: Veja.abril.com
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