Dia 15 de agosto.
Nesta data se comemora o Dia da Santa Casa de Misericórdia. Em Feira de
Santana, a Santa Casa existe há 148 anos.
Para marcar a data,
publicamos artigo "A Santa Casa de Misericórdia" ,de Antonio do Lajedinho em
seu blog "A Feira Antiga", datado de 2 de dezembro de 2010:
"Quando D. Pedro II
resolveu visitar Feira de Santana, em 1859, coincidentemente estava em plena
atividade o movimento da elite feirense com o objetivo de angariar fundos para
a construção da Santa Casa de Misericórdia. Aproveitando a presença do Imperador,
uma comissão dirigiu-se ao monarca e solicitou a sua colaboração para a
fundação da Santa Casa. Depois de ouvi-los, o imperador fez uma doação de dois
contos de reis, quantia considerável e que foi decisiva para a fundação, e que
levou seus fundadores a denominar a Santa Casa de Imperial Asilo dos Enfermos
em 25 de março de 1865, data da sua inauguração, tendo posteriormente voltado
ao nome de Santa Casa de Misericórdia.
É oportuno lembrar
que o prédio da Santa Casa foi construído antes de 1865 por um fazendeiro, para
sua residência, e depois vendido para a Fundação da casa hospitalar que a
adaptou para os fins devidos.
Durante quase um século a Santa Casa foi a única casa hospitalar
gratuita de Feira, socorro para todos os casos, amparo para todos os doentes da
região. Muitos médicos foram atraídos pela casa de saúde, fazendo de Feira um
posto avançado de assistência médica na região. O primeiro médico feirense foi
Wilson da Costa Falcão, nascido em 1918 e diplomado em 1945, quando a cidade já
contava com mais de uma dezena de médicos.
A Santa Casa de Misericórdia, até a década de 50, alem de prestar assistência médico-hospitalar a todos os necessitados, também dava ao seu provedor grande prestígio político, o que fazia o cargo muitíssimo disputado.
O fim da construção do Hospital D. Pedro de Alcântara e a transferência da Santa Casa de Misericórdia para o hospital aconteceu no ano de 1956, no governo municipal de João Marinho Falcão.
Transferida a Santa Casa, o velho casarão abrigou por alguns anos o Batalhão da Polícia Militar e posteriormente ganhou o pomposo título de Palácio do Menor, onde se pretendia abrigar o menor desamparado.
Um século e meio depois da sua construção o prédio está vergado sob o peso da ignorância de uma elite que pensa muito em ganhar dinheiro e esquece da memória de Feira, e de políticos que investem todos os seus esforços no futuro de sua eleição, esquecidos que os seus próprios descendentes, certamente mais cultos, irão julgá-los e condenaá-los pelo descaso, desamor e covardia que os fizeram cúmplices da demolição de monumentos históricos que foram símbolos de uma época gloriosa da Princesa do Sertão.
Ontem foi o Cine Teatro Santana, a Chácara de Tertuliano Almeida, o Solar Santana, símbolos da mesma época, que foram destruídos em nome de um progresso que apenas esconde o verdadeiro nome da ganância. Amanhã será o prédio da velha Santa Casa de Misericórdia, a antiga Escola Maria Quitéria etc. etc. Em troca abre-se centenas de estacionamentos que dão bons lucros ao dono, quase nenhuma renda para Prefeitura e denegrecem a imagem da cidade.
Mas a história não perdoa e espero que ela seja rigorosa com essa elite atual que tanto explora a Princesa e destrói a sua memória.
Lembrei-me do deputado baiano Joel Presídio que, em 1951, fez um pedido a Deus para os seus opositores, e vou fazer o mesmo pedido para os gananciosos que desprezam a memória de Feira: “Deus, mandai uma chuva de cangalhas para essa gente!!!"
A Santa Casa de Misericórdia, até a década de 50, alem de prestar assistência médico-hospitalar a todos os necessitados, também dava ao seu provedor grande prestígio político, o que fazia o cargo muitíssimo disputado.
O fim da construção do Hospital D. Pedro de Alcântara e a transferência da Santa Casa de Misericórdia para o hospital aconteceu no ano de 1956, no governo municipal de João Marinho Falcão.
Transferida a Santa Casa, o velho casarão abrigou por alguns anos o Batalhão da Polícia Militar e posteriormente ganhou o pomposo título de Palácio do Menor, onde se pretendia abrigar o menor desamparado.
Um século e meio depois da sua construção o prédio está vergado sob o peso da ignorância de uma elite que pensa muito em ganhar dinheiro e esquece da memória de Feira, e de políticos que investem todos os seus esforços no futuro de sua eleição, esquecidos que os seus próprios descendentes, certamente mais cultos, irão julgá-los e condenaá-los pelo descaso, desamor e covardia que os fizeram cúmplices da demolição de monumentos históricos que foram símbolos de uma época gloriosa da Princesa do Sertão.
Ontem foi o Cine Teatro Santana, a Chácara de Tertuliano Almeida, o Solar Santana, símbolos da mesma época, que foram destruídos em nome de um progresso que apenas esconde o verdadeiro nome da ganância. Amanhã será o prédio da velha Santa Casa de Misericórdia, a antiga Escola Maria Quitéria etc. etc. Em troca abre-se centenas de estacionamentos que dão bons lucros ao dono, quase nenhuma renda para Prefeitura e denegrecem a imagem da cidade.
Mas a história não perdoa e espero que ela seja rigorosa com essa elite atual que tanto explora a Princesa e destrói a sua memória.
Lembrei-me do deputado baiano Joel Presídio que, em 1951, fez um pedido a Deus para os seus opositores, e vou fazer o mesmo pedido para os gananciosos que desprezam a memória de Feira: “Deus, mandai uma chuva de cangalhas para essa gente!!!"
Observação do Blog Demais: No
prédio da praça Carlos Bahia,antiga rua da Misericórdia, o Serviço Social do
Comércio (Sesc) vai construir - investimento anunciado de R$ 20 milhões – um Centro
Cultural e o Restaurante do Comerciário.
Lembrar que o imóvel foi doado ao Sesc em 28
de novembro de 2007, no segundo governo de José Ronaldo, depois que foi adquirido junto à Santa Casa de Misericórdia. Através de
Projeto de Lei aprovado pela Câmara Municipal, a autorização para desafetação
do bem público para fins de doação. Todo o processo jurídico da doação da
Prefeitura de Feira de Santana ao Sesc foi feita de forma legal.
A demora para o início das obras que incluem restauração do prédio se devia a restrições técnicas impostas pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), pois tem tombamento provisório.
A demora para o início das obras que incluem restauração do prédio se devia a restrições técnicas impostas pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), pois tem tombamento provisório.
Um comentário:
É triste, muito triste, observar o que ocorre com o velho casarão da Santa Casa de Misericórdia. O texto de Antonio do Lajedinho diz tudo. Nada a acrescentar. Tudo a reiterar, principalmente quanto ao "descaso, desamor e covardia" revelados quando observado contexto da "demolição de monumentos históricos que foram símbolos de uma época gloriosa da Princesa do Sertão". Artur Renato Brito de Almeida, de São Paulo.
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