No momento em que o dólar dispara, a inflação recrudesce e os
brasileiros experimentam o gosto amargo de ver o Real perdendo seu valor vale a
pena recordar o que aconteceu há 19 anos, quando o então ministro da Fazenda
Fernando Henrique Cardoso anunciava ao país o Plano Real, durante o governo de Itamar
Franco.
Nessa época quando o Plano Real entrou em vigor R$ 1 real comprava U$ 1
dólar. Claro que isso era uma condição primeira do Plano que haveria de se
desdobrar em seguida combinando-se com diversas medidas econômicas que tiveram
seqüência depois que Fernando Henrique Cardoso foi eleito e reeleito presidente
da República.
Incrível é que nessa época o PT, tendo à frente Lula e seus sequazes, se
ocupava de desqualificar e desacreditar o único plano que conseguiu estancar a
inflação e dar estabilidade econômica para o Brasil.
O contexto de turbulência da economia mundial que incidiu sobre o
governo de Fernando Henrique Cardoso foi intensamente aproveitado pelos seus
detratores, fato que abriu caminho à desastrosa entrega do poder a Lula e seus
sequazes pela via eleitoral.
Entretanto, o Plano Real foi tão bom e eficaz que Lula chegou a escrever
a tal Carta aos Brasileiros, garantindo que não mataria a galinha dos ovos de
ouro. Tanto é que entregou o Banco Central para o ex-banqueiro Henrique
Meirelles que à época pertencia aos quadros do PSDB. Era uma estratégia visando
acalmar os agentes econômicos enquanto os analistas mais atilados viam nessa
manobra o primeiro sinal de que mais adiante viria a esculhambação geral da
economia, com o gigantismo estatal, como de fato ocorreu.
A face vermelha do PT se impôs mais adiante. O PT nunca tinha gerido
sequer uma garapeira e de repente tinha em suas mãos o maior e mais importante
país latino-americano.
A MALDIÇÃO COMUNISTA
Quatro anos antes do Plano Real, ou seja em 1990, Lula e Fidel Castro
fundaram o Foro de São Paulo, a organização comunista que passou a articular as
ações dos partidos esquerdistas em todo o continente latino-americano. Deu no
que deu. De lá para cá sucumbiram à economia estatizante comunista o Brasil, a
Venezuela, a Bolívia, o Equador, a Argentina e o Uruguai. Por enquanto o único
país que escapou da invasão vermelha foi o Paraguai que numa ação firme de seus
políticos defenestrou o bispo agitador Fernando Lugo, cupincha do finado
caudilho Hugo Chávez.
Enquanto isso no Brasil o Lula paz e amor foi revelando sua verdadeira
face comunista com o aparelhamento geral e irrestrito de todos os órgãos
estatais pelos agentes comunistas do PT.
Uma década do governo petista foi o bastante para destruir os
fundamentos sólidos da economia criados pelo Plano Real. Essa desgraça que
agora fustiga o povo brasileiro roubando-lhe o presente e o futuro, decorre
objetivamente de um fato: o PT é um partido comunista e, como tal, seu plano de
ação não admite alternância do poder. As instituições democráticas são mantidas
apenas como fachada para dar um verniz democrático a um governo tirânico,
ladravaz e mentiroso como são todos os governos comunistas.
AÇÃO GLOBALIZADA
Deve-se alertar que os comunistas, após a queda do dito socialismo real
na ex-URSS e na ex-Alemanha Oriental mudaram a estratégia operacional agora já
incluindo mudanças no plano global, já que a dita globalizão e o impacto as
tecnolgias começava a impactar o comportamento das massas. A maioria dos
partidos comunistas passou a adotar outros nomes, como Partido dos
Trabalhadores, Partido Verde e, mais recentemente Rede Sustentabilidade que usa
o verde no lugar do vermelhão, mas o nível de fanatismo comunista é o mesmo que
se verifica em todos os partidos de matriz marxista-leninista.
A destruição do Plano Real decorre objetivamente de um fato, ou seja, do
projeto do PT de se tornar hegemônico de tal sorte que permaneça
indefinidamente no poder. Para a consecução desse objetivo a estratégia petista
foi utilizar sem qualquer cerimônia os recursos do erário, faceta que se
revelou por exemplo no famigerado crime do mensalão, quando o dinheiro público
foi utilizado na compra do voto de parlamentares. Tal esquema tinha por
objetivo aprovar um conjunto de leis dos interesse do PT, de tal sorte que o
Partido pudesse implementar com mais rapidez os mecanismos que lhe
proporcionariam o poder eterno.
ESTRATÉGIA GRADUAL
A tentativa de transformação do Brasil numa republiqueta bananeira
comunista só não ocorreu até agora completamente dado a um fator que é
primordial: o PT chegou ao poder no Brasil, ao contrário dos demais países que
sucumbiram ao comunismo, como a Venezuela, por exemplo, porque o país mantinha
incólumes todas as instituições democráticas. Nos países já totalmente
comunizados essas instituições estavam, por várias razões, fragilizadas quando
os esquerdistas tomaram o poder.Acresce a isto de maneira evidente a
estabilidade da economia que havia sido finalmente alcançada com o Plano Real.
Instituições democráticas sólidas e estabilidade econômica constituíram o
anteparo à investida comunista e a estratégia do movimento liderado pelo PT
teve que se adaptar a essa circunstância, operando a desejada metaformose deforma
lenta e gradual.
A ELEIÇÃO DE 2014
É evidente que a crise econômica que se abate sobre o Brasil com o
desastroso desmanche do Plano Real cria um ambiente eleitoral completamente
diferente dos anteriores, ou seja, desde que Lula chegou à presidência. A economia
em frangalhos com a inflação corroendo o poder de compra dos salários reativa a
memória do Plano Real, da estabilidade da econômica agora vulnerável.
Isto abre uma clara oportunidade para a oposição pela primeira vez em
uma década. Todavia, para contabilizar eleitoralmente esse dividendo político a
oposição terá de alterar fundamentalmente o seu discurso.
Isso implica, obviamente, em enviar uma mensagem à Nação à direita do
espectro político, ainda que o objetivo tenha em mente acertar o centro. Os países
mais desenvolvidos, democráticos e estáveis, são sempre governados com
políticas de centro e nunca nos extremos.
Isto significa que a oposição, no caso o PSDB, terá de rever seus
repertório. Terá de contrastar valores que implicam uma visão da direita
para o centro, da desordem para a ordem.
O candidato do PSDB, que deve ser mesmo Aécio Neves, terá de levar em
consideração que os cerca de 40 milhões de votos dados à Oposição na última
eleição presidencial foram votos anti-PT; foram votos eminentemente
anti-comunistas; enfim, foram votos de eleitores muito qualificados que desejam
o respeito à lei e à ordem, que desejam ardentemente a democracia e a liberdade
e que deploram qualquer tentativa de transformar o Brasil em mais uma
republiqueta bolivariana.
GUERRA DE VALORES
Se o discurso do candidato oposicionista verberar esses aspectos
políticos e ideológicos manterá não só os 40 milhões de votos oposicionistas
registrados no último pleito, mas aumentará esse cacife conquistando milhões de
votos que, desde o último governo de Fernando Henrique, migraram para ao PT lá
ficando, ironicamente, não pelo desempenho de Lula ou da Dilma, mas pela
fartura trazida pela estabilidade da economia conseguida única e exclusivamente
pelo Plano Real que agora corre o risco de ser desmantelado.
Além disso, e justiça seja feita, a par do Plano Real, o Brasil não
seria o que é hoje sem as fabulosas obras de infra-estrutura plantadas pelos
governos militares. Se a luz acende, se os telefones ainda funcionam, se mal ou
bem a produção agrícola pode chegar à mesa dos brasileiros, tudo isso se deve
às obras de infra-estrutura erguidas pelos governos militares.
Atirar pedras no passado é mais fácil do que construir o presente e o
futuro. Em uma década no poder o PT não conseguiu nem de longe rivalizar com os
governos militares e nem com os governos de Itamar Franco e de Fernando
Henrique Cardoso. É disso que a oposição precisa se conscientizar se
quiser lograr bons resultados nas urnas em 2014. É esse o mote do debate que
tem de ser travado.
Mas para além do fato da incompetência do PT há a mais grave e funesta
de todas as ameaças que é transformação do Brasil numa República Socialista do
século XXI.
A eleição de 2014 representa a derradeira chance do Brasil erguer-se
desse lodaçal de atraso em que foi lançado na última década. Os pilares do
Plano Real precisam ser urgentemente reerguidos, a ordem deve ser restabelecida
e a paz social valorizada.
Mas esse sonho só se transformará em realidade se a oposição travar uma
guerra de valores sem qualquer concessão ou trégua. Isso, aliás, é a única
condição para preservar seu capital eleitoral e, sobretudo, ampliá-lo.
O cavalo está passando encilhado.
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