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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Presidente do PT diz que "não houve compra de votos"


Por Josias de Souza

O STF fica aí apontando os crimes dos réus petistas, mas na verdade eles só merecem pena - comiseração, não pena de cadeia. Desempenharam um papel desgraçado. Está certo, tinham poder. Tinham muito poder. Tinham poder demais. E essa foi uma das suas misérias. Porque se não tivessem poder demais o governo Lula não atingiria seus objetivos. Precisavam do poder exorbitante para transformar o Brasil. E nem assim despertam a simpatia do Supremo.
Como se fosse pouco, os magistrados ainda convertem Rui Falcão, o presidente do PT, num personagem surreal. Em entrevista a correspondentes estrangeiros, o companheiro negou, pela enésima vez, que o dinheiro do mensalão tenha comprado consciências. "Continuamos negando e vamos mostrar que nunca houve compra de votos." Veja o que faz a insensibilidade do STF! Falcão diz ter o que "mostrar" e, desnorteado, deixa pra depois.
Falcão disse aos representantes da mídia internacional que não há "demonstração material" da compra de votos. Claro que não. Todos aqueles milhões que Delúbio Soares mandou o Marcos Valério liberar, a grana sacada no Rural, os maços transportados em carro forte, a dinheirama distribuída em quartos de hotel… Tudo não passou de generosidade de um partido magnânimo com seus aliados altruistas.
Mas isso não vai ficar assim. Falcão avisou aos repórteres que o PT vai se posicionar oficialmente depois que terminar o julgamento. O STF não perde por esperar. A legenda fará uma avaliação "crítica", promoteu o dirigente. Natural, já que houve uma "tentativa" de processar a agremiação como um todo num processo em que os réus têm nome, sobrenome e CPF.
Bem verdade que o PT associa-se aos acusados quando rasga seu estatuto para impedir que sejam expulsos. Mas, que diabo, alguém tem que demonstrar compaixão. Se o passado os abandonou, quem melhor do que os companheiros de partido para guiá-los nos obscuros becos de um mundo metamorfeado? Os antigos valores faliram, os heróis foram desmascarados, perderam-se as ilusões, nada era o que parecia. Mas, em meio às mortes de todos os nortes, sobrevive a solidariedade partidária.
Pode-se acusar Falcão de tudo, inclusive de ilógico, mas ninguém tem o direito de duvidar de sua compaixão com o sofrimento alheio. De resto, houve momentos da entrevista em que o companheiro soou lógico. Avaliava o resultado das eleições quando fez uma referência a Lula. É um líder forte, reconheceu. Mas sua preponderância "não violenta a democracia" interna do PT.
"Lula nunca se opôs a uma decisão partidária", disse Falcão a alturas tantas. Nada mais sensato e verdadeiro. Até porque seria impossível. Pela boa e simples razão de que o PT não ousa tomar decisões que contrariem a vontade de Lula.
Fonte: "Blog do Josias"
 

Um comentário:

Mariana disse...

Gente ordinária e quem se alia com êles.