A produção
artística por encomenda é criticada por algumas pessoas, mas esse tipo de
trabalho tem importância histórica. Artistas consagrados trabalhavam por
encomenda e nem por isso tiveram sua obra diminuída ou menos difundida
Jocimar Tavares criou uma linda escultura de pé para atender a demanda
que a arquiteta Milene Donato tinha para o seu belo espaço na Decora Lider
2012: a Sala de TV
Foto: Jomar Bragança
Já dizia Ernst Hans Josef Gombrich, célebre historiador de arte do
século XX: "Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do
que a nossa relutância em descartar hábitos e preconceitos". A frase, infelizmente,
ainda se aplica aos dias de hoje. É que certo preconceito persiste, mesmo que
com menos força – trata-se da ideia pejorativa da arte por encomenda. Muitos
acreditam que o trabalho artístico encomendado é uma produção limitada e, por
isso, não há fruição. Ou seja, nessa condição, a arte não se manifestaria.
Para o artista plástico Jocimar Tavares, esse
pensamento é equivocado. "Tem gente que acredita que o artista está se vendendo
pelo fato de produzir por encomenda. O curioso é que o artista sobrevive da
comercialização de seus trabalhos, sejam eles encomendados ou não. Então, esse
conceito não tem fundamento", observa.
A encomenda de produções artísticas tem importância histórica. Tanto que,
antigamente, a Igreja Católica patrocinava artistas e encomendava grandes obras
para compor o décor dos templos. Michelangelo, por exemplo, fez diversos
trabalhos para a igreja por muito tempo e nem por isso deixou de ser
reconhecido e de executar uma singular e admirável obra.
É interessante observar que a arte por encomenda é algo muito antigo.
Grande parte da obra de Platão, por exemplo, foi escrita desta forma. E não são
poucos os artistas mundialmente conhecidos que produziam por encomenda -
Mozart, Euclides da Cunha, Fernando Pessoa e até Machado de Assis.
Na atualidade não é diferente, e Jocimar é um exemplo disso. "Eu não
tenho o menor problema em fazer uma peça sob encomenda, até porque meu grau de
entusiasmo na criação de uma peça é o mesmo, independe se seja por encomenda ou
não. Eu gosto e tenho prazer de criar algo específico para determinado ambiente
ou pessoa. Além disso, tenho liberdade de criar dentro do que é pedido pelos
clientes", salienta.
O artista ressalta que "o preconceito com a arte por encomenda existe,
mas hoje as pessoas estão com a mente mais aberta e a tendência é que essa
ideia pejorativa mude gradativamente".
(Com
informações de Ana Paula Horta e Fernanda Pinho, da Mão Dupla Comunicação)
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