O
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou aos ministros do Supremo
Tribunal Federal um documento no qual afirma que o caso do mensalão foi o
"mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro
público flagrado no Brasil". A expressão faz parte do vasto memorial que
foi entregue na última semana aos 11 integrantes do (STF), que vão julgar os
réus do caso a partir do dia 2 de agosto. Ao enviar o material, Gurgel pretende
facilitar o trabalho dos ministros, caso advogados contestem provas citadas
pela acusação, ou afirmem que não existem indícios sobre um ou outro ponto. O
processo possui mais de 50 mil páginas. As informações são do jornal Folha
de S. Paulo.
Em outro
trecho do documento, ele afirma que o mensalão representou "um sistema de
enorme movimentação financeira à margem da legalidade, com o objetivo espúrio
de comprar os votos de parlamentares tidos como especialmente relevantes pelos
líderes criminosos". Ao resumir o que a ação contém, o procurador
concluiu: "Colheu-se um substancioso conjunto de provas que não deixará
dúvidas à procedência de acusação".
O
mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No
relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como
operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e
ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e
o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de
quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008,
Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não
ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer
750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40
réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar
na denúncia.
O relator
apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era
composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano
Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone
Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação
de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então
presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado,
Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha,
gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua
sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e
evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz
Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do
Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e
lavagem de dinheiro.
O
ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato,
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares
do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho
de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu
que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da
Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal
(PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
Fonte: "Folha de S. Paulo"
Um comentário:
Que quadrilha! Nunca se viu nada igual, num mesmo governo.
Roberto Jefferson, agora que está com um tumor sei lá onde, disse dia dêsses que vai falar a verdade e o seu advogado dirá que Lula foi o mandante do mensalão. Vamos ver!
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