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domingo, 18 de março de 2012

"As trapalhadas do governo na crise da cervejinha"

Até para decidir se os torcedores poderão ou não tomar uma cervejinha durante os jogos da Copa do Mundo no Brasil em 2014, um compromisso assumido em 2007 com a Fifa, o governo se atrapalha todo e arruma nova confusão no Congresso Nacional.
É uma trapalhada atrás da outra, mostrando a desarticulação política do Palácio do Planalto no início do segundo ano de governo da presidente Dilma Rousseff.
Depois de anunciar, na quarta-feira, que proibiria a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, o governo foi obrigado a voltar atrás no dia seguinte ao descobrir que havia um contrato assinado entre a Fifa e o governo brasileiro, assegurando este direito aos organizadores do Mundial.
Desta vez, não foi a desastrada Ideli Salvatti, ministra de Relações Institucionais, encarregada de fazer a articulação política com o Congresso Nacional, a responsável por mais uma trombada do governo, mas a sua colega Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, que deu informações erradas ao novo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia.
Gleisi e Ideli estavam se estranhando com os antigos líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, e no Senado, Romero Jucá, e levaram a presidente Dilma a trocar os dois de uma vez só para tentar melhorar as relações com a base aliada no Congresso Nacional.
O episódio da crise da cervejinha mostrou logo na primeira semana que a mudança de líderes não resolveu problema algum - ao contrário, só agravou o crescente clima de tensão entre o governo e a sua base aliada.
Nem o PT escapou. Metade do partido da presidente não gostou da indicação de Chinaglia e da forma como Cândido Vaccarezza foi apeado do cargo ao saber do seu destino pela imprensa.
Ligado ao grupo de Vaccarezza, o relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido, do PT de São Paulo, tinha acertado tudo com o antigo líder para a liberação das bebidas nos estádios, que Chinaglia não queria, e resolveu mudar o projeto baseado no que Gleisi Hoffmann lhe informou por telefone. A votação da lei foi adiada para a próxima semana.
Fonte: "Blog de Ricardo Kotscho"

Um comentário:

Mariana disse...

Num dia, dizem algo e no dia seguinte, dizem o contrário. PT é de fato o Partido das Trapalhadas.