Por Mino Pedrosa
Na segunda-feira, 19, toma posse o novo governador do Distrito Federal Swedenberger Barbosa, braço direito da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. O estopim foi a Operação Monte Carlo, onde o PT de Brasília aparece em maior destaque do que o objetivo do Palácio do Planalto em atingir a oposição liderada por Demostenes Torres (Democratas-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). O Palácio do Planalto sinalizou através do ministro Gilberto Carvalho que entregaria Agnelo Queiroz à própria sorte. Mas a estratégia do PT comandada por José Dirceu foi a de nomear o interventor, na tentativa de estancar a sangria que Agnelo, vem provocando na capital da República desde a posse no início de 2011.
O Grupo Delta Engenharia, considerado hoje o maior fornecedor do Governo Federal, foi atingido em cheio pela Monte Carlo, por suas operações de propina com o Governo do Distrito Federal e o Governo de Goiás. O contraventor Carlos de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o diretor da Delta Engenharia no Centro Oeste, Cláudio Abreu, tinham uma sociedade em Brasília e em Goiás. Carlinhos despachava numa sala onde funciona a empreiteira com outros negócios, inclusive locadora de veículos, flagrados pelo Ministério Público Federal.
As investigações em que aparece o GDF estão guardadas a sete chaves pelo procurador geral Roberto Gurgel. Ali aparecem envolvimentos de parlamentares distritais, empresários de Brasília chegando a alcançar a porta do Palácio do Planalto. Diante disso, Gilberto Carvalho, que hoje é o verdadeiro porta-voz político de Dilma, resolveu atender a estratégia colocada por José Dirceu.
Swendenberger assume tirando todos os poderes do secretário de Governo Paulo Tadeu, do vice-governador Tadeu Filipelli, e colocando o governador Agnelo na sombra, funcionando apenas como porta-voz das decisões do Planalto. Sem o poder de governador, Agnelo começa a contagem regressiva para que a Justiça seja feita em seus processos de envolvimento com corrupção desde a época em esteve à frente do Ministério do Esporte.
O soldado quatro estrelas João Dias, que acumulou os segredos das mazelas de Agnelo em sua trajetória politica, entregou à Justiça um dossiê e assiste com total segurança o momento em que será deflagrado o novo escândalo no GDF.
O Palácio do Planalto na tentativa de minimizar o impacto de um novo escândalo, não vai conseguir apagar todos os rastros deixados por Agnelo e sua turma. Nos próximos dias, Paulo Tadeu, que tem um mandato de deputado federal, retorna ao Congresso. Rafael Barbosa, secretário de Saúde, também deixará o Governo. O vice-governador Tadeu Filipelli sairá pela porta dos fundos do Buriti para assumir o Ministério dos Transportes, numa manobra do vice-presidente Michel Temer. O resultado desta dança de cadeiras é um novo governo no Distrito Federal.
O Ministério Público é o principal colaborador deste projeto de Dilma, guardando na gaveta o que poderia ser o segundo maior escândalo da história da Capital Federal, que nos últimos quatro anos vivencia momentos de degradação da cidade por péssima ingerência, mergulhada em denúncias que baixam a estima da população.
Berger é considerado homem de Lula e Zé Dirceu. Este último esteve recentemente em Brasília para prestar solidariedade a Agnelo, bombardeado diariamente com as denúncias de corrupção durante toda a sua vida política.
O MPF deixou vazar parte do inquérito da Operação Monte Carlo que alcançava o senador Demóstenes Torres, numa relação de amizade com Carlinhos Cachoeira, e o governador de Goiás Marconi Perillo. Mas, em Brasília, Cachoeira operava com a indústria farmacêutica, lixo e lixo hospitalar, locadora de veículos, segurança e um forte esquema de contravenção de onde saem os pagamentos de propina para funcionários públicos.
Cachoeira tem como tentáculos Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, Claudio Abreu, da Delta Engenharia, e outro amigo conhecido como Lenine. Os três são considerados pelo MP os articuladores da organização criminosa no DF.
A Delta Engenharia tem um vasto currículo de escândalos. No Governo do Rio de Janeiro foram mais de R$ 600 milhões sem licitação com a ajuda de Sérgio Cabral. Em Goiás, o governador Marconi Perillo é o padrinho da Delta. E no Governo Federal quem abre as portas para as transações é o ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado do Mensalão José Dirceu.
Foi no Governo do PT que a Delta alçou seu grande voo. O presidente Fernando Cavendish declarou que é fácil abocanhar grandes obras: "é só comprar um senador que as coisas acontecem. Escolhe a obra que quer, paga para o senador, e ele se encarrega do jeitinho com o Governo."
Esta declaração em qualquer país do mundo seria motivo para prisão sumária. A revista "Veja" tem a gravação de Cavendish bravateando e colocando preço nos parlamentares do Congresso Nacional.
A Operação Monte Carlo revela ainda o chefe de Gabinete de Agnelo Queiroz, Claudio Monteiro, o Buchinho, operando em parceria com o Dadá na coleta de propina com a contravenção instalada em Brasília. Monteiro usava até celular internacional para se comunicar com o Dadá e fugir do grampo oficial da Polícia Federal. Mas num descuido foi flagrado operando e deixou brecha para que Agnelo fosse visualizado na investigação.
Outro que ajudou a visualizar o Governador nas investigações do MP, na escuta autorizada pela justiça, foi Marcello de Oliveira Lopes. O agente de polícia matrícula 43280-6, citado no inquérito como Marcelão, abocanhou através da Agência Plá de Comunicação e Publicidade dois contratos milionários com a ajuda do chefe de gabinete do governador Cláudio Monteiro: um na Terracap e outro na CEB. Marcelão foi nomeado no dia 16 de fevereiro deste ano, para um CNE 07, na Subsecretaria de Assessoramento Especial da Casa Militar, ao lado do coronel Leão. Marcelão, flagrado nas investigações colocando Dadá e Claudio Monteiro para abrirem portas do GDF para a Agência Plá, faz parte com esses dois de um esquema de arapongagem em cima dos classificados por eles mesmos de inimigos do Governo Agnelo. Usam grampos, quebram sigilos de contas de telefone e e-mails, para se cacifarem com o governador e conseguirem emplacar seus negócios. Dadá era frequentador assíduo da Agência Plá e recebia propina de Marcelão.
Carlinhos Cachoeira é dono de laboratório em Goiás, e entrou em parceria com a União Química, velha conhecida de Agnelo Queiroz, no caso Daniel Tavares que acusou o govenador de receber propina do Laboratório, na produção e venda de genéricos para o Governo.
Num país cansado de tantos escândalos, a população de Brasília demonstra que não aguenta mais. O Palácio do Planalto tomou essas medidas, porque em menos de três anos a capital da República teve quatro governantes e está à beira do quinto. A intervenção vermelha do PT sai exatamente no instante em que o "Fantástico" da noite deste domingo, 18, revelou ao país, práticas de corrupção muito conhecidas do brasiliense. O sentimento da população candanga é de desabafo, pois o escândalo mostrado em rede nacional pela TV aconteceu no Rio de Janeiro, e não em Brasília, mas flagrou empresas que operam também no Planalto Central e a maneira como os saqueadores dos cofres públicos agem sem qualquer escrúpulo, falando de ética no mercado.
Que mercado é esse, o da corrupção? A falta de vergonha é tanta que se estivéssemos, por exemplo, no Japão não haveria adagas para tanto haraquiri.
Fonte: "QuidNovi"
O Grupo Delta Engenharia, considerado hoje o maior fornecedor do Governo Federal, foi atingido em cheio pela Monte Carlo, por suas operações de propina com o Governo do Distrito Federal e o Governo de Goiás. O contraventor Carlos de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o diretor da Delta Engenharia no Centro Oeste, Cláudio Abreu, tinham uma sociedade em Brasília e em Goiás. Carlinhos despachava numa sala onde funciona a empreiteira com outros negócios, inclusive locadora de veículos, flagrados pelo Ministério Público Federal.
As investigações em que aparece o GDF estão guardadas a sete chaves pelo procurador geral Roberto Gurgel. Ali aparecem envolvimentos de parlamentares distritais, empresários de Brasília chegando a alcançar a porta do Palácio do Planalto. Diante disso, Gilberto Carvalho, que hoje é o verdadeiro porta-voz político de Dilma, resolveu atender a estratégia colocada por José Dirceu.
Swendenberger assume tirando todos os poderes do secretário de Governo Paulo Tadeu, do vice-governador Tadeu Filipelli, e colocando o governador Agnelo na sombra, funcionando apenas como porta-voz das decisões do Planalto. Sem o poder de governador, Agnelo começa a contagem regressiva para que a Justiça seja feita em seus processos de envolvimento com corrupção desde a época em esteve à frente do Ministério do Esporte.
O soldado quatro estrelas João Dias, que acumulou os segredos das mazelas de Agnelo em sua trajetória politica, entregou à Justiça um dossiê e assiste com total segurança o momento em que será deflagrado o novo escândalo no GDF.
O Palácio do Planalto na tentativa de minimizar o impacto de um novo escândalo, não vai conseguir apagar todos os rastros deixados por Agnelo e sua turma. Nos próximos dias, Paulo Tadeu, que tem um mandato de deputado federal, retorna ao Congresso. Rafael Barbosa, secretário de Saúde, também deixará o Governo. O vice-governador Tadeu Filipelli sairá pela porta dos fundos do Buriti para assumir o Ministério dos Transportes, numa manobra do vice-presidente Michel Temer. O resultado desta dança de cadeiras é um novo governo no Distrito Federal.
O Ministério Público é o principal colaborador deste projeto de Dilma, guardando na gaveta o que poderia ser o segundo maior escândalo da história da Capital Federal, que nos últimos quatro anos vivencia momentos de degradação da cidade por péssima ingerência, mergulhada em denúncias que baixam a estima da população.
Berger é considerado homem de Lula e Zé Dirceu. Este último esteve recentemente em Brasília para prestar solidariedade a Agnelo, bombardeado diariamente com as denúncias de corrupção durante toda a sua vida política.
O MPF deixou vazar parte do inquérito da Operação Monte Carlo que alcançava o senador Demóstenes Torres, numa relação de amizade com Carlinhos Cachoeira, e o governador de Goiás Marconi Perillo. Mas, em Brasília, Cachoeira operava com a indústria farmacêutica, lixo e lixo hospitalar, locadora de veículos, segurança e um forte esquema de contravenção de onde saem os pagamentos de propina para funcionários públicos.
Cachoeira tem como tentáculos Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, Claudio Abreu, da Delta Engenharia, e outro amigo conhecido como Lenine. Os três são considerados pelo MP os articuladores da organização criminosa no DF.
A Delta Engenharia tem um vasto currículo de escândalos. No Governo do Rio de Janeiro foram mais de R$ 600 milhões sem licitação com a ajuda de Sérgio Cabral. Em Goiás, o governador Marconi Perillo é o padrinho da Delta. E no Governo Federal quem abre as portas para as transações é o ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado do Mensalão José Dirceu.
Foi no Governo do PT que a Delta alçou seu grande voo. O presidente Fernando Cavendish declarou que é fácil abocanhar grandes obras: "é só comprar um senador que as coisas acontecem. Escolhe a obra que quer, paga para o senador, e ele se encarrega do jeitinho com o Governo."
Esta declaração em qualquer país do mundo seria motivo para prisão sumária. A revista "Veja" tem a gravação de Cavendish bravateando e colocando preço nos parlamentares do Congresso Nacional.
A Operação Monte Carlo revela ainda o chefe de Gabinete de Agnelo Queiroz, Claudio Monteiro, o Buchinho, operando em parceria com o Dadá na coleta de propina com a contravenção instalada em Brasília. Monteiro usava até celular internacional para se comunicar com o Dadá e fugir do grampo oficial da Polícia Federal. Mas num descuido foi flagrado operando e deixou brecha para que Agnelo fosse visualizado na investigação.
Outro que ajudou a visualizar o Governador nas investigações do MP, na escuta autorizada pela justiça, foi Marcello de Oliveira Lopes. O agente de polícia matrícula 43280-6, citado no inquérito como Marcelão, abocanhou através da Agência Plá de Comunicação e Publicidade dois contratos milionários com a ajuda do chefe de gabinete do governador Cláudio Monteiro: um na Terracap e outro na CEB. Marcelão foi nomeado no dia 16 de fevereiro deste ano, para um CNE 07, na Subsecretaria de Assessoramento Especial da Casa Militar, ao lado do coronel Leão. Marcelão, flagrado nas investigações colocando Dadá e Claudio Monteiro para abrirem portas do GDF para a Agência Plá, faz parte com esses dois de um esquema de arapongagem em cima dos classificados por eles mesmos de inimigos do Governo Agnelo. Usam grampos, quebram sigilos de contas de telefone e e-mails, para se cacifarem com o governador e conseguirem emplacar seus negócios. Dadá era frequentador assíduo da Agência Plá e recebia propina de Marcelão.
Carlinhos Cachoeira é dono de laboratório em Goiás, e entrou em parceria com a União Química, velha conhecida de Agnelo Queiroz, no caso Daniel Tavares que acusou o govenador de receber propina do Laboratório, na produção e venda de genéricos para o Governo.
Num país cansado de tantos escândalos, a população de Brasília demonstra que não aguenta mais. O Palácio do Planalto tomou essas medidas, porque em menos de três anos a capital da República teve quatro governantes e está à beira do quinto. A intervenção vermelha do PT sai exatamente no instante em que o "Fantástico" da noite deste domingo, 18, revelou ao país, práticas de corrupção muito conhecidas do brasiliense. O sentimento da população candanga é de desabafo, pois o escândalo mostrado em rede nacional pela TV aconteceu no Rio de Janeiro, e não em Brasília, mas flagrou empresas que operam também no Planalto Central e a maneira como os saqueadores dos cofres públicos agem sem qualquer escrúpulo, falando de ética no mercado.
Que mercado é esse, o da corrupção? A falta de vergonha é tanta que se estivéssemos, por exemplo, no Japão não haveria adagas para tanto haraquiri.
Fonte: "QuidNovi"
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