Peregrinação atrás de vacinas

Relato de uma parturiente em Feira de Santana: Recebemos alta bem cedinho e saímos da maternidade por volta das 9 horas de sexta-feira, 24, com a recomendação do pediatra de irmos direto ao posto de saúde mais perto de nossa casa para fazer as primeiras vacinas (BCG e Hepatite B). Assim fizemos e no caminho de casa passamos no posto da Mangabeira, que não tinha vacinas e recebemos a informação de que só chegaria na próxima terça-feira, 28. Como estávamos ansiosos e queríamos proteger o nosso bebê o quanto antes resolvemos ir ao Posto de Saúde do Cassa (pois já tínhamos ouvido falar que era dos melhores), chegando lá só tinha a BCG. Os funcionários até bem solícitos disseram que no posto do bairro Irmã Dulce provavelmente teria as duas vacinas que precisávamos. Nos encaminhamos até lá e mais uma vez a negativa, nenhuma das vacinas. Voltamos ao Cassa e fizemos a BCG, lá nos disseram que nos postos do Dispensário Santana e do Caseb poderiam ter a vacina de Hepatite. Como o posto do Caseb estava no caminho para nossa casa, passamos por lá e aí sim terminou a nossa peregrinação. Conseguimos fazer a vacina que precisávamos na criança. Isso tudo depois de quatro postos de saúde e cerca de duas horas rodando de carro pela cidade. E o cidadão que não tem carro, ou não tem condições de pagar um transporte, ou não tem conhecimento da importância das vacinas?" É tão básico, tão simples, todo dia nascem quantas crianças nesta cidade? O Carnaval prejudicou a distribuição? Se existisse uma programação adequada a entrega deveria ter sido prevista para duas semanas, não?. Só sei que depois de uma cesariana, ficar duas horas subindo e descendo do carro à procura do direito básico de qualquer criança recém-nascida me deixou estressada e dolorida.