...Ou: a crítica salva vidas; o silêncio é cúmplice das mortes
Vocês já imaginaram em que pé estaria agora o debate se um tucano estivesse na Presidência e houvesse um decreto de 2005 - mais de cinco anos! - criando um sistema de prevenção de catástrofes que nunca saiu do papel? Vamos pensar:
- o que os petistas estariam fazendo?
- qual seria o viés da cobertura daquilo a que o PT chama “mídia”?;
- por quantas vezes esse “presidente” (ou “presidenta”) tucano já teria sido chamado de co-responsável pela tragédia?
Mas não com o governo do PT, não é? O decreto foi solenemente ignorado por mais de cinco anos, pedem-se mais quatro até que se tenha um sistema razoável de alerta, centenas - vai-se passar do milhar no Rio - de pessoas morrem, e tudo se passa como a “maior tragédia climática” da história brasileira.
Identificam-se alguns responsáveis? Oh, sim: o aquecimento global e, pasmem!, a proposta de um novo Código Florestal. São os dois grandes vilões do campo de “sepultamento natural” em que se transformou a região serrana do Rio. É a barbárie intelectual e moral brasileira!
Não, eu não acho que adversários políticos devam ser responsabilizados quando ocorre, por exemplo, uma tromba d’água. Mas é preciso cobrar dos responsáveis a não-implantação da infra-estrutura necessária para advertir potenciais vítimas de um desastre natural inevitável. É por isso que o terremoto em grandes cidades japonesas mata menos do que na favelão haitiano; é por isso que o dilúvio - maior e em área mais extensa - na Austrália mata menos do que o brasileiro. Não se pergunta quem é o responsável pelas chuvas. É preciso saber quem é o responsável por ter um decreto dormido na gaveta durante mais de cinco anos.
Cadê a oposição?
Também nesse caso, eu vou perguntar: cadê a oposição? Tem medo de aparecer? Teme ficar com a pecha de exploradora da tragédia? Nega-se a fazer o que fez, por exemplo, o Partido Democrata, nos EUA, que afogou Bush no alagamento de New Orleans?
O Brasil está numa trilha perigosa para a democracia e, se querem saber, até para a segurança das pessoas. Uma imprensa vigilante e uma oposição atuante podem ajudar a salvar vidas. Caldas, são cúmplices dos erros e, eventualmetne, das mortes.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Vocês já imaginaram em que pé estaria agora o debate se um tucano estivesse na Presidência e houvesse um decreto de 2005 - mais de cinco anos! - criando um sistema de prevenção de catástrofes que nunca saiu do papel? Vamos pensar:
- o que os petistas estariam fazendo?
- qual seria o viés da cobertura daquilo a que o PT chama “mídia”?;
- por quantas vezes esse “presidente” (ou “presidenta”) tucano já teria sido chamado de co-responsável pela tragédia?
Mas não com o governo do PT, não é? O decreto foi solenemente ignorado por mais de cinco anos, pedem-se mais quatro até que se tenha um sistema razoável de alerta, centenas - vai-se passar do milhar no Rio - de pessoas morrem, e tudo se passa como a “maior tragédia climática” da história brasileira.
Identificam-se alguns responsáveis? Oh, sim: o aquecimento global e, pasmem!, a proposta de um novo Código Florestal. São os dois grandes vilões do campo de “sepultamento natural” em que se transformou a região serrana do Rio. É a barbárie intelectual e moral brasileira!
Não, eu não acho que adversários políticos devam ser responsabilizados quando ocorre, por exemplo, uma tromba d’água. Mas é preciso cobrar dos responsáveis a não-implantação da infra-estrutura necessária para advertir potenciais vítimas de um desastre natural inevitável. É por isso que o terremoto em grandes cidades japonesas mata menos do que na favelão haitiano; é por isso que o dilúvio - maior e em área mais extensa - na Austrália mata menos do que o brasileiro. Não se pergunta quem é o responsável pelas chuvas. É preciso saber quem é o responsável por ter um decreto dormido na gaveta durante mais de cinco anos.
Cadê a oposição?
Também nesse caso, eu vou perguntar: cadê a oposição? Tem medo de aparecer? Teme ficar com a pecha de exploradora da tragédia? Nega-se a fazer o que fez, por exemplo, o Partido Democrata, nos EUA, que afogou Bush no alagamento de New Orleans?
O Brasil está numa trilha perigosa para a democracia e, se querem saber, até para a segurança das pessoas. Uma imprensa vigilante e uma oposição atuante podem ajudar a salvar vidas. Caldas, são cúmplices dos erros e, eventualmetne, das mortes.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Um comentário:
Se fôssem os petistas a oposição, agora estariam mobilizando os estudantes, os operários, todos, com a cara pintada e um tremendo "FORA SERRA", se fôsse êle o presidente.
Também estou achando esta oposição comportada em excesso, talvez por conta da lembrança ainda recente daquela popularidade mentirosa do petralhão.
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