Deu no "Blog Reinaldo Azevedo":
Se vocês procurarem no arquivo, encontrarão textos em que comento a expressão “Post hoc, ergo propter hoc”, com que os escolásticos já denunciavam um erro lógico elementar: “Depois disso, logo por causa disso”. Vale dizer: se B aconteceu depois de A, então foi necessariamente por causa de A. O exemplo clássico: o dia nasce depois que o galo canta, e o bobalhão lógico vai assegurar que o dia nasce porque o galo canta. Sendo assim, se o galo fica rouco, a noite se prolonga…
Jornalistas não costumam ser bons de lógica. Colunistas, então, nem se fale. Muitos se dedicam à fofoca política porque lhes falta… Bem, faltam-lhes idéias. Por isso alguns se apressam em bater o martelo: “A estratégia de Serra está errada”. Com isso, querem dizer que o governador de São Paulo, futuro candidato do PSDB à Presidência, já deveria ter lançado a sua candidatura. É mesmo?
Parece-me que estamos diante de um caso clássico de “Post hoc, ergo propter hoc”. Como o tucano não precipitou o anúncio e como se estreitou bastante a diferença em relação à petista Dilma Rousseff, então os gênios proclamam: “Ele errou”. É claro que o suposto erro é apontado agora, quando a diferença é pequena. Quando a folga era grande, o silêncio era chamado de “prudência”. Caso Serra perca a disputa, baterão no peito: “Viram? Eu bem que avisei”. Caso vença, inventarão um fato novo qualquer para explicar não a vitória de le, mas a derrota dela.
Toda essa conversa não passa de torcida revestida de análise “isenta”. Se o Ibope trouxer mesmo o tucano cinco pontos à frente da petista, esses doutores todos vão se decepcionar um pouco. Os textos que já estavam “escritos” - no chuveiro - comentavam a “virada” e o “erro” de Serra…
O que acho formidável nessa consideração é que não há nenhuma evidência empírica de que as coisas poderiam ser diferentes. A único elemento que eles têm a seu favor é sustentar que a história que não houve traria outro resultado. E, com isso, enganam alguns incautos. Não me digam! E quem lhes assegura que não poderia ser pior? Vamos fazer um exercício?
São Paulo sofreu com as maiores chuvas em mais de 70 anos. A imprensa paulista descobriu que a culpa era do prefeito Gilberto Kassab - os prefeitos petistas de cidades igualmente atingidas não deram as caras no noticiário - e do governador. Não me lembro de ter assistido a massacre semelhante. O que, em outros estados, era fatalidade da natureza virou obra do DEM e do PSDB em São Paulo. E sem que Serra se dispusesse a falar em eleições. Imaginem se já tivesse colocado o bloco na rua. Antes do massacre, teria havido a crucificação…
Ora, de onde nasce a convicção desse “colunismo” de que Dilma Rousseff vencerá as eleições? Da evolução das pesquisas? Só um pouquinho. A raiz dessa certeza está na popularidade de Lula. Dá-se de barato que fará sua sucessora. Mas esperem… Dilma encostou em Serra porque a estratégia dele está errada ou porque, afinal, ela é candidata de um governo popular, que não tem receio nenhum de usar a máquina de modo descarado? O que se esperava? Que o candidato da oposição continuasse a vencer a disputa no primeiro turno?
Essa conversa toda é pura bobagem. Criticar a “demora” de Serra e atribuir-lhe a responsabilidade pelo quase empate - que virá - é só uma das formas que assume o governismo de certos analistas “isentos”. E digo mais: a se confirmar a vantagem de cinco pontos de Serra no Ibope, estará demonstrada a formidável resistência da candidatura tucana; uma verdadeira prova de que não são apenas os jornalistas que votam… E todos já sabemos como isso será noticiado.
Outra demora
Se vocês procurarem no arquivo, encontrarão textos em que comento a expressão “Post hoc, ergo propter hoc”, com que os escolásticos já denunciavam um erro lógico elementar: “Depois disso, logo por causa disso”. Vale dizer: se B aconteceu depois de A, então foi necessariamente por causa de A. O exemplo clássico: o dia nasce depois que o galo canta, e o bobalhão lógico vai assegurar que o dia nasce porque o galo canta. Sendo assim, se o galo fica rouco, a noite se prolonga…
Jornalistas não costumam ser bons de lógica. Colunistas, então, nem se fale. Muitos se dedicam à fofoca política porque lhes falta… Bem, faltam-lhes idéias. Por isso alguns se apressam em bater o martelo: “A estratégia de Serra está errada”. Com isso, querem dizer que o governador de São Paulo, futuro candidato do PSDB à Presidência, já deveria ter lançado a sua candidatura. É mesmo?
Parece-me que estamos diante de um caso clássico de “Post hoc, ergo propter hoc”. Como o tucano não precipitou o anúncio e como se estreitou bastante a diferença em relação à petista Dilma Rousseff, então os gênios proclamam: “Ele errou”. É claro que o suposto erro é apontado agora, quando a diferença é pequena. Quando a folga era grande, o silêncio era chamado de “prudência”. Caso Serra perca a disputa, baterão no peito: “Viram? Eu bem que avisei”. Caso vença, inventarão um fato novo qualquer para explicar não a vitória de le, mas a derrota dela.
Toda essa conversa não passa de torcida revestida de análise “isenta”. Se o Ibope trouxer mesmo o tucano cinco pontos à frente da petista, esses doutores todos vão se decepcionar um pouco. Os textos que já estavam “escritos” - no chuveiro - comentavam a “virada” e o “erro” de Serra…
O que acho formidável nessa consideração é que não há nenhuma evidência empírica de que as coisas poderiam ser diferentes. A único elemento que eles têm a seu favor é sustentar que a história que não houve traria outro resultado. E, com isso, enganam alguns incautos. Não me digam! E quem lhes assegura que não poderia ser pior? Vamos fazer um exercício?
São Paulo sofreu com as maiores chuvas em mais de 70 anos. A imprensa paulista descobriu que a culpa era do prefeito Gilberto Kassab - os prefeitos petistas de cidades igualmente atingidas não deram as caras no noticiário - e do governador. Não me lembro de ter assistido a massacre semelhante. O que, em outros estados, era fatalidade da natureza virou obra do DEM e do PSDB em São Paulo. E sem que Serra se dispusesse a falar em eleições. Imaginem se já tivesse colocado o bloco na rua. Antes do massacre, teria havido a crucificação…
Ora, de onde nasce a convicção desse “colunismo” de que Dilma Rousseff vencerá as eleições? Da evolução das pesquisas? Só um pouquinho. A raiz dessa certeza está na popularidade de Lula. Dá-se de barato que fará sua sucessora. Mas esperem… Dilma encostou em Serra porque a estratégia dele está errada ou porque, afinal, ela é candidata de um governo popular, que não tem receio nenhum de usar a máquina de modo descarado? O que se esperava? Que o candidato da oposição continuasse a vencer a disputa no primeiro turno?
Essa conversa toda é pura bobagem. Criticar a “demora” de Serra e atribuir-lhe a responsabilidade pelo quase empate - que virá - é só uma das formas que assume o governismo de certos analistas “isentos”. E digo mais: a se confirmar a vantagem de cinco pontos de Serra no Ibope, estará demonstrada a formidável resistência da candidatura tucana; uma verdadeira prova de que não são apenas os jornalistas que votam… E todos já sabemos como isso será noticiado.
Outra demora
E reitero: a suposta “demora” de Serra não é nada diante da “demora” de a oposição fazer… oposição. Lembro de novo: imaginem os petistas com um “Bancoop do PSDB” - ou do DEM - nas mãos. Os cooperados lesados já estariam fazendo passeata dentro da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. Afinal, como se nota na greve dos professores de São Paulo, quando os petistas não têm um caso, eles criam um. Já os tucanos parecem pisar nos astros distraídos, como a musa de Chão de Estrelas…
Um comentário:
Concordo em parte com Reinaldo, quando fala de nossas reclamações pela demora de Serra prá aparecer...até seus ilustres colegas do partido, inclusive FHC, todos,(imagine nós eleitores!!), reclamaram dessa demora, que nos fez sentir meio que sem pai nem mãe, em relação às próximas eleições.
Agora, foi preciso uma "Bancoop" prá começarem a mostrar aos aloprados que existe uma oposição prá incomodar...nunca se cometeu tantos crimes num país sem oposição! Ficaram muito à vontade, mesmo. Não sei se dará tempo, mas a mudança de atitude do PSDB e do DEM tem que ser AGORA!
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