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quarta-feira, 24 de março de 2010

"No silêncio da lei"

De Miriam Leitão, no jornal "O Globo", desta quarta-feira, 24:
Há mais de ano o presidente Lula e a ministra Dilma transformaram o governo em uma campanha eleitoral permanente.
São eventos sucessivos na cara da Justiça Eleitoral, que não fixa parâmetros, não estabelece limites, não vê o evidente. O PAC II - que será anunciado com apenas 11% do PAC I concluído - é mais um dos desafios às leis, que permitem campanha apenas a partir de 5 de julho.
Existem governos que usam a máquina pública em campanha disfarçada. Alguns são punidos, a maioria, não. Algumas punições são ágeis, a maioria, não. Agora é pior.
Não é o caso mais de falar em pré-campanha. O que está acontecendo é uma descarada campanha. Qual é o motivo de se "lançar" um programa com o outro tão inconcluso? E fazer isso na última semana em que a ministra Dilma Rousseff estará no governo? É mais um palanque.
Obras são inauguradas para voltarem a ser canteiros, assim que termina a passagem do presidente com sua candidata, como mostrou a "Folha de S. Paulo" no domingo.
No levantamento do jornal, 60% das obras inauguradas não estavam prontas, uma não tinha sequer licença ambiental. O "Estado de S. Paulo" de ontem informou que relatórios do comitê gestor do PAC, analisados pelo site Contas Abertas, mostram que 54% dos projetos listados sequer saíram do papel; 35% estão em andamento e apenas 11% foram concluídos.
O GLOBO revelou no domingo o tamanho da conta que ficará para o sucessor com obras não concluídas do PAC: R$ 35,2 bilhões, contratadas entre 2007 e 2010, mas que não foram executadas, nem pagas.
Os restos a pagar já somam R$ 25 bi e vão subir 40% até o fim do ano. Mesmo com inadimplências no cumprimento de prazos e orçamentos no primeiro plano, o governo vai "lançar" o segundo, para ter novo palanque.

Um comentário:

Unknown disse...

Incrível, a lei continua silenciosa, já a tanto tempo e o govêrno continuando a transgredir sem a menor preocupação, sabendo que tiram de letra na hora certa. Só conseguiremos colocar o trem nos trilhos novamente, se a oposição vencer em outubro e não só para o Planalto, mas eleger o máximo de deputados e senadores deoposição.

Acabemos com esse papo de PAC que nada tem de especial, já que são obras comuns e necessárias que todos os govêrnos, federal, estadual e municipal teem que fazer mesmo! Que nunca mais se use esta sigla prá mais nada, que além de lembrar mentira e enganação, arrepia.