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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Lula ataca mídia e chama Kadafi de ''amigo e irmão''

Deu em "O Estado de S. Paulo":
Único convidado a comparecer à Cúpula Africana, ele diz que consolidar democracia é ''processo evolutivo''
Por Andrei Netto
Único convidado de honra presente à Cúpula da União Africana, aberta ontem, em Sirte, na Líbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou os países industrializados pela crise do sistema financeiro e pelo "caráter perverso da ordem internacional". O discurso, aplaudido por chefes de Estado e de governo e por líderes tribais africanos, foi sucedido por críticas à imprensa pelo que considerou "preconceito premeditado" por sua proximidade com ditadores da região.
A participação do presidente na cúpula, que está em sua 13ª edição, foi ressaltada pela ausência dos demais convidados especiais. Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, e Ban Ki-Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), cancelaram suas participações, anunciadas como certas pelo cerimonial do evento até a véspera. Outro ausente foi Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, cuja falta não foi justificada publicamente. Ahmadinejad ficaria sentado ao lado de Lula, que por sua vez ficaria ao lado do ditador líbio Muammar Kadafi, que está no poder desde 1969, quando assumiu o controle do país em um golpe de Estado aos 27 anos de idade.
Lula começou seu discurso dizendo a Kadafi: "Meu amigo, meu irmão e líder". Logo de início, o presidente elogiou "a persistência e a visão de ganhos cumulativos que norteia os líderes africanos" e ressaltou que "consolidar a democracia é um processo evolutivo".
A partir de então, o presidente deu início a repetidas críticas aos países industrializados. Lula afirmou que "a crise financeira e econômica mundial revela a fragilidade e o caráter perverso da atual ordem internacional" e parafraseou o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ao sustentar que "o consenso de Washington fracassou".
"As instituições e pessoas que sempre foram pródigos em nos dar conselhos hoje estão contabilizando a falência de suas políticas", sentenciou Lula. "Durante muito tempo, os países ricos nos viram apenas como uma periferia distante e problemática. Hoje somos parte essencial da solução da maior crise econômica das últimas décadas. Uma crise que não criamos." Minutos depois, em entrevista a jornalistas brasileiros, Lula respondeu às críticas feitas sobre sua proximidade com ditadores africanos, como Muammar Kadafi. O presidente ironizou a imprensa pelo não comparecimento de Ahmadinejad, afirmando que as críticas que recebera eram "preconceito premeditado". Lula disse ainda que ausências como a do líder iraniano não tinham sido boas. "Eu não trabalho com preconceito, porque se trabalhasse não estaríamos nem na ONU, tamanha é sua diversidade", afirmou o presidente.
Com a cúpula, que tem como tema oficial o desenvolvimento da agricultura no continente africano, Kadafi pretende emplacar seu projeto de criação dos Estados Unidos da África. A ideia não é consenso entre membros da União Africana.

2 comentários:

Anônimo disse...

Chamar aquele tirano de "Meu amigo,meu líder,meu irmão" já é gozação dele ou queria nos deixar indignados,não é não? E veja só,todos os convidados faltaram e só ele se fez presente...deve ser porque não tem nada prá fazer por aqui! Cara de pau! Estava lá falando besteira, dos EUA,blá,...mas não deixou de querer dar palpites aqui,nos assuntos do senado,como se fôsse o presidente daquela casa. Será que conseguiremos aguentar até dez/2010? Francamente,é dose. Mariana

Anônimo disse...

Concordo Mariana... sem comentários!! Não há nada mais sensato para esse Lulla Lelé fazer não??? Poupem-me, por favor.... chega!!!!!!!!!!!!