Três mulheres, interpretadas pelas atrizes Edvânia Medeiros, Iriane Santana e Viviane Veiga, velam o corpo de uma outra mulher, interpretada pela atriz Carla Niziane, que não se apresenta apenas como um cadáver mas como eixo de equilíbrio entre elas. A história se passa num quarto de um castelo medieval, onde o mundo lá fora só existe através dos pensamentos e lembranças das veladoras.
Em "O Marinheiro", texto de Fernando Pessoa e direção de Carla Garcez, tudo é efêmero e distante. Enquanto as palavras se desencadeiam num efeito dominó, o publico passa a criar sua própria história de um marinheiro inimaginável para alguns e real para outros.
O texto foi escrito em 1913 e representa a poesia da efemeridade das coisas e ao mesmo tempo, todas as possibilidades da inércia, da não ação. Escolhido principalmente por dizer sempre do e para o homem e a mulher contemporâneos, o texto fundamenta uma reflexão abrindo um grande paradoxo à contradição do ser e do existir, segundo Cátia Garcez, diretora do espetáculo, que fortalece a montagem brincando com as possibilidades da ação e não ação dos personagens causando no público um estado de torpor e de cumplicidade com a história e com o destino vazio das criaturas.
"O Marinheiro" é um dos espetáculos articulados pela Rede de Teatro Amador da Bahia (RMTA), vencedora do Prêmio Cultura Viva do Ministério da Cultura em 2007, que circula por cerca de 25 municípios baianos
Realização do Grupo Oficina de Teatro Sebastianense, de São Sebastião do Passé, o espetáculo será apresentado em Feira de Santana nos dias 5 de abril, às 21 horas, e 6, às 20 horas, no Teatro Ângela Oliveira, do Centro de Cultura Maestro Miro. Os ingressos custam R$ 8,00 inteira e R$ 4,00 meia. Serão disponibilizados 30 convites para pedagogos e professores do Ensino Médio na bilheteria do teatro.
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