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sexta-feira, 7 de março de 2008

Candidatos, ataques e Misericórdia

Artigo do jornalista Hugo Navarro, na "Folha do Norte", edi~ção desta sexta-feira, 7:
Eleições municipais à vista, grande agitação entre pré-candidatos, lutas ferozes dentro e fora dos partidos, alguns com existência apenas às vésperas dos pleitos, natural que se procure, na estrutura dos adversários, falhas, buracos, fraquezas, motivos para ataques e diatribes porque a campanha, a busca de votos, prenuncia-se árdua, cheia de dificuldades e percalços.
A labuta, que é grande, tende a aumentar logo que os candidatos à Prefeitura estejam ungidos e sacramentados pelas convenções partidárias municipais.
Mas, enquanto não vem a Micareta - as candidaturas se vão resolver depois dela - a busca, a inquirição, a procura, a perquirição, o garimpo dirigem-se à figura do prefeito, à administração municipal, considerado, o prefeito, hoje, como o mais forte eleitor de Feira de Santana, muito mais importante do que o super-eleitor do sistema partidário norte-americano, porque realizando administração revolucionária, na qual, para grande perplexidade do povo, o dinheiro da Prefeitura voltou a aparecer e se transformar em programa de obras jamais sonhado, conta com o apoio de quase noventa por cento da população, o que não deixa de causar enormes preocupações aos setores oposicionistas.
A política não tem bofes e, muito menos, coração. Raramente implica em reconhecimento de mérito. Não poucas vezes mais vale a malandragem do que trabalho sério e honestidade. O alvo predileto dos adversários do prefeito tem sido o sistema de transporte coletivo. Os ataques se baseiam em simplório raciocínio: se a nossa população é de cerca de seiscentos mil, sempre haverá algum descontente com o transporte, problema grave em todas as cidades brasileiras, mas que em Feira de Santana tem sido modernizado com obras e providências que satisfazem as necessidades do povo.
Recentemente, mudando o foco das críticas, uma entidade, dessas destinadas à salvação nacional, saiu a publico para por em dúvida a atuação da Prefeitura no caso do chamado Palácio do Menor, que a Prefeitura desapropriou para que no desgastado prédio o SESC construa restaurante para os comerciários, núcleo de amparo a idosos e de distribuição de alimentos a famílias carentes. Ao desapropriar o imóvel, que pertencia à Santa Casa de Misericórdia, mas há muito arruinado, cujo desabamento vem sendo anunciado pela imprensa, a Prefeitura ajuda a Santa Casa de Misericórdia, que não tem condições nem interesse na restauração do imóvel e pode dirigir seus esforços e rendas em favor do Hospital D. Pedro II, que está saindo da falência para continuar, como sempre, a prestar relevantes serviços à população. Ao ceder o prédio ao SESC a Prefeitura atrai, para a cidade, organização de idoneidade nacionalmente reconhecida, para a realização de obras sociais de importância jamais contestada, livrando a comunidade de ruína cujo desabamento poderia resultar em trágicas conseqüências. O prédio, conhecido pela alcunha de Palácio do Menor, foi vendido à Santa Casa de Misericórdia pelo Tenente-Coronel João Pedreira de Cerqueira, pela quantia de vinte e cinco contos de réis, em três parcelas. Depois das obras de adaptação, o Hospital D.Pedro II ali foi inaugurado em 28 de fevereiro de 1.886, quando era administrador da Vila o Médico, Presidente da Câmara, Joaquim dos Remédios Monteiro, depois que os doentes, internados em hospital provisório, na “Fazenda Cerca das Pedras”, foram trasladados para o novo local. A estação da estrada de ferro, projetada para as imediações do Hospital D. Pedro II, teve que ser mudada para os fundos da Igreja Matriz. Alegava-se que os ruídos e as trepidações dos trens matariam rapidamente os enfermos.
A história completa da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana e do Hospital D. Pedro II estão narradas na magistral obra do Médico, João Batista de Cerqueira, “Assistência e Caridade”. O centenário Hospital, dirigido pelo Dr. Outran Borges, recupera-se, rapidamente, com a ajuda da obra social da Prefeitura, cujos órgãos de saúde contam, agora, com a fiscalização gratuita, relevante e não solicitada de alto e diligente funcionário do governo do Estado.

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