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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

"O suposto geniozinho é um obscurantista lógico"

Por Reinaldo Azevedo:

Pedro Abramovay era secretário nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, em 2009, quando apareceu a proposta de mudar a lei para deixar soltos os “pequenos traficantes”. Depois se tornou também Secretário Nacional de Justiça. No escândalo Erenice Guerra, seu nome andou aparecendo - lembro mais tarde em quais circunstâncias.
Em 2009, dizia o valente:
“Precisamos trabalhar uma mudança na lei para que as pessoas que se envolvem esporadicamente com as drogas e não têm relação com o crime organizado cumpram penas alternativas. Isso não é nenhuma questão de bondade ou de leniência com o tráfico. É uma questão de estratégia”. Huuummm… Questão estratégica….
Numa entrevista concedida nesta terça-feira, agora no Senad - que, no governo Dilma, migrou da Secretaria de Assuntos Estratégicos para o Ministério da Justiça -, ele retoma a sua pauta. Aos 30 anos, é considerado um “garoto de ouro” da burocracia, embora, lendo uma resposta sua, a gente se veja tentando a indagar como conseguiu chegar à vida adulta sendo um notório inimigo da lógica. Leiam esta pergunta e esta resposta.
Pergunta - Ano passado, o Ministério da Justiça preparou um projeto para acabar com a prisão de traficantes de baixa periculosidade. Ele vai ganhar força?
ABRAMOVAY: A gente teve uma lei nova em 2006, que separou o usuário do traficante. O usuário não tem prisão e, do jeito que está hoje, praticamente não tem pena. E, para o traficante, há uma pena altíssima. Só que a realidade é muito mais complexa. Você não tem só essas duas divisões. Depois da lei, houve uma explosão carcerária. Em 2006, a gente tinha cerca de 60 mil pessoas presas por crimes relacionados a drogas. Hoje, há cem mil pessoas presas. Houve um aumento de 40 mil, sendo que o aumento total da população carcerária foi de 70 mil. A gente está pegando pessoas que não têm ligação com o crime organizado, botando na prisão e, depois de um ano e pouco, já com ligação com o crime organizado, devolvendo à sociedade. Temos de fazer uma opção: vai disputar (o pequeno traficante) para reintegrá-lo à sociedade, ou vai desistir dele e entregá-lo ao crime organizado?
Comento
É uma estupidez lógica. O nosso amiguinho acha que o que vem depois é necessariamente causa do que veio antes. Ora, antes da lei a que ele se refere, usuários também iam em cana - além dos traficantes. Ter havido um aumento na prisão dos traficantes pode decorrer de uma maior eficiência da polícia - e até do aumento do tráfico. O que a lei fez, Pedrinho, foi deixar usuário fora da cadeia, o que já é de uma, digamos, “liberalidade” estupenda! Ela não pode estar na raiz do aumento das prisões dos que traficam porque, para estes, nada mudou. Entendeu ou vai ser preciso desenhar?
Abramovay é um caso clássico de uma cabeça cheia de titica esquerdopata. Notem ali o salto dialético do jovem: ao deixar o pequeno traficante solto, cumprindo uma pena alternativa, estaríamos sendo sumamente inteligentes, compreendem? Estaríamos cortando o financiamento de mão-de-obra para o crime organizado. Ao soltar os traficantes, estaríamos combatendo o tráfico!
Entendo! A droga que o sujeito achou para traficar - ainda que para financiar o próprio consumo - foi obtida onde? Na Igreja? No clube dos escoteiros? Em algum centro de defesa dos valores da família? Ora, tenha a santa paciência! O sujeito já foi “tocado” pelo crime organizado.
Outra característica notável dessa gente é soltar números ao léu. Em 2009, em entrevista ao Portal G1, dizia Abramovay sobre os “pequenos traficantes”:
“O que estamos fazendo com a maior parte deles, e hoje são 80 mil, é entregá-los de mão beijada para o crime organizado, depois de um ano e pouco que passam na prisão. Isso está equivocado”.
Em pouco mais de um ano, os números perturbados do rapaz passaram de 80 mil para 100 mil…
No fim das contas, ele não sabe direito do que está falando. Há mais a se dizer a respeito: a maior parte dessas prisões se deu sabem onde? Em São Paulo! Curiosamente, ou nem tanto, o estado que mais prende no Brasil também é aquele que apresenta o menor índice de homicídios por 100 mil habitantes: menos de 10. Quem diria, hein? Mais bandidos presos, menos bandidos matando nas ruas! Não é mesmo surpreendente?
Na mesma entrevista, Abramavoy dá uma piscadela para a descriminação das drogas, embora admita que o Brasil não poderia fazer isso sozinho etc e tal. Há mais algumas coisinhas a dizer a respeito da entrevista do rapaz.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

Um comentário:

Mariana disse...

Geniozinho? É por causa dêsses inteligentezinhos que estamos descendo ladeira abaixo na educação, na segurança e em tudo.