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sábado, 2 de agosto de 2025

Resenha do filme "Fórmula 1"


Por Camila Lemos

O aguardado filme "Fórmula 1", protagonizado por Brad Pitt, estreou em 2025 com uma proposta ousada: unir o universo intenso do automobilismo à dramaturgia cinematográfica com uma abordagem visceral, emocional e tecnicamente realista. Dirigido por Joseph Kosinski, o longa mergulha nos bastidores das pistas, explorando os dilemas, pressões e glórias que moldam os pilotos profissionais. A narrativa acompanha um ex-piloto lendário que retorna à Fórmula 1 para treinar e correr ao lado de um jovem talento, enfrentando não só os desafios das pistas, mas também os conflitos internos de quem já foi o número um.

Visualmente, o filme é um espetáculo. As cenas nas pistas foram gravadas durante corridas reais da temporada de 2023, com câmeras montadas em carros de verdade, o que garante uma imersão inédita. 

A fotografia combina tons metálicos, contrastes fortes e a luz natural das pistas, capturando o calor, a velocidade e o risco com precisão documental. O uso de CGI é mínimo a autenticidade é a prioridade. 

Diretor: Joseph Kosinski ("Top Gun: Maverick"), conhecido por sua estética refinada e habilidade em cenas de ação realistas, traz sua assinatura técnica e emocional para o universo da Fórmula 1. 

Protagonista: Brad Pitt, que interpreta um veterano das pistas em busca de redenção e propósito, entrega uma performance carismática e intensa. 

Produtor: Jerry Bruckheimer, veterano de blockbusters, garante o ritmo acelerado e a escala épica da produção. 

Consultor técnico e co-produtor: Lewis Hamilton, heptacampeão mundial de F1, participou ativamente do desenvolvimento da história e da representação fiel do universo das corridas. Ele aparece na trama junto com outros pilotos.

Minha leitura pessoal de "F 1": 

A emoção além da velocidade Eu já tentei escrever ou pensar em como escrever da melhor forma várias vezes. Sou uma fã apaixonada e extremamente encantada pelo mundo automobilístico especialmente pela Fórmula 1, que, sim, foi apresentada a mim por um amigo e depois se transformou em uma paixão. Mais uma vez, assisti a esse filme com meu companheiro de rolê, que também é encantado pela Fórmula 1. Fomos no dia seguinte à estreia oficial em nossa cidade. Foi uma experiência e tanto. A sala estava cheia, e todos pareciam ser grandes fãs reagindo juntos às emoções do filme. E que filme emocionante! O filme já começa em alta, com velocidade e Brad Pitt entregando tudo em ação e atuação. No papel de Sonny, um ex-piloto de Fórmula 1, ele segue atuando em corridas menores, mas sua personalidade campeã e seu amor pela adrenalina continuam intensos do jeitinho dele. Não era preciso muito para se sentir dentro da história e entender quem Sonny era.

Muitas vezes, por conta da idade, ele sofria preconceitos, mas surpreendia na pista ao saber administrar todos os tipos de carros em alta velocidade. Apesar de chamar atenção por sua performance, Sonny vivia para si mesmo buscava aventura, respondia apenas a si e fazia o que fazia por dinheiro, mas não se prendia a nada. Seu jeito era até destoante do mundo onde estava inserido: despojado, "despreocupado". Após recusar propostas para permanecer em uma das corridas, Sonny segue seu rumo em uma van o que deixa ainda mais clara sua personalidade independente. Ainda na primeira parte do filme, conhecemos Ruben, amigo de Sonny, que surge com a proposta de trazê-lo de volta ao grid.

Ah, deixa eu falar sobre isso! O filme é cheio de fan service. "F1" foi gravado durante a temporada oficial de 2023 da Fórmula 1. Ou seja: todos os pilotos que interagem com os personagens são os pilotos reais do grid de 2023! É impossível não surtar com tantas aparições e citações sem contar as histórias de pilotos que teriam corrido com Sonny, incluindo o nosso eterno Senna. Inclusive, o acidente do Sonny foi inspirado no acidente real do piloto britânico Martin Donnelly, ocorrido no Grande Prêmio da Espanha em 1990. A história de Sonny, que foi um grande piloto em seu tempo no grid, até sofrer um acidente que o tirou das pistas permanentemente. No fim do filme, percebemos a gravidade daquilo. O carro foi praticamente desintegrado, e o piloto que estava no auge foi arrancado do veículo por forças maiores, literalmente cuspido para fora. A partir disso, o filme traça a vida do personagem a partir de um trauma, revelando o impacto da frustração de metas e do luto simbólico que surge quando aquilo que mais amamos é retirado de nós. Falo mais sobre isso no final. Seguindo, o filme mergulha fundo no universo da Fórmula 1, mmostrando as entranhas de um esporte muitas vezes taxado como "inacessível". A narrativa amplia nossa visão e desmistifica o que muitos julgavam ser apenas um "esporte sem sentido". Quem nunca acompanhou uma corrida consegue entender tudo: desde a escolha dos pneus e motores até a burocracia, os termos técnicos e o impacto financeiro que envolve cada escuderia. Até as músicas, as pistas usadas e o elenco foram escolhas estratégicas.

Relações que aceleram a trama 

A relação entre os personagens foi desenvolvida com equilíbrio e química, fazendo com que o filme nunca perdesse o ritmo. Destaco Pearce: um piloto bom, mas inexperiente. Com ele, o filme levanta questões sociais profundas como raça, crescimento e vida pessoal. Pearce é aquele tipo de personagem que nos gera um "amor roxo": torcemos por ele, mas ao mesmo tempo ficamos com raiva de suas escolhas impulsivas. Seu conflito é muito mais interno do que externo. Ele quer provar seu valor, fazer do seu jeito, sem ajuda. E é aí que entendemos: Pearce é o aprendiz, e Sonny é o mentor. Isso se desenrola de forma verdadeira, nada forçada. Parece até história real. A evolução pessoal de ambos é nítida. Sonny amadurece e volta a acreditar em si. Pearce começa a perceber que trabalhar em equipe pode levá-lo mais longe. A gente se identifica com esse processo. Dá até vontade de se perguntar: "em que parte da minha vida eu estou resistindo a crescer, só por orgulho?"

O filme também nos ensina a olhar para dentro. Pearce, tentando se moldar para agradar e se encaixar, começa a pensar que precisa ser outra pessoa para vencer. Quantas vezes a gente não sente isso? Ainda tivemos um romance entre Sonny e sua engenheira desenvolvido de forma natural e com humor. Isso também nos aproxima da personagem e nos faz admirar sua trajetória num ambiente majoritariamente masculino. Como mulher que também vive o amor por esse esporte, eu entendo. Quantas vezes já duvidaram da minha forma de torcer? Quantas vezes tentaram me "testar?" Enfim... O filme aborda tudo isso com delicadeza e firmeza, sem precisar forçar bandeiras. São camadas e mais camadas e eu falaria muito mais. Mas encerro dizendo: até agora, foi o filme mais dinâmico e legal que assisti em 2025. 

Uma visão psicológica 

O filme "F1" não é só sobre velocidade, rivalidade ou emoção. É sobre identidade. Sobre o que nos move e o que nos paralisa. Sonny representa o luto por quem já fomos, enquanto Pearce encarna o medo de não sermos suficientes. Ambos nos mostram que, às vezes, o verdadeiro desafio não está na pista, mas no espelho. Trauma, frustração, orgulho, amadurecimento, reconexão com propósitos… todos esses temas são costurados no roteiro, de forma que nos convida a uma pergunta simples e profunda: O que estamos tentando provar e para quem? Na vida, assim como no esporte, não se trata apenas de vencer. Mas de se reconhecer ao longo do caminho.

Agradecimento

Mais uma vez, minha gratidão ao querido Dimas Oliveira, que me presenteou com ingressos e me proporcionou viver outra experiência única nas telonas. Desta vez, com um tema que pulsa forte em mim: a Fórmula 1. Sentar naquela poltrona, mergulhar na história, no som dos motores, nas emoções que só esse universo transmite... foi especial. Dimas, além de um irmão na fé, é também um amigo que admiro profundamente. Sua sensibilidade com a arte e sua generosidade em partilhar o que ama me inspiram. Obrigada por tornar esse momento possível e memorável.


Camila Lemos é estudante de Psicologia

PS: O filme foi exibido durante três semanas no Orient CinePlace Boulevard, entre 26 de junho e 16 de julho.

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