Palestra no projeto "Cinema no Casarão"
Fotos: Milena Batista e Angelo Pinto
Em sua palestra "Quem Foi Olney São Paulo" no projeto Cinema no Casarão, na noite desta sexta-feira, 1, no Casarão Fróes da Motta, o jornalista e memorialista Dimas Oliveira considerou que Olney São Paulo é a personalidade mais reverenciada e referenciada em Feira de Santana, depois da heroína Maria Quitéria.
Durante cerca de 40 minutos, ele fez um recorte sobre o sertanejo-urbano, jacuipense, feirenser, baiano, carioca e brasileiro, "um artista do mundo". Depois da palestra, a mostra dos filmes "Um Crime na Rua" (1955) e "Como Nasce uma Cidade" (1973), de autoria do homenageado.
Na quinta-feira, 7, data de nascimento de Olney, que se estivesse vivo completaria 89 anos. A data marca o Dia nacional do Documentário Brasileiro, lembrou.
Começou falando do contato pessoal que tinha com Olney, entre 1970 e 1978, durante cerca de oito anos, quando o cineasta vinha do Rio de Janeiro para Feira de Santana dando notícias sobre seus filmes, bem como por meio de cartas que ele escrevia para o jornalista, que atuava nos jornalis "Situação", "Feira Hoje" e "Folha do Norte", sempre dando conta de suas realizações e andanças, até internacionais.
Contou que "Junto com Olney, a visão de vários de seus filmes, inclusive 'Manhã Cinzenta', em sessões clandestinas, com projetores 16mm conseguidos por mim em instituições, em paredes brancas da casa de meus pais e de seus familiares."
Relatou que em 1973, a ajuda para conseguir exibição de "Como Nasce uma Cidade", realizado para comemorar o centenário de Feira, junto ao Cine Timbira. Primeiro em uma sessão matinal privada com ele, o então prefeito José Falcão, secretários e convidados. Depois, incluindo o filme em programação regular do cinema, durante cerca de uma semana.
Também que no Clube de Cinema de Feira de Santana, que reativou no início dos anos 70, a exibição de muitos de seus filmes, a exemplo de "O Profeta de Feira de Santana", "Cachoeira, Documento da História", "Teatro Brasileiro I: Origens e Mudanças", "Teatro Brasileiro II: Novas Tendências", "Sob o Ditame de Rude Almagesto: Sinais de Chuva", "O Grito da Terra". Também o filme "Memórias de um Fantoche", do seu filho Ilya São Paulo.
Mais recordação: Depois da morte de Olney, como diretor Executivo da Secretaria de Turismo, Recreação e Cultura, Dimas participou ativamente da promoção de mostra em memória com exibição de seus filmes "Um Crime na Rua" (fragmentos), "Ciganos do Nordeste" e "Pinto Vem Aí", no auditório da Biblioteca Municipal Arnold Silva.
Segundo o memorialista, para o jornal "Feira Hoje" e também para a "Folha do Norte", principalmente, foram entrevistas, matérias e notas produzidas sobre o cineasta. Depois de sua morte, registros sobre Olney para que permanecesse na memória de Feira de Santana.
Foram lembradas as várias homenagens feitas a Olney em Feira de Santana, sendo as mais significativas como nome de premiação, em 1994, do Salão Universitário de Artes Plásticas, do Museu Regional de Arte; espaço chamado Praça Olney São Paulo, na Galeria Carmac; da existência de uma extensa rua com seu nome, que vai do Anel de Contorno até o distrito de Humildes; da Medalha Olney São Paulo, criada pela Câmara Municipal; bem como Olney também denominar a praça de alimentação do Boulevard Shopping.
Ainda o registro de mais dois eventos memorialistas coordenados por ele, "Tributo a Olney São Paulo", um em 7 de agosto de 2009, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), outro no dia 9 de agosto de 2013, no Centro Comunitário Ederval Fernandes Falcão, homenagens póstumas prestadas "para manter viva na lembrança a obra do cineasta".
Mais eventos da vida de Olney foram desfiados por Dimas Oliveira, incluindo sobre o filme "Manhã Cinzenta", que vinculou Olney ao primeiro sequestro de um avião brasileiro, em 1969, por membros do MR-8. O aparelho foi desviado para Havana, Cuba, e no trajeto seu filme foi exibido à bordo. Ele foi detido, levado para lugar ignoirado, ficando incomunicável por 12 dias e sendo tortudado. Liberado da prisão foi internado com suspeita de pneumonia dupla.
Presenças





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