Por Claudio Magnavita*
As últimas 48 horas têm sido extremamente preocupantes. Hoje, 31 de março, é o aniversário do Golpe de 64. Ontem, dia 30, o general Eduardo Villas Bôas emitiu uma dura nota tirando o presidente Bolsonaro das cordas, para onde fora jogado por uma metralhadora incessante das organizações Globo. Na mesma segunda, o general Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, assume as entrevistas coletivas do governo federal, que até sábado era palco absoluto do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Neste mesmo ciclo de horas, o ministro do STF Marco Aurélio Mello recebe e encaminha à Procuradoria Geral da República uma denúncia criminal contra o presidente da República, protocolado por inexpressivo deputado do PT. Ainda neste caldeirão, o governador do Rio ameaça indiretamente levar o Presidente a corte internacional.
Os telejornais da Globo e o seu canal de notícia passaram as últimas 24 horas tentando desconstruir o presidente por ele ter saído do Palácio para ouvir o povo, como ele próprio disse e como o general Villas Bôas endossou.
Não está mais havendo limite e respeito às instituições. O general, um símbolo vivo da moralidade das forças armadas por enfrentar em público uma doença que corrói a sua mobilidade, mas amplifica a sua coragem e lucidez, afirma: "Conheço o presidente e sei que ele não tem outra motivação que não o bem-estar do povo e o futuro do país. Pode-se discordar do presidente, mas sua postura revela coragem e perseverança nas próprias convicções. Um líder deve agir em função do que as pessoas necessitam, acima do que elas querem".
Vivemos hoje uma realidade construída por uma organização, que parece estar à deriva desde da morte do seu patriarca. Ela funciona hoje como um porta-aviões sem almirante a bordo e com seus guardas-marinhas à frente da sua artilharia atirando para todos os lados, sem precisão e com um volume de tiros aleatórios primários. Tão primários que desafiam os manuais de gestão política de qualquer veículo de comunicação.
Ontem dedicaram horas a mostrar a repercussão no exterior de notícias contra o presidente Bolsonaro. Muitas delas têm como origem agências noticiosas como a Reuters, que baseou o seu noticiário na própria agência.
Uma simples saída não programada, encontrando pessoas que já estavam na rua, uma ida a uma padaria e a uma farmácia (o que não é proibido) e o retorno ao Planalto.
O melhor exemplo deste paradoxo surgiu quando, questionado por um repórter da CNN-Brasil por que ele estava ali numa padaria, o presidente responde: "Você não está aqui também?"
Para os telejornais da TV Globo e seu canal de notícias só existe um assunto: Bolsonaro.
Quando falam em Trump, é para dizer que ele mudou de ideia. Quando fala dos governadores, é para dizer que eles contestam o presidente.
Tudo o que o governo faz de concreto é eclipsado. O que é bom é do governo federal e o que é ruim é o governo Bolsonaro.
Podemos gostar ou não do presidente, mas ele foi eleito, empossado e tem mandato. A esquerda questiona a eleição ter sido pela maioria. Mas ele foi eleito dentro das regras constitucionais.
A dupla Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia segue esticando as cordas. Trouxeram para si o crédito da votação do auxílio, e o presidente do Senado usou as redes sociais para pedir "Sanciona logo, Bolsonaro". Tenta faturar politicamente sobre algo que o próprio presidente encaminhou.
Hoje o presidente fala a nação, em pleno dia 31 de março. Aliás, nunca tivemos um aniversário do Golpe com a corda tão esticada.
A Globo passa dos limites e contribui para um clima de instabilidade e insegurança. O presidente gasta parte do seu tempo para revidar os ataques. Villas Bôas e Braga Netto são obrigados a ir para a linha de frente.
Resta perguntar? O que estão querendo? Para onde querem levar o país em plena guerra pandêmica, onde estamos entregues à própria sorte, com fronteiras fechadas, economia parada e uma insanidade suicida?
Lembra a fabula do sapo e do escorpião que pede carona. Achando que o escorpião tinha bom-senso, aceita. No meio da travessia o sapo leva uma ferroada e os dois morrem. É o que deseja a Globo? Que todo o país morra? Que morra o estado democrático? O retrocesso do estado de direito, em tempos de guerra, pode correr riscos. A mídia tem que deixar de ser escorpião e permitir que a travessia seja realizada de forma liberal, segura e preservando as instituições.
* Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
Fonte: https://www.jornalcorreiodamanha.com.br/
As últimas 48 horas têm sido extremamente preocupantes. Hoje, 31 de março, é o aniversário do Golpe de 64. Ontem, dia 30, o general Eduardo Villas Bôas emitiu uma dura nota tirando o presidente Bolsonaro das cordas, para onde fora jogado por uma metralhadora incessante das organizações Globo. Na mesma segunda, o general Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, assume as entrevistas coletivas do governo federal, que até sábado era palco absoluto do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Neste mesmo ciclo de horas, o ministro do STF Marco Aurélio Mello recebe e encaminha à Procuradoria Geral da República uma denúncia criminal contra o presidente da República, protocolado por inexpressivo deputado do PT. Ainda neste caldeirão, o governador do Rio ameaça indiretamente levar o Presidente a corte internacional.
Os telejornais da Globo e o seu canal de notícia passaram as últimas 24 horas tentando desconstruir o presidente por ele ter saído do Palácio para ouvir o povo, como ele próprio disse e como o general Villas Bôas endossou.
Não está mais havendo limite e respeito às instituições. O general, um símbolo vivo da moralidade das forças armadas por enfrentar em público uma doença que corrói a sua mobilidade, mas amplifica a sua coragem e lucidez, afirma: "Conheço o presidente e sei que ele não tem outra motivação que não o bem-estar do povo e o futuro do país. Pode-se discordar do presidente, mas sua postura revela coragem e perseverança nas próprias convicções. Um líder deve agir em função do que as pessoas necessitam, acima do que elas querem".
Vivemos hoje uma realidade construída por uma organização, que parece estar à deriva desde da morte do seu patriarca. Ela funciona hoje como um porta-aviões sem almirante a bordo e com seus guardas-marinhas à frente da sua artilharia atirando para todos os lados, sem precisão e com um volume de tiros aleatórios primários. Tão primários que desafiam os manuais de gestão política de qualquer veículo de comunicação.
Ontem dedicaram horas a mostrar a repercussão no exterior de notícias contra o presidente Bolsonaro. Muitas delas têm como origem agências noticiosas como a Reuters, que baseou o seu noticiário na própria agência.
Uma simples saída não programada, encontrando pessoas que já estavam na rua, uma ida a uma padaria e a uma farmácia (o que não é proibido) e o retorno ao Planalto.
O melhor exemplo deste paradoxo surgiu quando, questionado por um repórter da CNN-Brasil por que ele estava ali numa padaria, o presidente responde: "Você não está aqui também?"
Para os telejornais da TV Globo e seu canal de notícias só existe um assunto: Bolsonaro.
Quando falam em Trump, é para dizer que ele mudou de ideia. Quando fala dos governadores, é para dizer que eles contestam o presidente.
Tudo o que o governo faz de concreto é eclipsado. O que é bom é do governo federal e o que é ruim é o governo Bolsonaro.
Podemos gostar ou não do presidente, mas ele foi eleito, empossado e tem mandato. A esquerda questiona a eleição ter sido pela maioria. Mas ele foi eleito dentro das regras constitucionais.
A dupla Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia segue esticando as cordas. Trouxeram para si o crédito da votação do auxílio, e o presidente do Senado usou as redes sociais para pedir "Sanciona logo, Bolsonaro". Tenta faturar politicamente sobre algo que o próprio presidente encaminhou.
Hoje o presidente fala a nação, em pleno dia 31 de março. Aliás, nunca tivemos um aniversário do Golpe com a corda tão esticada.
A Globo passa dos limites e contribui para um clima de instabilidade e insegurança. O presidente gasta parte do seu tempo para revidar os ataques. Villas Bôas e Braga Netto são obrigados a ir para a linha de frente.
Resta perguntar? O que estão querendo? Para onde querem levar o país em plena guerra pandêmica, onde estamos entregues à própria sorte, com fronteiras fechadas, economia parada e uma insanidade suicida?
Lembra a fabula do sapo e do escorpião que pede carona. Achando que o escorpião tinha bom-senso, aceita. No meio da travessia o sapo leva uma ferroada e os dois morrem. É o que deseja a Globo? Que todo o país morra? Que morra o estado democrático? O retrocesso do estado de direito, em tempos de guerra, pode correr riscos. A mídia tem que deixar de ser escorpião e permitir que a travessia seja realizada de forma liberal, segura e preservando as instituições.
* Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
Fonte: https://www.jornalcorreiodamanha.com.br/
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