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domingo, 1 de março de 2020

Inauguração do Cine Santanópolis há 61 anos



Na edição de 13 de dezembro de 1958, do semanário cinematográfico "Cine-Repórter", a divulgação da inauguração do Cine Santanópolis, em Feira de Santana, no dia 22 de novembro de 1958.
Dirigida aos profissionais do cinema nacional, a publicação foi lançada por Antenor Teixeira em 23 de junho de 1934. Durou até 1966, exercendo o papel de grande incentivadora da indústria cinematográfica, disponibilizando conteúdo relevante sobre cinema.

O proprietário do cinema, de forma cavalheiresca, proporciou-nos, isto é, a nós e aos demais convidados que foram de Salvador àquela cidade especialmente para assistir à inauguração do cinema, que se realizou no dia 22 do mês passado, uma hospitalidade cativante, servindo a todos, em sua residência, magnifica feijoada. Nessa ocasião a família do sr. Áureo nos cercou de todas as amabilidades, deixando-nos saudosos desse magnifico dia. Não devemos esquecer que o nosso amigo Cuevas se manifestou, em todos os momentos, um companheiríssimo impar. Quando da cerimônia da inauguração do Santanópolis, com o filme "Melodia interrompida", da Universal, após a palavra do Dr. Áureo Oliveira Filho, que oferecia o cinema aos santanenses, e do sr. T. Brandão Soares, representante da Westrex na Bahia, o sr. João M. Falcão, prefeito local, cortou a fita simbólica ao som de um dobrado executado pela banda de musica da cidade. Antes de terminar esta rápida mas sincera notícia de nossa passagem por Salvador e Feira de Santana não podemos deixar de manifestar os nossos melhores agradecimentos ao casal Otilia e Brandão, que, em Salvador, nos envolveu em carinhosa hospedagem; aos srs. Frederico Maron, Toufic N. Koury, Osvaldo Nunes de Lima e, notadamente ao sr. Francisco Pithon que, nos últimos momentos nos proporcionou a visita aos mais lindos recantos da capital baiana. Devemos também agradecer ao sr. Francisco Viana de Mello, de Feira de Santana, que nos dispensou grandes atenções quando de nossa passagem por aquela cidade. Mas o que poderemos dizer de tudo, graças à bondade de J. Cuevas que nos aquinhoou com o régio presente constituído pela visita a Salvador e Feira de Santana?
Temos que pagar prendas a tanto encantamento. A Bahia que todos cantam e poucos sentem está acima e além dos feitiços que lhe atribuem. É um fascínio a sua paisagem física. Deus ali pôs os primores de seu agrado e de sua ternura. Prepondera, porém, a paisagem humana. Um povo aleitado em poesia e enrijecido no heroísmo de seus maiores torna mais bela a terra morena, mais musicais as palmeiras, mais leves os barcos, mais remansoso o mar. Os templos, maravilhosos, são milagres daquela poesia e daquele heroísmo. Os mosteiros, esparramados e graves, são preces vivas pela perenidade das belezas que se aprimoram na terra para que se façam glórias no céu. Nas ruas e nas almas, Rui, flamejante. ainda convoca o serviço dos homens na luta pela Pátria eterna. É o prodígio de uma consciência dominando as idades. Castro Alves ainda está rimando mocidade com bravura, coroado de astros. É a sensibilidade de um povo atravessando os tempos
Assim é a Baia de Todos os Santos.
Observações:
1. Na verdade, o nome do filme inaugural é "Sinfonia Interrompida"
2. Westrex Company, empresa de equipamentos cinematográficos

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