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sábado, 14 de março de 2020

Glauber Rocha filmou seqüência de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" em Feira de Santana


Em 14 de março de 1939, há 81 anos, nascia Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, Bahia. No próximo dia 10 de julho, 56 anos do lançamento nacional de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", nos cinemas Caruso, Ópera e Bruni-Flamengo, no Rio de Janeiro. 
A sinopse de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, 1964: 
O vaqueiro Manuel (Geraldo Del Rey) e sua mulher Rosa (Yoná Magalhães) são obrigados a viajar pelo sertão, após ele ter matado o patrão, Moraes (Milton Rosa). Em sua jornada, eles acabam cruzando com um Deus negro (Lídio Silva), um diabo loiro (Othon Bastos) e um temível homem (Maurício do Valle).
No livro que contém o roteiro de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, Civilização Brasileira, 1965, a ratificação de sequência realizada em Feira de Santana, que foi locação do mais importante filme realizado no Brasil em todos os tempos.
Sequência 8 EXTERIOR. DIA. FEIRA DE GADO EM FEIRA DE SANTANA (na segunda-feira)
30. PG Fixo
Movimento da rua que leva à Feira do Gado; Manuel e outros vaqueiros cruzam a rua a trote; vaivém de vaqueiros, bois, cabras, tangerinos. Ruídos naturais.
31. PG Panorâmica
Feira do Gado. Movimento de bois e vacas. Muitos vaqueiros. Manuel entra, em companhia de outros, e vem se misturando na feira. Ruídos naturais; mugidos; ainda sons de violão dispersos; Manuel avança.
32. Panorâmica
Manuel entra pelos currais de gado; aproxima-se de um lugar onde estão os patrões, na compra e venda de bois; Manuel pára o cavalo. Um coronel conversa com outros; Manuel fala de cima do cavalo.
MANUEL: Bom-dia seu Moraes... Já trouxe as vacas... Mas morreu ainda quatro...
MORAES: Beberam no açude do norte?
MANUEL: Sim, sinhô. Era onde tinha água. Foi mordida de cobra... Trouxe doze vacas, queria fazer partilha prá acertá as contas...
MORAES: Num tem conta prá acertar... As vacas que morreram foram as suas...
33. PM
Manuel. Tempo. Ouve últimas palavras de Moraes. O mugido mais intenso das vacas; as vozes dispersas dos compradores e coronéis; Manuel desce do cavalo e vai até o coronel Moraes. Caminha lento e fala humilde; a câmara enquadra Moraes.
MANUEL: Mas, seu Moraes, as vacas tinha era o ferro do sinhô... Num pode ser logo as minhas que sou um home pobre... Foi azar é verdade; as cobras mordeu as reses do sinhô...
MORAES: Isso foi descuido seu, preguiça... Fica dormindo o dia inteiro e não olha o gado direito... Tá acabado e num quero conversa, que a lei tá comigo...
34. PM
Manuel ouve as últimas palavras do Moraes, como uma chicotada. Vira-se em PP. Ao fundo, Moraes continua conversando com os amigos; Manuel se contém um pouco e vira-se; aproimando-se até mais junto de Moraes.
35. PM
Manuel aproxima-se e fala:
MANUEL: Dá licença outra vez, seu moraes... Mas que lei é essa?
MORAES (fora de campo): Quer discutir?
MANUEL: Não... Só tou querendo saber que lei é essa que num favorece meu direito...
MORAES (f/c): Quer discutir comigo? Já disse, tá dito... Você não tem direito a vaca nenhuma...
MANUEL: Mas, seu Moraes, o sinhô num pode tirar o meu...
36. PM
MORAES: Tá me chamando de ladrão?
MANUEL (f/c): Quem tá falando é o sinhô...
Moraes subitamente se irrita e pega um rebenque. Vem até PP maior e grita:
MORAES: Pra você aprender, ordinário, filho da puta...
E bate violentamente com o rebenque, quatro vêzes.
37. PM
Manuel, como uma pedra, o rosto riscado de sangue, olhos fixos em Moraes.
38. PM
Moraes com o rebenque
MORAES: Ainda discute comigo?
Manuel, com o rosto riscado de sangue; corte no quadro; a mão de Manuel suspende um facão; corte, o facão; corte, Moraes; corte, o facão em crescendo maior, e um GRITO!

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