Por Percival Puggina
Domingo, 15/03, retornando de
Goiânia, uma substituição de voos entre Congonhas e Porto Alegre me reteve no
aeroporto de São Paulo. De lá, escrevi a mensagem abaixo, lida aos
manifestantes do Parcão na capital gaúcha.
Meus queridos! É chantagem, sim. E assim tem sido
desde o início. Engavetamento de propostas. MPs que vencem sem explicação.
Projetos do governo virados do avesso. O ano de 2019 se esgotou sem que tenham
votado algo tão simples quanto a prisão após a condenação em segunda instância.
Por quê? Por que anunciaram que o blocão tem 300 votos? A quem e de quê esses
votos ameaçam? Desde o início do governo tem sido uma busca desenfreada por recursos!
Por que não se contentam com os subsídios e as verbas de gabinete? Por que
buscam, sempre, dispor de bilhões do nosso dinheiro?
É claro que Bolsonaro entendeu o recado. O recado é
o impeachment sendo urdido para alegria da grande imprensa. Esta, em seu afã
cotidiano de infernizar a vida do presidente, mudou de ideia. O que antes era
toma lá, dá cá, síndrome do Benedito Domingos, coisa feia, virou "autonomia do
parlamento". E quando o governo perde, a derrota recebe o nome de
"incapacidade de negociação"! Quem pode negociar direito com a faca
no pescoço?
Há uma arapuca permanente, montada para enganar a
população. Chega a ter luzes pulsantes em volta da porta. Em nome da "democracia" dizem que nós - NÓS? - estamos atacando às instituições. Disparate
para iludirem, também, a si mesmos! Atacamos procedimentos individuais. Desde
quando um congressista, ou muitos congressistas, são o Congresso? Desde quando
os indivíduos eleitos significam o parlamento? Da mesma forma, desde quando um
cidadão ou muitos cidadãos são O povo? E vale o mesmo para ministros do STF.
É chantagem sim!
A ameaça de não ter projetos aprovados é sinal de
alarme para o governo. E há, sempre, um preço a pagar. Sempre um valor imenso,
bilionário. Por isso o ambiente todo é de chantagem. Só não vê quem deixa de
lado todos os princípios e valores quando pega o avião para Brasília.
As exceções já salvaram o Brasil muitas vezes. E
salvarão de novo. Há bons deputados e bons senadores, mas desafortunadamente
são exceções. Estarmos junto das exceções, ao longo da lava-jato, em 2016, em
2018, foi salvação para nosso amado Brasil.
Lembremo-nos! Tenhamos presente. Tem sido
chantagem, sim. O problema que tanto nos entristece e desconforta é termos
nosso país de volta e sabermos que tantas dificuldades sobrevêm apenas porque o
presidente não loteou o Estado, o governo e a administração, nem fez jorrar
dinheiro em muitas mãos.
Saibam: tudo já estaria resolvido numa sala
fechada, se ajustado o preço a pagar por 300 unidades de voto parlamentar!
Se apoiarmos os bons e denunciarmos os maus estaremos apoiando a democracia e ajudando o Brasil. Bolsonaro não será submetido! Deus abençoe o Brasil e os brasileiros.
Se apoiarmos os bons e denunciarmos os maus estaremos apoiando a democracia e ajudando o Brasil. Bolsonaro não será submetido! Deus abençoe o Brasil e os brasileiros.
Percival
Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas
de jornais e sites no país. Autor de "Crônicas Contra o Totalitarismo", "Cuba,
a Tragédia da Utopia", "Pombas e Gaviões", "A Tomada do Brasil". Integrante do
grupo Pensar+.
Fonte: http://www.puggina.org
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