Estratégia anunciada pelo governo
sugere que abstinência seja uma das alternativas dos adolescentes para evitar
gravidez indesejada
O Governo Federal lançou na segunda-feira, 3, a campanha "Tudo tem seu tempo:
Adolescência primeiro, gravidez depois". A estratégia propõe que os
adolescentes considerem a possibilidade de adiar o início da vida sexual como
uma ferramenta para evitar a gravidez precoce.
O
lançamento foi feito pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e pela
ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. O projeto
terá campanhas na TV e na Internet, e custará no total R$ 3,5 milhões.
A
campanha vem sendo comentadas por técnicos do governo desde o começo de janeiro
e ficou conhecida como projeto da "abstinência sexual". A ideia
recebeu críticas de entidades como a Sociedade Brasileira de Pediatria e a
Defensoria Pública da União. Entre os argumentos está o de que a estratégia não
funciona, fere a liberdade do jovem sobre seu corpo e confunde.
Mandetta disse não considerar a ação um estímulo à abstinência e que ela poderá
a combater a gravidez precoce no Brasil. "Vai motivar uma série de debates. Não
entendo como abstinência, entendo como comportamento mais responsável. É dizer
espere, reflita, olhe quanto métodos você tem, até não ter atividade sexual. Se
serve para "a" e não serve para "b", que "b" faça
uso de um DIU, um diafragma", afirmou o ministro.
A
ministra Damares Alves afirmou que "não se trata de um assunto moral, e
não somente de comportamento, mas de saúde pública". "Eu quero falar
da menina de 11, eu quero falar do menino de 10", diz, em alusão ao número
expressivo de casos de gravidez no início da adolescência.
Números
apresentados no lançamento da campanha mostram que o número de bebês de mães
adolescentes caiu 40% desde 2000, mais que os 27% se considerada apenas a faixa
etária de adolescentes com menos de 14 anos.
Dados
oficiais apontam ainda para um crescimento das DST (doenças sexualmente transmissíveis)
no Brasil nos últimos anos, especialmente entre os jovens. Os novos casos do
Aids aumentaram 21% entre 2010 e 2018 no país, enquanto diminuíram no mundo,
segundo a ONU.
Fonte: https://noticias.r7.com
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