A Odebrecht teve de criar um sistema
informatizado no departamento específico que fazia o controle das montanhas de
propina pagas a membros do governo e, em especial, a políticos do PT. Mas,
entre interlocutores, o principal meio de comunicação é o velho "papelzinho".
Segundo Marcelo Odebrecht, o primeiro acerto de pagamento que fez, ele recebeu
o valor "num papelzinho" que Guido Mantega entregou.
R$ 50 milhões
De acordo com Marcelo em sua
delação, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, em 2008, anotou a cifra num
papel: "R$ 50 milhões".
Números de contas
Outro delator, Henrique Valladares
diz que o interlocutor de Aécio entregava números de contas a ele em pessoa e
em pedaços de papel.
Pouco mais moderno
E-mails da Odebrecht também foram
apresentados para comprovar denúncias contra políticos como José Serra, por
exemplo.
Era tudo ilícito
Marcelo revela que toda a relação da
Odebrecht com o PT era ilícita: "eu tinha uma agenda ampla... em função dessa
agenda ampla, eles podiam criar uma expectativa grande. Esse valor de R$ 114
milhões, que nasceu de modo totalmente ilícito, acabou indo a R$ 300 milhões".
Propina preventiva
O ex-ministro Guido Mantega não
participou da campanha de 2010 de Dilma "como imaginava", segundo definiu
Marcelo Odebrecht. Acertou pagamento de R$ 50 milhões em 2008, mas só foi
gastar em 2011.
R$ 100 milhões para 2014
Para 2014, Marcelo Odebrecht revela
ter reservado R$ 100 milhões para o PT de Lula e Dilma. Ele diz não saber se
foram integralmente consumidos "porque aí já tinha Lava Jato, teve 2014 etc.".
Resposta adiante
Marcelo Odebrecht diz, em seu
primeiro depoimento, não saber como Lula era informado, mas ele mesmo explica,
doze depoimentos mais tarde: era o pai Emílio quem deixava Lula a par de tudo.
Grupo seleto do PT
Marcelo revelou que quando um
executivo da Odebrecht recebia pedido de candidato do PT que "não interessava
apoiar", diretores eram instruídos a dizer "fala lá com o Palocci ou o Guido
porque o Marcelo tem um valor acertado. Se você conseguir arrancar... sai".
Nomenclatura de obra
Odebrecht não explica, mas apesar de
o nome adotado na imprensa e nos depoimentos ser de "planilha italiano" ou "conta Amigo", na tabela da Odebrecht a Conta do PT é "Programa Especial", como
uma obra.
Pensando bem...
... ao dizer que o sítio de Atibaia
era de um amigo, Lula não mentiu, apenas omitiu que o "Amigo" era ele próprio.
Fonte: Cláudio Humberto
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