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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Curiosidades históricas de Feira de antana

Por Antonio do Lajedinho 
Na semana da Pátria lembro-me da revista "O Cruzeiro" que tinha uma coluna intitulada: "O Impossível Acontece". E o que tem isto a ver com nossa Feira de Santana? Naquela semana da Pátria - isto há mais ou menos 60 anos - a data do 7 de setembro caiu numa segunda-feira e, por mais incrível que pareça, o feriado foi transferido para o dia 8. A feira das segundas-feiras era mais importante, daí esta mudança esdrúxula. Mas esta história não fica por aqui, numa destas mudanças (acontecia sempre que o feriado do dia 7 caía numa segunda-feira), o irreverente sargento Aranha - Antônio Antunes dos Santos - perfilou o Tiro de Guerra local e começou a marchar pelo meio da feira causando um grande alvoroço: foi panela de barro quebrada, roupa pisada, verduras e legumes amassados e uma série de outras quinquilharias estragadas. A turma jovem que formava a tropa aproveitou a oportunidade e, além de marchar, dava seus pontapés à vontade. Para quem assistiu, como eu, foi hilariante.
Em 1873 existia aqui em Feira de Santana 15 escolas sendo: 13 escolas do sexo masculino e duas do sexo feminino. Nessas escolas estudavam 664 alunos sendo: 566 meninos e 98 meninas.1  
Naquele mesmo ano, após prestaram exames para serem professores, foram aprovados 373 alunos e 180 alunas, isto para toda a Província da Bahia. Aqui em Feira foram nomeados para as escolas do sexo masculino de "1ª classe" sete professores, de "2ª classe" um professor e de "4ª classe" cinco professores; para as escolas do sexo feminino de "2ª classe" um professor e de "4ª classe" um professor.1  
A Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana nos anos de 1870 e 1871 acolheu para tratamento 38 pacientes, destes: 21 saíram curados, nove vieram a óbito e oito continuaram internados. Neste mesmo período foram sepultados no cemitério pertencente a Santa Casa 183 defuntos, sendo 91 homens e 92 mulheres. Maiores de 12 anos, 103 pessoas e menores de 12 anos, 80 crianças. Como podemos notar era muito grande o número de crianças falecidas.1 
O Asilo Nossa Senhora de Lourdes teve para sua construção algumas doações interessantes, segundo o jornal "A Reacção", edição de 13 de outubro de 1889, os que editavam o "Jornal de Notícias" espontaneamente constituíram-se "beneméritos benfeitores". Além desse ato eles fizeram uma campanha pelo jornal para ajuntar cupons da Linha Circular que estava oferecendo um prêmio de 50$000 a quem levasse o maior número destes cupons. Este prêmio era destinado a uma casa pia2. O "Jornal de Notícias" ganhou e o Asilo foi escolhido para receber este prêmio. 
A outra doação recebida pelo Asilo Nossa Senhora de Lourdes (vocês não vão acreditar, mas está no Jornal Oficial nº 01 do Grande Oriente do Brasil) foi da Grande Loja do Estado da Bahia  por ocasião da sessão de posse, em 8 de maio de 1894 que, apurado o tronco (quem é maçom sabe), o mesmo foi dividido entre o Asilo Nossa Senhora de Lourdes em Feira de Santana e o Asilo Filhas de Anna em Cachoeira. 
Já que falamos em Maçonaria, em minhas pesquisas sobre Feira de Santana, encontrei no mesmo jornal anteriormente citado, que a primeira Loja Maçônica de Feira de Santana chamava-se Caridade  Segredo Feirense e a mesma foi fundada em 3 de setembro de 1884, foi a segunda loja do interior e a sétima do Estado. O rito era o escocês, sendo que o primeiro presidente foi Antônio Lázaro de Oliveira Leitão. O termo venerável aparece poucos anos depois. 
(1) Pesquisa feita no Relatório do Conselho Interino do Governo ano 1873. 
(2) Casa pia era um termo usado antigamente para designar instituições que se destinavam ao tratamento de enfermos pobres e outras obras de beneficência. No caso do Asilo Nossa Senhora de Lourdes ele abrigada crianças órfãs. 
Antonio Moreira Ferreira, o Antonio do Lajedinho, é integrante do Instituto Histórico de Geográfico de Feira de Santana

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