Alvo de
muitas críticas da população baiana nos últimos anos, a Secretaria de Saúde do
Estado da Bahia (Sesab) deu mais uma demonstração que suas recentes gestões
estão, de fato, na UTI. Isso porque, o Ministério Público baiano abriu
inquérito civil para apurar denúncias de irregularidades durante a realização
do Mutirão de Cirurgia de Varizes, que ocorreu entre os meses de setembro de
2013 a maio de 2014 no Hospital Geral Clériston Andrade, na cidade de
Feira de Santana.
De acordo
com o MP, há indícios que o material utilizado neste mutirão pode ter sido
superfaturado pela Sesab, na então gestão do hoje deputado federal Jorge Solla.
O fato
gerou revolta no deputado estadual Targino Machado (Foto: Divulgação), que criticou o
ex-secretário e seus desmandos em relação à saúde do estado.
"O
Clériston é somente a ponta do iceberg. É preciso esclarecer à população, a
imprensa e até mesmo ao Ministério Público, que foi feito, não no Clériston,
mas dentro da Secretaria de Saúde da Bahia, em 2014, na gestão de Jorge Solla,
um registro de preço, com valores exorbitantes. Fala-se em algo em torno de 90
milhões para utilização de toda rede própria dos hospitais do estado,
pertencentes à Sesab. Esse registro de preço foi da lavra do diretor da Rede
Própria Sob Gestão Direta da Secretaria de Saúde da Bahia, José Walter dos
Santos Júnior, que é o último dos moicanos da administração de Jorge Solla.
Todo mundo sabe que o mesmo é amigo do ex-secretário e o único que continua na
Sesab ocupando cargo importante. O resto a secretaria já passou a vassoura",
afirmou.
De acordo
com o parlamentar, o diretor da Rede Própria Sob Gestão Direta da Secretaria de
Saúde da Bahia, José Walter dos Santos Júnior, não poderia ter feito esse
registro de preço sozinho.
"O
diretor José Walter não poderia ter feito esse registro de preço milionário
sozinho. Ele precisou da anuência da diretoria de saúde da Sesab, ligada, à
época, ao secretário Jorge Solla, que era cargo do Partido dos Trabalhadores".
Para
Targino, os valores das cirurgias de varizes, realizadas durante o mutirão,
passam, e muito, da média que os hospitais particulares, por exemplo, cobram na
Bahia.
"No
Clériston foram feitas 450 cirurgias de varizes e 99% delas são ambulatoriais.
Só algumas dessas são necessárias internar. Somente com os estiletes para
ablação das varizes foram gastos R$ 11.160.000, e com os cateteres de safena
mais R$ 4.155.000. Isso dá 15.315.00,00. Não estou falando de nenhum outro
insumo. Dividindo isso, chega-se a um valor médio de R$ 34.033,33. O preço
médio de uma cirurgia como essa, em hospitais particulares, é de três mil
reais. Se a Sesab tivesse encaminhado esses 450 pacientes para o Hospital
Aliança, por exemplo, teria gasto 1.350.000,00, ou seja, cerca de 8% do que
gastaram", disse.
(Com
informações de Maurício Neiberg, da Assessoria de Comunicação)
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