Por Reinaldo Azevedo
Dilma Rousseff poderia fazer um bem imenso ao Brasil e à
Petrobras. Mas ela não vai. Já chego lá.
A estatal é um retrato do Brasil sob a era petista: gigante,
depauperada, sucateada, com futuro incerto. Imaginem o que aconteceria se, nas
campanhas eleitorais de 2006, 2010 e até 2014, um candidato do PSDB dissesse
isto: "A Petrobras precisa redefinir o seu tamanho". João Santana, aquele
marqueteiro que só fala a verdade, iria para a TV acusar os tucanos de tentar
privatizar a empresa. Pois foi o que falou nesta quinta, em teleconferência com
analistas, a presidente da estatal, Graça Foster. Foi além: a gigante
cambaleante terá de reduzir seus investimentos em exploração e refino ao mínimo
necessário. Trata-se de uma medida preventiva para assegurar o caixa da
empresa.
Como é que essa decisão se casa com a obrigação que tem a
Petrobras de ser parceira da exploração do pré-sal? Ora, não se casa.
Lembram-se daquela cascata da dupla Lula-Dilma em 2010, segundo a qual o óleo
lá das profundezas era um bilhete premiado? Isso ficou para trás. O mais
impressionante é que, no discurso proferido antes da reunião ministerial de
terça-feira, a soberana mandou brasa: "Temos de apostar num modelo de partilha
para o pré-sal, temos de dar continuidade à vitoriosa política de conteúdo
local." Nesta quinta, na prática, Graça estava dizendo que a fala da sua chefe
é pura cascata.
Graça foi além. A Petrobras, que já estuda não pagar dividendos a
seus acionistas, resolveu congelar as obras de Abreu e Lima, em Pernambuco, e
da Comperj, no Rio - ambas com suspeitas de superfaturamento e no epicentro da
roubalheira perpetrada pela quadrilha que comandou os destinos da empresa por
mais de 10 anos.
A Petrobras está no chão. Em dois dias, suas ações caíram
praticamente 15%, consequência da patuscada protagonizada pela empresa, que
divulgou um balanço de mentira. Na quarta-feira, a companhia destacou em seu
balanço empreendimentos superavaliados em R$ 88,6 bilhões. Diante do número,
Dilma fez aquilo que mais sabe fazer: ficou furiosa. Ela não suporta a
conspiração dos fatos.
Então ficamos assim: aquela que já foi a maior empresa brasileira
tem ativos superestimados em R$ 88,6 bilhões; já calcula em R$ 4 bilhões só o
montante da roubalheira; pensa em não pagar dividendos; divulga um balanço não
auditado; congela obras em andamento; reduz à sua expressão mínima a exploração
e o refino de petróleo, suas principais áreas de atuação, e sua presidente diz
que a apuração das falcatruas pode durar muitos anos.
E Dilma? Ah, Dilma Rousseff poderia fazer com que a empresa, que
hoje deve valer pouco mais de R$ 100 bilhões na Bolsa, volte a valer quase R$ 400
bilhões. Bastaria ir à televisão e anunciar: "Assim que sanarmos as contas,
vamos privatizar a Petrobras". As ações subiriam de modo vertiginoso e
contínuo. É certo que alguns vagabundos e larápios tentariam organizar alguns
protestos… A população, cansada de ser roubada e de pagar a gasolina mais cara
do mundo, certamente aplaudiria. Antes que as antas se levantem: todas as
riquezas do subsolo brasileiro pertencem à União, pouco importa quem as
explore.
Mas Dilma não vai fazer isso. O PT está decidido a enterrar o
Brasil e a Petrobras, dois gigantes cambaleantes.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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