Por Reinaldo Azevedo
No dia 16
de agosto de 2013, escrevi aqui no meu blog um post cujo primeiro parágrafo
dizia o seguinte:
"No ano
passado - portanto, em 2012 -, pelo menos 105 mil pessoas foram assassinadas no
mundo por um único motivo: eram cristãs. O número foi anunciado pelo sociólogo
Maximo Introvigne, coordenador do Observatório de Liberdade Religiosa, da
Itália. E, como é sabido, isso não gerou indignação, protestos, nada. Segundo a
Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), 75% dos ataques motivados
por intolerância religiosa têm como alvos os… cristãos. Mundo afora, no
entanto, o tema quente, o tema da hora - e não é diferente na imprensa
brasileira -, é a chamada 'islamofobia'".
Pois é…
Logo depois dos ataques facinorosos ocorridos em Paris, teve início o debate
sobre a, quem diria?, "islamofobia". E, é evidente, não foi diferente nas
terras brasileiras. Que coisa! Leandro Colon informa na Folha que duas
igrejas protestantes brasileiras, presbiterianas, foram atacadas no Níger, no
Norte da África, em manifestações de protesto contra a publicação da charge de
Maomé pelo jorna francês "Charlie Hebdo". Outras duas igrejas protestantes e
uma escola, também comandadas por brasileiros, foram atacadas. As agressões
aconteceram em Niamey, capital do país.
Dez
cristãos já foram assassinados no Níger desde sexta-feira, e 20 templos
depredados. "Estou em estado de choque. Moro aqui desde 2009; na África, há 14
anos, e nunca vi algo parecido. A relação com os muçulmanos sempre foi
tranquila. Só pode ser coisa do satanás", afirmou o pastor Roberto Gomes, que
pertence à Igreja Presbiteriana Viva, com sede em Volta Redonda, no Estado do
Rio.
Pois é… O
satanás não tem nada a ver com isso. A ação é fruto de milícias islâmicas, que
se espalham mundo afora e que respondem, reitero, pelo assassinato, a cada ano,
de 100 mil cristãos. Critiquei aqui na semana passada a fala ambígua do papa
Francisco sobre os ataques terroristas em Paris. Tanto eu estava certo que o
próprio Vaticano veio a público para, mais uma vez, botar os devidos pingos nos
is e esclarecer o que, afinal de contas, o Sumo Pontífice quis dizer.
A
imprensa ocidental e a própria Igreja Católica, como instituição, são omissas a
respeito da perseguição a que são submetidos os cristãos mundo afora. Ora, o
que presbiterianos, católicos e outras denominações cristãs têm a ver com as
charges do "Charlie Hebdo"? Resposta: nada! Também eles são alvos das críticas
da publicação. A verdade é que as democracias ocidentais combatem uma "islamofobia" que não existe e são omissas a respeito de uma "cristofobia" que
é real.
Imaginem
se 100 mil muçulmanos morressem todo ano, vítimas de milícias cristãs… O mundo
talvez já estivesse em chamas. Como são apenas cristãos morrendo, ninguém dá
bola. A impostura já foi denunciada mundo agora pela ativista somali Ayaan
Hirsi Ali, que hoje mora na Holanda. Em Darfur, no Sudão, estimam-se em 400 mil
os mortos por milícias islâmicas desde 2003. Depois de aterrorizar a Nigéria, o
grupo terrorista Boko Haram agora ataca o norte de Camarões. Dezenas de pessoas
foram assassinadas, e há pelo menos 80 sequestradas - 50 são crianças.
Mas, como
já apontou Ayaan Hirsi Ali, os intelectuais europeus não se interessam pela
morte de cristãos nem buscam combater a cristofobia. Estão ocupados demais com
a tal "islamofobia".
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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