Por Reinaldo Azevedo
Fábio Raposo Barbosa, 22 anos, estudante de contabilidade e
tatuador, foi indiciado pela polícia do Rio como coautor na tentativa de
homicídio do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. Ele se
apresentou depois de ter sido identificado num vídeo que registra o momento em
que ele passa a um outro rapaz o morteiro que acabou atingindo Santiago - que
segue em coma no hospital Souza Aguiar.
Pois é…
O anjinho, agora de cara limpa, sem máscara, concede uma entrevista à GloboNews. Certamente já falou com
advogados. É um direito dele. A propósito: a seção da OAB-Rio não vai sair em
sua defesa, já que virou babá de black bloc? É mesmo um santo. Acho que
devemos iniciar um movimento para canonizá-lo. A sua história vale uma
nota de R$ 3. Em suma, diz ele, achou o rojão no chão e entregou ao outro. Não
tinha nada com aquilo. Ele é um black bloc, mas diz que não sai às ruas para
quebrar nada ou atacar policiais, entenderam?
Ele chama a imprensa de "as mídias"… Então tá.
O trecho mais, digamos, significativo de sua fala é este:
"Logo que eu cheguei, houve um corre-corre. Fui até lá para ver o que tinha acontecido. Estava tendo um confronto entre manifestantes e alguns policiais militares. Daí, jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo próximo a mim. Eu coloquei a minha máscara de gás, que é mais para minha proteção mesmo, porque machuca o peito e arde o rosto, e foi isso. Eu cheguei, fui até lá, vi que estava tendo um confronto entre a polícia e os manifestantes. Nesse corre-corre, vi que um rapaz correndo deixou uma bomba cair. Uma bomba, não sei o que é, um negócio preto assim. Daí, eu peguei e fiquei com ela na mão. Esse outro cara veio e falou para mim: 'Passa aí para mim, que eu vou e jogo. Eu vou e jogo'. Eu peguei e passei para ele. Foi só isso mesmo".
"Logo que eu cheguei, houve um corre-corre. Fui até lá para ver o que tinha acontecido. Estava tendo um confronto entre manifestantes e alguns policiais militares. Daí, jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo próximo a mim. Eu coloquei a minha máscara de gás, que é mais para minha proteção mesmo, porque machuca o peito e arde o rosto, e foi isso. Eu cheguei, fui até lá, vi que estava tendo um confronto entre a polícia e os manifestantes. Nesse corre-corre, vi que um rapaz correndo deixou uma bomba cair. Uma bomba, não sei o que é, um negócio preto assim. Daí, eu peguei e fiquei com ela na mão. Esse outro cara veio e falou para mim: 'Passa aí para mim, que eu vou e jogo. Eu vou e jogo'. Eu peguei e passei para ele. Foi só isso mesmo".
Como vocês podem ver, tudo simples, objetivo e crível. É uma pena
que um homem esteja à beira da morte por conta de tanta inocência. Se Raposo
fosse jagunço, repetiria a máxima de que ele só atira, mas quem mata é Deus.
Ah, sim: ele é black bloc e vai para as manifestações com uma
máscara contra gases, mas não sabe identificar um rojão. Leiam:
"um acaso mesmo, de ver o negócio no chão, pegar para tentar devolver, achando que era algum pertence de alguém, mas infelizmente era uma bomba e ele acendeu de uma forma que foi em cima do repórter".
Mas ele acredita também na boa intenção do outro:
"Acredito que ele não tenha feito por mal. Acredito que foi um acaso de ele estar filmando, os cinegrafistas ficam no meio do fogo cruzado."
"um acaso mesmo, de ver o negócio no chão, pegar para tentar devolver, achando que era algum pertence de alguém, mas infelizmente era uma bomba e ele acendeu de uma forma que foi em cima do repórter".
Mas ele acredita também na boa intenção do outro:
"Acredito que ele não tenha feito por mal. Acredito que foi um acaso de ele estar filmando, os cinegrafistas ficam no meio do fogo cruzado."
Vejam a entrevista inteira se tiverem estômago. Esses ditos "manifestantes" falam em “fogo cruzado” como se dissessem que hoje é sábado;
como se tivessem o direito de sair por aí atacando a polícia; como se houvesse
um confronto entre duas forças legítimas. Errado! A única força legitimada pela
democracia é a polícia; o outro lado é banditismo.
E a gente nota que ele também lamenta que o cinegrafista tenha
sido atingido. Em nenhum momento deixa claro que seria igualmente grave se o
artefato tivesse ferido um policial - e esse era o objetivo.
É claro que alguém ainda sairia muito machucado dessa história.
Infelizmente, foi um trabalhador, que estava lá ganhando o pão de cada dia, e
não um dos vagabundos que promovem a arruaça. É isso!
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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