Por César Maia
1. A priorização de uma Constituinte - que caiu por absurda 12
horas depois - e em seguida de uma Reforma Eleitoral/Política por plebiscito,
desqualificando o Congresso, aproveitando o enorme desgaste dos partidos e dos
políticos e as palavras de ordem dos protestos, é iniciativa de alto risco.
2. Há três hipóteses:
a) Dilma quer jogar o desgaste para o Congresso e se separar do desgaste
político; b) Dilma não controla mesmo o Congresso e quer produzir o seu "fechamento" de fato antes da campanha de 2014 em 12 meses mais; c) Dilma está
perdida e não sabe o que fazer e quer ganhar tempo, pois o processo para o
plebiscito levaria 3 meses.
3. Os desdobramentos
são dois. I) Dilma se esquece da máxima democrática: "Pior que um péssimo
parlamento é não ter parlamento"; II) A base parlamentar de Dilma estava sem
controle e agora não existe mais. O presidente do Senado - aposta em respostas
populistas - devolvendo a Dilma o desgaste pela inviabilidade de suas propostas
e o presidente da Câmara se fortaleceu nessa crise junto aos deputados,
inclusive do PT e vai apostar no confronto com Dilma, sempre modulando a
retórica.
4. Esse quadro de crise
institucional possível será agravado pelo STF, que também está se descolando de
uma crise que não é sua, muito pelo contrário. A prisão de deputado federal
apenas antecipa a confirmação em plenária da prisão dos "mensaleiros". E como
tradição da política em todo mundo, num regime democrático, lembrando outra
máxima - em política não há vácuo - o STF mais que nunca arbitrará as decisões
políticas - PECs, Leis e Decretos.
5. Apertem os cintos,
pois há turbulência pela frente. Fonte: "Ex-Blog do Cesar Maia"
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