Por Reynaldo Rocha
O preço dos ingressos da
Copa do Mundo, imposto pela Fifa, é extorsivo e fora da realidade da maioria
dos brasileiros. A cerveja é americana. O cachorro-quente é hot-dog
falsificado. E são mais caros que uma refeição em restaurante popular.
O
PT, na busca eterna de um nacionalismo vulgar, exilou, no próprio Brasil, os
brasileiros torcedores.
O ufanismo que adotado pela
ditadura militar fez com que Lula chorasse ao comemorar a escolha da sede da
Copa. Ele assinou a rendição incondicional do país frente a quem só tem a
lucrar com a subserviência estatal, fruto do mesmo delírio que nos humilha
diariamente.
O elefante estrelado de
Brasília, o estádio que não merece ser chamado de Mané Garrincha, será uma
edificação fantasma onde times de Luis Estevão vão se confrontar com os outros
de pouca relevância para arquibancadas vazias.
Em São Paulo, o amigo
petista de Lula - André Sanches - conseguiu criar um estádio. Já perdi a conta
que quantos estádios a cidade de São Paulo possui. No Rio de Janeiro, o
Maracanã voltará a ser o centro do futebol carioca. Até a cobertura ameaçar
desabar como no Engenhão. Em Belo Horizonte, todos os caminhos levam ao
engarrafamento da Pampulha. As vias de acesso já existiam ANTES dos projetos da
Copa.
Em todo o Brasil é o mesmo
cenário: o legado que teremos, como já disse Aldo Rebelo, é "de orgulho
nacional!" Lembrei-me de "Por que me ufano de meu país", do Conde Afonso Celso,
um dos maiores absurdos sociológicos de todos os tempos. Deixou discípulos.
O legado maior da Copa de
2014 está por acontecer. E acontecerá. A revolta que explodiu nas ruas - de um
povo que sequer foi convidado para a festa que financiou - será ainda mais
intensa.
O que leva um governo a
gastar nesta Copa no Brasil o mesmo valor que foi gasto nas Copas da África do
Sul, Alemanha e Japão/Coreia JUNTOS? E escondendo o fato que mais de 90% dos
recursos para o evento saíram de nossos impostos, como doação a estados ou
financiamentos a grupos privados que têm 30 anos para pagar, usando a renda do
que foi financiado?
A Fifa deve mesmo repetir,
como o bandido envergonhado: "Eu não escolhi o Brasil. O Brasil é que pediu
para sediar a Copa!". Talvez seja a única verdade neste enredo de horror. A
Fifa aproveitou-se de quem se dizia (e agia como) dono do Brasil. E o dono do
Brasil, acreditando-se dono de nossos destinos e esperanças, assinou o cheque
em branco. Que foi preenchido com os números que a Fifa quis.
Na alegre companhia de
empreiteiras (os novos patrões do responsável por esse desvario),
atravessadores, lobistas e corruptos de todos os tipos.
Discordo de Aldo Rebelo. O
legado, se houver algum, será a vergonha e revolta. Sobretudo por sabermos que
cada centavo gasto (acompanhado de outros tantos roubados) poderia ter sido
usado em benefício do país.
De legado em legado, o PT
só aumenta o tamanho da verdadeira herança maldita.
Fonte: Coluna do Augusto Nunes, na "Veja"
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