Por
José Márcio Mendonçe e Francisco Petros
O “novo” sindicalismo em concordata - 1
É desses paradoxos que nem a
política explica e que a razão desconhece: depois do fiasco (pela grandiosa
adesão esperada pelos organizadores) do Dia Nacional de Luta,
quinta-feira passada, percebe-se que o novo sindicalismo brasileiro, batizado
de "autêntico", nascido com Lula e os movimentos no ABC paulista em fins dos
anos 1970, está a morrer, vítima do lulismo.
É inegável que a CUT, Força Sindical, CGT e outras centrais
sindicais menos votadas, mais companhias belas como UNE e MST, esperavam levar
às ruas no dia 11 de julho multidões bem maiores que as cerca de 100 mil
pessoas que mobilizaram pelo Brasil inteiro.
Já os "indignados" brasileiros de junho - sem organização
visível, sem estrutura, sem líderes tarimbados, sem carros de som e
microfones - reuniram um milhão e meio de cidadãos também numa
quinta-feira, semanas atrás.
O "novo" sindicalismo em concordata - 2
Falharam os pentecostais do trabalhismo oficial e seus
penduricalhos basicamente por três razões :
1. Afastaram-se de suas bases,
imantados por verbas oficiais do imposto sindical e de financiamento às
organizações não-governamentais que na verdade são governamentais, começaram a
recolher milhões nos últimos anos, graças às generosidades brasilienses.
Perderam garra. O MST é a melhor prova disso.
2. Estão com um discurso defasado,
antiquado para uma sociedade que mudou muito, política e socialmente, no último
caso em boa parte graças às políticas de renda do próprio lulismo.
3. Tornaram-se extremamente semelhantes aos partidos políticos aos
quais indiretamente estão ligadas.
Neopeleguistas, se quiserem sobreviver só lhes resta se
reinventarem, assim como Lula inventou o sindicalismo moderno brasileiro mais
de 30 anos atrás. Esse mesmo que agora fenece
Fonte: "Política & Cia", de Ricardo Setti
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