Por Arthur Virgílio
Quase não acreditei quando li que a presidente Dilma Rousseff, durante sua visita à cinquentenária ditadura cubana, havia proferido críticas aos EUA, no tocante a políticas de direitos humanos. Quase não acreditei!
Supunha que ela não receberia mesmo a blogueira Yoani Sánchez que, como seus patrícios em geral, é refém da crueldade de um regime que tortura, coage, persegue e mata seus supostos adversários.
Imaginava que ela se recusaria a receber lideranças dissidentes, perdendo a ocasião, inclusive, de conhecer figuras que poderão vir a governar a Ilha, quando o castrismo finar.
Só não concebia que fosse capaz de fazer comparação tão infantil e inábil, entre uma democracia, a dos Estados Unidos, com suas qualidades e defeitos, e o mais longevo regime de força do mundo.
Considero Guantánamo um erro, sim. O Brasil tem o direito e o dever de criticar o governo norte-americano por isso. Assim como não deve temer questionar brutalidades da ditadura chinesa. Não precisa romper relações diplomáticas com ninguém; tem, isto sim, de afirmar, em qualquer circunstância, seu compromisso com as liberdades públicas e individuais e com o respeito à integridade física e psicológica de opositores de qualquer regime ou qualquer governo.
Dilma foi extremamente infeliz ao comparar Cuba com os Estados Unidos e Cuba com o próprio Brasil, a partir da realmente degradante situação de tantos presídios brasileiros.
Cuba tem como política de governo castrar a livre manifestação de seus filhos. Não é assim nos EUA.
E o Brasil não tem presos políticos; resolver o drama da superlotação dos presídios é dever dos governos federal e estaduais. Melhor seria ela própria começar a agir administrativamente, ao invés de rebaixar seu próprio país ao cotejo com uma torpe ditadura, apenas com o fito de ser agradável aos ditadores.
Não entendo tanta reverência a Fidel e Raul Castro, que têm nas costas e na consciência, milhares e milhares de mortes. Parece mesmo que um é o Mickey e o outro é o Pato Donald, num contexto em que Cuba seria a Disneylândia de uma certa esquerda brasileira bem atrasada.
Antes tivesse ficado no Brasil. A primeira mulher eleita, democraticamente, para nos governar, recusou-se a receber Yoani Sánchez, mulher como ela, que insiste em cometer o “crime” de não se curvar aos horrores do castrismo.
Que bola fora!
* Arthur Virgílio, diplomata, foi líder do PSDB no Senado
Fonte: "Blog do Noblat"
Quase não acreditei quando li que a presidente Dilma Rousseff, durante sua visita à cinquentenária ditadura cubana, havia proferido críticas aos EUA, no tocante a políticas de direitos humanos. Quase não acreditei!
Supunha que ela não receberia mesmo a blogueira Yoani Sánchez que, como seus patrícios em geral, é refém da crueldade de um regime que tortura, coage, persegue e mata seus supostos adversários.
Imaginava que ela se recusaria a receber lideranças dissidentes, perdendo a ocasião, inclusive, de conhecer figuras que poderão vir a governar a Ilha, quando o castrismo finar.
Só não concebia que fosse capaz de fazer comparação tão infantil e inábil, entre uma democracia, a dos Estados Unidos, com suas qualidades e defeitos, e o mais longevo regime de força do mundo.
Considero Guantánamo um erro, sim. O Brasil tem o direito e o dever de criticar o governo norte-americano por isso. Assim como não deve temer questionar brutalidades da ditadura chinesa. Não precisa romper relações diplomáticas com ninguém; tem, isto sim, de afirmar, em qualquer circunstância, seu compromisso com as liberdades públicas e individuais e com o respeito à integridade física e psicológica de opositores de qualquer regime ou qualquer governo.
Dilma foi extremamente infeliz ao comparar Cuba com os Estados Unidos e Cuba com o próprio Brasil, a partir da realmente degradante situação de tantos presídios brasileiros.
Cuba tem como política de governo castrar a livre manifestação de seus filhos. Não é assim nos EUA.
E o Brasil não tem presos políticos; resolver o drama da superlotação dos presídios é dever dos governos federal e estaduais. Melhor seria ela própria começar a agir administrativamente, ao invés de rebaixar seu próprio país ao cotejo com uma torpe ditadura, apenas com o fito de ser agradável aos ditadores.
Não entendo tanta reverência a Fidel e Raul Castro, que têm nas costas e na consciência, milhares e milhares de mortes. Parece mesmo que um é o Mickey e o outro é o Pato Donald, num contexto em que Cuba seria a Disneylândia de uma certa esquerda brasileira bem atrasada.
Antes tivesse ficado no Brasil. A primeira mulher eleita, democraticamente, para nos governar, recusou-se a receber Yoani Sánchez, mulher como ela, que insiste em cometer o “crime” de não se curvar aos horrores do castrismo.
Que bola fora!
* Arthur Virgílio, diplomata, foi líder do PSDB no Senado
Fonte: "Blog do Noblat"
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