Por César Maia
1. Na votação da emenda 164 ao Código Florestal, o governo Dilma perdeu por diferença substantiva. No dia seguinte, a imprensa apontava uma vitória do PMDB e dos Ruralistas. O noticiário dos últimos 15 dias, focalizando o texto de forma - digamos - técnica, precipitou esta dedução. Mas não foi isso, ou melhor, não foi só isso. Façamos as contas.
2. 455 deputados presentes. 273, ou 60%, votaram contra o governo Dilma. 182 votaram a favor, ou 40%. A bancada do PMDB é composta de 79 deputados. Se todos tivessem comparecido e votado contra o governo, seriam 79. Restariam 273 menos 79, ou 194. A bancada ruralista é estimada em 120 deputados. 40% dela - pelo menos - estão no PMDB. Portanto 48 já foram contados no PMDB e restam 72 deputados. Com isso, dos 194 citados sem o PMDB, e reduzindo esses 72, teríamos 122 deputados. Os partidos de oposição (DEM-PSDB-PPS) têm, hoje, 93 deputados. Pelo menos 40% deles pertencem a bancada ruralista ou 37 deputados. Dessa forma, dos 122 deputados, retirando os ruralistas da oposição, teríamos 122 - 37, ou 85.
3. Ou seja: 85 deputados que nem são do PMDB nem dos partidos com base ruralista, nem são da oposição, votaram contra o governo. É uma "bancada" semelhante a do PT, que tem 88 deputados e maior do que os 79 do PMDB. Se os analistas políticos não entenderem isso, não terão entendido nada.
4. Este Ex-Blog, dias atrás, analisou o que chamam de base aliada e lembrou que o PT, pós-mensalão 2005, caminhou ao centro e ampliou heterogeneamente a sua base aliada. E na eleição de 2010 mais ainda. Com isso, a base aliada do governo Dilma só serve para rolar a rotina, aprovar leis sistêmicas, aumentar subsídios e despesas, ocupação de espaços... Mas qualquer assunto fora dessa rotina funcional, a base aliada de fato, para votar mudanças e sair da rotina, se transforma em 35%. Nessa votação chegou a 40%, porque o tema atraiu um segmento da oposição, ausente ou presente, ou uns 20 deputados. O tamanho do governo para mexer na rotina é este: 35% a 40% da Câmara de Deputados.
5. A Oposição é maior do que alguns supunham, mas não aqueles que olham as correntes abaixo da linha do mar, como este Ex-Blog dizia. Agora haverá uma calmaria, para não assustar. E a oposição de 60% voltará em assuntos polêmicos no segundo semestre. Claro, se o governo Dilma quiser correr esse risco. O Código Florestal só ajudou a dar visibilidade a isso, e a ajudar aqueles que têm olhos de ver, e ouvidos de ouvir.
2. 455 deputados presentes. 273, ou 60%, votaram contra o governo Dilma. 182 votaram a favor, ou 40%. A bancada do PMDB é composta de 79 deputados. Se todos tivessem comparecido e votado contra o governo, seriam 79. Restariam 273 menos 79, ou 194. A bancada ruralista é estimada em 120 deputados. 40% dela - pelo menos - estão no PMDB. Portanto 48 já foram contados no PMDB e restam 72 deputados. Com isso, dos 194 citados sem o PMDB, e reduzindo esses 72, teríamos 122 deputados. Os partidos de oposição (DEM-PSDB-PPS) têm, hoje, 93 deputados. Pelo menos 40% deles pertencem a bancada ruralista ou 37 deputados. Dessa forma, dos 122 deputados, retirando os ruralistas da oposição, teríamos 122 - 37, ou 85.
3. Ou seja: 85 deputados que nem são do PMDB nem dos partidos com base ruralista, nem são da oposição, votaram contra o governo. É uma "bancada" semelhante a do PT, que tem 88 deputados e maior do que os 79 do PMDB. Se os analistas políticos não entenderem isso, não terão entendido nada.
4. Este Ex-Blog, dias atrás, analisou o que chamam de base aliada e lembrou que o PT, pós-mensalão 2005, caminhou ao centro e ampliou heterogeneamente a sua base aliada. E na eleição de 2010 mais ainda. Com isso, a base aliada do governo Dilma só serve para rolar a rotina, aprovar leis sistêmicas, aumentar subsídios e despesas, ocupação de espaços... Mas qualquer assunto fora dessa rotina funcional, a base aliada de fato, para votar mudanças e sair da rotina, se transforma em 35%. Nessa votação chegou a 40%, porque o tema atraiu um segmento da oposição, ausente ou presente, ou uns 20 deputados. O tamanho do governo para mexer na rotina é este: 35% a 40% da Câmara de Deputados.
5. A Oposição é maior do que alguns supunham, mas não aqueles que olham as correntes abaixo da linha do mar, como este Ex-Blog dizia. Agora haverá uma calmaria, para não assustar. E a oposição de 60% voltará em assuntos polêmicos no segundo semestre. Claro, se o governo Dilma quiser correr esse risco. O Código Florestal só ajudou a dar visibilidade a isso, e a ajudar aqueles que têm olhos de ver, e ouvidos de ouvir.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
Um comentário:
Às vêzes, nem parece que temos presidente, ainda bem, por enquanto. Quem sabe, conseguimos fazer o povo brasileiro voltar à razão, enquanto o petralhão tá fora, fazendo as suas "palestras"?
E depois, querer que se vote contra a produção de alimentos e que além disso, é o responsável pelo PIB do Brasil? Além de outras questões importantes e os "aliados" do governo pensaram com a razão. E depois, a idéia não é desmatar como os petistas e os verdes tentaram fazer crer.
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