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quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Antonio Palocci e Marcos Valério: Um esquema análogo? Palocciduto?"

Por César Maia

1. Na terça-feira (24), no Plenário da Câmara de Deputados, pelo menos três deputados do PT conversavam - nem tanto - ao pé do ouvido, afirmando a honestidade do ministro Antonio Palocci. Garantiam que os recursos "arrecadados" por Palocci não foram para sua capitalização pessoal, mas para "ajudar" a campanha de Dilma. Ou seja: ele seria um duto de captação pessoal de recursos sem que empresas tivessem que declarar doação à campanha de Dilma.
2. Se foi assim mesmo, é exatamente o mesmíssimo esquema montado pelo PT com Marcos Valério. Empresas, em vez de doar diretamente recursos ao PT, pagavam a empresa de Marcos Valério por "serviços de publicidade". Valério recebia a lista de repasses e entregava na boca do caixa àqueles que estavam autorizados a receber.
3. A isso se chamou de "Valerioduto". O núcleo do "Valerioduto" era, coincidentemente, a mesma Casa Civil, através de seu ministro autor das listas, que incluíam a parlamentares da base aliada. Sendo verdade o que aqueles deputados comentaram, temos agora um esquema exatamente igual, em seu conceito. Só que o ministro não apresenta uma lista para receber e doar, mas o faz diretamente através de sua própria consultoria.
4. Antes, a empresa de Marcos Valério - a SMP&B -, recebia e repassava: era o núcleo do "Valerioduto". Agora - se confirmado o que deputados disseram - é a empresa - PROJETO - de Palocci que é o núcleo do "Palocciduto". É uma investigação fácil para o MP, a PF, ou a RF. Basta seguir o caminho do dinheiro recebido e ver, fora dos imóveis (checando valor de mercado), onde foi aplicado: estão em caixa ou serviram para pagar alguém ou alguma coisa? E checar se os valores são apenas 20 milhões de reais, ou se há muito mais, como alguns especulam.
5. Na medida em que a investigação demonstre isso, a Projeto poderia contratar o Delubio para mostrar que é apenas dinheiro não contabilizado: mais uma vez. Por essas e outras é que Palocci abrir suas contas - digamos, empresariais, desde 2006 a 2010 - é imprescindível..., para ele e para todos. E para o distinto público!
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"

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