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terça-feira, 15 de junho de 2010

Troca-troca dos vices governadores da Bahia

Por Tiago Piñeiro Martins
Quando se fala da Bahia, temos que relembrar o 27º governador do Estado, Octávio Mangabeira, não por ele ter sido o melhor, ou o pior governador, mas por ter sido ele que proferiu a mais sabia frase que descreve, até os dias atuais, a realidade do nosso Estado, espelhando inclusive o que ocorre com a política na Bahia: “Pense no absurdo, na Bahia tem precedente”.
O atual governador da Bahia, o carioca Jaques Wagner (PT), foi eleito em 2006 tendo Edmundo Pereira Santos (PMDB) como vice-governador. Porém em 2010 Jaques Wagner e Edmundo Pereira vão tentar a reeleição em chapas diferentes. Wagner escolheu para ser seu vice, no pleito que se aproxima, o médico Otto Roberto Mendonça de Alencar (PP), que já foi vice-governador de 1999 a 2002, chegando inclusive a assumir o Governo em abril de 2002, já que seu companheiro de chapa e então governador César Borges, renunciou para ser candidato ao Senado.
Já o atual vice-governador Edmundo Pereira, gostando do cargo que ora ocupa, segue para reeleição em outubro deste ano, como vice do seu senhorio, deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB), embora tenha jurado, por repetidas vezes passadas, amor e fidelidade ao atual governo petista.
Por sua vez, não podemos nos esquecer do ex-governador Paulo Souto (DEM), que também é candidato ao Governo da Bahia em 2010, escolheu como seu companheiro na chapa majoritária, Nilo Augusto de Moraes Coelho (PSDB) que também já foi vice-governador da Bahia de 1987 à 1989 quando o governo estava entregue a Waldir Pires, eleito em 1986 pelo PMDB e que, junto com Nilo Coelho, impôs uma expressiva derrota política ao grupo do senador Antonio Carlos Magalhães.
Diante dos fatos acima, nos é justo afirmar que está instalado um verdadeiro "samba do crioulo doido" na política baiana, ou seja: Wagner vai tentar a reeleição com um vice, que até pouco tempo eram de “ideologia diferente”, que inclusive de 2002 a 2003, quando assumiu o Governo da Bahia, teve o PT como oposição. Já o ex-governador Paulo Souto tentará retornar ao Governo com Nilo Coelho, o mesmo que em 1986 ajudou a dar a vitória aos opositores do carlismo. E por fim, o deputado Geddel Vieira Lima irá para as urnas em outubro tentar chegar ao Governo da Bahia tendo como seu vice o atual vice de Wagner.
O pior é que esse troca-troca não acaba por ai... Lembra de César Borges, que em 2002 renunciou ao Governo para ser candidato ao Senado no chamado “Trio da Vitória”, que tinha Paulo Souto (governador), César Borges e ACM (senadores), agora vai tentar a reeleição na chapa de Geddel.
Waldir Pires, que foi governador de 1987 à 1989, quando renunciou o Governo do Estado para ser candidato a vice-presidente da República na chapa de Ulisses Guimarães (PMDB), deixando a chefia do Executivo para Nilo Coelho, agora está no PT, partido que não lhe permitiu que se candidatasse ao Senado em 2010.
Outro absurdo devidamente identificado na política baiana diz respeito a eleição de 2006, quando Jaques Wagner fez toda sua campanha pautada na quebra do carlismo, que governava o Estado por 16 anos (1991 a 2006), embora hoje tenha buscado nos quadros do carlismo, um ex-governador carlista para ser seu vice, e desejava ainda que um outro ex-governador carlista (Cesar Borges) compusesse seu ‘chapão’ para o Senado Federal.
E ai fica a pergunta: se Wagner queria combater os que governaram a Bahia por 16 anos, porque tentou montar sua chapa com dois ex-governadores desse período?
Nesses três anos de falecimento do senador ACM, três dos seus ex-governadores vão para as eleições, sendo um em cada chapa, o que, em tese, inviabiliza qualquer um dos três criticarem os 16 anos de império carlista, tão combatido pelo atual governador.
Vale então repetir a célebre frase de Otávio Mangabeira: "Pense no absurdo, na Bahia tem precedente". Ou não?

3 comentários:

Anônimo disse...

A única ressalva ao texto de constatação do articulista diz respeito ao senador João Durval. Traído por ACM ele se tornou inimigo pessoal do ex-governador. Tanto que, nos poucos meses que conviveram no Senado, Durval sequer dirigiu a palavra ao desafeto. Independente, já no governo do Estado, João Durval demitiu indicados por ACM que não se enquadraram no seu estilo de governar.

Beto Goulart

Mariana disse...

Muitos devem estar pensando mesmo, a algum tempo, que a política no Brasil, tem parecido o ZORRA TOTAL, tendo o atual governador baiano e o presidente Lula protagonizado a "Lady Katy" que se acha no direito de fazer tudo como bem entende, porque "tô pagando..." e por isto, podem tudo. As vêzes penso que seja por isto, Dimas, que o povo se mostra meio que desinteressado pela política e muitas vêzes, votando em qualquer um. E os aliados de plantão, são como a nossa amiga Flor de Lis comentou em um outro post, "vacas de leilão...", e ainda há quem critique o DEM!!

Danilo Aguiar disse...

Não tem muito a ver com a Bahia no Brasil e no mundo de uma forma geral caiu as diferença de esquerda e direita com o fim da queda fria aqui no Brasil há uma acentuação devido ao multi-partidarismo existente que atenua espaços dilacerados para a garantia da governabilidade de quem vence o pleito eleitoral. Nilo Coelho citado na observação foi da ARENA antes de ser vice de Waldir ,por exemplo Waldir em 86 só ganhou por conseguir apoio de muitos políticos da ARENA as ideologias cairam os partidos são muitos parecidos o que faz as diferença são as pessoas,o Sarney após o fim da ditadura pulou do PDS para o PMDB. Isso é velho amigo!