Por César Maia
1. Ontem, este Ex-Blog publicou uma nota onde procura mostrar que o impacto da TV em campanhas eleitorais já não é mais o mesmo. A TV continua como o veículo de massa mais importante. Mas antes, emocionava e, com isso, criava e mobilizava multiplicadores de opinião, que são peças centrais nas vitórias eleitorais.
2. Os multiplicadores são eleitores que tendo confiança num candidato, vão muito além de seus votos: assumem seu candidato como se fossem eles mesmos os candidatos. Pedem votos, argumentam, defendem e atacam. É esse multiplicador que faz um candidato mudar de patamar em direção à vitória.
3. O candidato, em sua movimentação, contatos diretos, reuniões..., vai conquistando multiplicadores. Até poucos anos atrás tinha a TV como seu instrumento básico. Na medida em que a TV emocionava e mobilizava, ia formando eleitores especiais, eleitores multiplicadores. De uns cinco anos para cá, a TV perdeu esse papel. Continua sendo o principal meio de comunicação de massa, mas agora informa, espalha e distribui informações. Mas não emocionando nem mobilizando, a TV não cria mais multiplicadores, ou pelo menos o faz em quantidade muito menor e apenas estimulando os que já eram, ou seriam, multiplicadores.
4. Dessa forma, as equipes dos candidatos devem desenvolver processos que, aproveitando a informação distribuída pela TV sobre os candidatos, construam pontes para a formação de multiplicadores. Sempre o contato físico direto é o mais importante. Porém, a capacidade física de alcançar uma parte significativa do eleitorado é restrita. Por isso, sua performance direta deve ser muito mais apurada, para motivar novos multiplicadores.
5. A Internet certamente contribui, mas como já se disse aqui, não é uma panaceia. Até porque muda a interação entre veículo e eleitor, que na mídia tradicional é unilateral, da imprensa ao eleitor. Na Internet, os dois polos, emissor e receptor, são produtores de conteúdo e o internauta está 365 dias por ano ligado. Com isso, as campanhas eleitorais não o estimulam tanto.
6. A inventiva em campanhas eleitorais, hoje, é exatamente identificar ou criar mecanismos que ofereçam alternativa à TV como mobilizadores. Serão muitos, além dos conhecidos como boca a boca, reuniões em casa, comícios, palestras, debates e, agora, Internet. Há que se criar alternativas agora, com o refluxo desse papel da TV.
7. Talvez, se esta questão tivesse sido avaliada antes, a aliança PSDB-DEM não tivesse passado pelos dias de dificuldades e desconfianças que passa.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
1. Ontem, este Ex-Blog publicou uma nota onde procura mostrar que o impacto da TV em campanhas eleitorais já não é mais o mesmo. A TV continua como o veículo de massa mais importante. Mas antes, emocionava e, com isso, criava e mobilizava multiplicadores de opinião, que são peças centrais nas vitórias eleitorais.
2. Os multiplicadores são eleitores que tendo confiança num candidato, vão muito além de seus votos: assumem seu candidato como se fossem eles mesmos os candidatos. Pedem votos, argumentam, defendem e atacam. É esse multiplicador que faz um candidato mudar de patamar em direção à vitória.
3. O candidato, em sua movimentação, contatos diretos, reuniões..., vai conquistando multiplicadores. Até poucos anos atrás tinha a TV como seu instrumento básico. Na medida em que a TV emocionava e mobilizava, ia formando eleitores especiais, eleitores multiplicadores. De uns cinco anos para cá, a TV perdeu esse papel. Continua sendo o principal meio de comunicação de massa, mas agora informa, espalha e distribui informações. Mas não emocionando nem mobilizando, a TV não cria mais multiplicadores, ou pelo menos o faz em quantidade muito menor e apenas estimulando os que já eram, ou seriam, multiplicadores.
4. Dessa forma, as equipes dos candidatos devem desenvolver processos que, aproveitando a informação distribuída pela TV sobre os candidatos, construam pontes para a formação de multiplicadores. Sempre o contato físico direto é o mais importante. Porém, a capacidade física de alcançar uma parte significativa do eleitorado é restrita. Por isso, sua performance direta deve ser muito mais apurada, para motivar novos multiplicadores.
5. A Internet certamente contribui, mas como já se disse aqui, não é uma panaceia. Até porque muda a interação entre veículo e eleitor, que na mídia tradicional é unilateral, da imprensa ao eleitor. Na Internet, os dois polos, emissor e receptor, são produtores de conteúdo e o internauta está 365 dias por ano ligado. Com isso, as campanhas eleitorais não o estimulam tanto.
6. A inventiva em campanhas eleitorais, hoje, é exatamente identificar ou criar mecanismos que ofereçam alternativa à TV como mobilizadores. Serão muitos, além dos conhecidos como boca a boca, reuniões em casa, comícios, palestras, debates e, agora, Internet. Há que se criar alternativas agora, com o refluxo desse papel da TV.
7. Talvez, se esta questão tivesse sido avaliada antes, a aliança PSDB-DEM não tivesse passado pelos dias de dificuldades e desconfianças que passa.
Fonte: "Ex-Blog do César Maia"
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