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quarta-feira, 23 de junho de 2010

"Peer Gynt" em Feira de Santana


O espetáculo "Peer Gynt", da Cia PeQuod Teatro de Animação, selecionado pelo Programa BR de Cultura 2009/2010, que conta com o patrocínio da Petrobras, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, estará apresentando em Feira de Santana. Trata-se de um de seus mais emblemáticos espetáculos.
A saga do inquieto e malandro Peer Gynt - personagem-título deste clássico do teatro moderno, figura que Henrik Ibsen moldou a partir de contos nórdicos tradicionais - ganhou em 2006, centenário da morte do autor, uma versão para bonecos e atores da Cia. PeQuod, Teatro de Animação, uma das mais importantes companhias de teatro de bonecos do Brasil. A companhia, dirigida por Miguel Vellinho, criou espetáculos premiados como "O Velho da Horta", "Filme Noir" e "A Chegada de Lampião no Inferno".
"Peer Gynt" combina bonecos e atores em um cenário de alta sugestão poética e revelação total das engrenagens que impulsionam a ilusão da cena. Esses esforços acabaram sendo recompensados com duas importantes indicações ao Prêmio Shell de Teatro (Melhor Direção e Melhor Cenografia), além de ter sido considerado pelo jornal "O Globo" como uma das dez melhores peças teatrais do ano.
A PeQuod aproxima assim a dramaturgia do autor norueguês de sua forma de fazer teatro. Para isso, e não por acaso, foi escolhida "Peer Gynt", a obra mais fantasiosa, mais misteriosa e a que continha mais possibilidades de uma aproximação com o Teatro de Animação. “Na verdade o texto de 'Peer Gynt' não se alinha ao comprometimento com o realismo que outras peças de Ibsen possuem”, diz Vellinho. “Ibsen ali fazia uma crítica à postura do homem norueguês, a um modo de agir e pensar que o entristeciam profundamente”. "Peer Gynt" é uma das duas primeiras produções de Ibsen quando ele decide se mudar para o estrangeiro, onde passou 27 anos entre a Itália e a Alemanha.
Mesclando bonecos com bonecos, bonecos com atores, atores com atores, usando objetos de cena como personagens, a montagem de "Peer Gynt" é um marco nos avanços dentro da linguagem a que se dedica a companhia. “Sempre achei que o texto serviria para uma montagem com bonecos, tamanha a fantasia, a diversidade de cenários e personagens e a subversão do realismo”, diz Miguel Vellinho. “Entre as muitas discussões levantadas durante o processo, levantamos a questão do boneco como objeto antropomorfo. Diferentemente das nossas outras montagens, fugimos de um caráter figurativo, muito característico do nosso repertório, revelando os limites dessa linguagem. Desta vez está tudo a mostra e o público pode enxergar a maquinaria, por exemplo, entre outras mudanças”.
Cia. PeQuod
A PeQuod nasceu de uma oficina realizada em 1999, que originou o espetáculo "Sangue Bom". Uma das principais características da companhia é o estudo criterioso sobre a espacialidade no Teatro de Animação, procurando rever determinados conceitos e aproximar essa arte milenar do público do século XXI, em plena era tecnológica. Sem abrir mão do lado artesanal, a PeQuod busca um diálogo entre passado, presente e futuro que favoreça o nascimento de um Teatro de Bonecos em sintonia com outras manifestações artísticas como o cinema, a dança e a arte seqüencial.
Depois de "Sangue Bom", a companhia uniu bonecos, cantores e músicos ao vivo em "Noite Feliz - Um Auto de Natal", grande surpresa da programação de final de ano carioca de 2001. Em 2002, em virtude da comemoração pelos 500 anos da obra de Gil Vicente, a PeQuod resgatou a pequena farsa "O Velho da Horta" e a transformou num espetáculo infantil, vencedor do Prêmio Maria Clara Machado de 2003, na Categoria Especial (pela confecção dos bonecos), além de ter sido indicado nas categorias Melhor Iluminação e Melhor Cenografia.
Em 2004 foi a vez de "Filme Noir", uma inusitada experiência que reuniu a linguagem do teatro de animação e o gênero cinematográfico norte-americano dos filmes escuros de contos policialescos. A montagem teve excelente repercussão de público e crítica. "Filme Noir" foi o vencedor do Prêmio Shell de Teatro em 2005 na categoria Melhor Iluminação, pelo trabalho de Renato Machado, além de ter sido indicado para a Categoria Especial, “pela qualidade de confecção e manipulação dos bonecos”.
"A Chegada de Lampião no Inferno" estreou em 2009 com críticas elogiosas, sessões lotadas e duas novas indicações ao Prêmio Shell de Teatro de 2009: Melhor Cenografia e Melhor Iluminação. O espetáculo prossegue com o tipo de integração entre bonecos, atores e objetos iniciado em "Peer Gynt", e explora a maldade inerente ao ser humano, tendo como apoios principais a mitologia que envolve a figura do Capitão Virgulino Ferreira, vulgo Lampião, e a impressionante descrição do vício humano feita por Dante Aligheri em sua "Divina Comédia".
Em 2010 A PeQuod esteve à frente da primeira Mostra Internacional de Teatro de Animação do Rio de Janeiro. Além disso, prepara duas estreias simultâneas de adaptações, para os públicos infantil e adulto, do clássico de Hans Christian Andersen, "A Sereiazinha", rebatizada como "Marina".
Elenco: André Gracindo, Carla Odorizzi, Gustavo Barros, Márcio Newlands, Monica Botafogo e Raquel Botafogo
Direção: Miguel Vellinho
Assessoria teórica: Karl Erik Schøllhammer
Cenário e adereços: Carlos Alberto Nunes
Figurinos (atores e bonecos): Kika de Medina
Iluminação: Renato Machado
Direção musical e trilha sonora: Maurício Durão
Direção de movimento: Claudia Radusewski
Consultoria de acrobacia aérea: Júlia Diehl
Confecção dos bonecos: Maria Rêgo Barros, Liliane Xavier, Flávia Vitralli, Márcio Newlands e Miguel Vellinho
Esculturas dos bonecos: Maria Rego Barros e Flávia Vitralli
Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela
Produção: Galharufa Produções Culturais
Realização: Cia PeQuod -Teatro de Animação (http://www.pequod.com.br/)
Local da apresentação em Feira de Santana : Teatro Municipal Margarida Ribeiro, nos dias 4 e 5 de julho, às 19h30.
Classificação: 16 anos
Ingressos: Inteira: R$ 8,00 e meia: R$ 4,00, extensiva a comerciários (Carteira do Sesc), estudantes (com carteira), classe artística e servidores do Sistema Fecomércio - Bahia (crachá funcional). Desconto de 50% na apresentação do Cartão Petrobrás.

2 comentários:

Thomas disse...

Pequod é o nome do navio baleeiro no livro Moby Dick. Tem algo a ver?

Mariana disse...

Parece interessante e com êsse prêço só não vai quem realmente não gosta de teatro, não?